-O que deu em você? Como é que você entra
assim na minha casa, pra me agredir?
-Quem é você pra me dar lição de moral? Você
quase matou o Téo! Que coração é esse que se diz capaz de fazer tudo pela
felicidade da filha e age desse jeito?
-Fiz. E não me arrependo. Tudo foi pela
felicidade da Sophia.
-O que você espera? Que ela faça a mesma
coisa quando for mãe? Aliás, quando for, não. Ela já é. Ela sabe que existe uma
vida pulsando no ventre dela. Ao contrário de você, que deixa correr veneno
pelas suas veias.
-Sai da minha frente, garota, ou eu acabo com
você!
-Não me ameace, assassina maldita!
-Graziela, Graziela... Sempre em dúvida entre
o Téo e o Eric. Fez tanto para tirá-lo da minha filha que agora está
interessada no homem que engravidou a Sophia. A impressão que eu tenho é a de
que você se diverte mais tirando os homens da minha filha do que se apaixonando
verdadeiramente por eles. O que você pretende? Se divertir com um enquanto
procura uma maneira mais eficiente de arrancar dinheiro do outro?
-Nunca mais me compare a você, desgraçada!-
novamente, a esbofeteia, jogando-a no sofá.
-Me solta, sua louca! Eu vou chamar a
polícia!
-Chama quem você quiser! Mas antes, eu vou te
dar a lição que você está merecendo levar! Isso é pelo que você fez com o Téo!
-Socorro!
-Isso é por você ter mentido, dizendo que a
Sophia estava grávida do Eric. Pensa duas vezes antes de tentar me enganar!
-Você vai se arrepender! Todos vocês!
-Cala a boca! Nunca mais você vai ameaçar ninguém. Eu acabo
com você, sua cobra! Acabo!
-Alguém me ajuda, por
favor!- Sophia grita do quarto.
-Sophia? O que você fez
com ela, Jacqueline? O quê?
-Confira você mesma.
-Você vai parar na
cadeia. Eu te juro, desgraçada!- sobe as escadas, enquanto Jacqueline toma a
sua mala e foge.
-Aquele maldito moleque
vai me pagar por ter contado tudo.
-Sophia, o que houve? O
que aconteceu?
-Me tira daqui,
Graziela! O meu filho está morrendo! Eu vou morrer!
-Quem fez isso contigo?
-A minha mãe! Ela ficou
louca! Me empurrou e fugiu de casa!
-Eu vou chamar a
ambulância. Não se mexe. Daqui a pouco, você vai ser levada pro hospital. Não
vai acontecer nada contigo, nem com o filho do Téo.
-Téo?
-Eu já sei de tudo, ele
me contou. Não vou deixar nada acontecer a vocês. Foi a promessa que eu fiz pra
ele.
XXXXX
Na delegacia, o advogado
da família Ávila chega, a pedido de Glauco, para tentar defender Eric da
suspeita.
-O senhor é o delegado?
-Sim. E o senhor, quem
é?
-Eu trato dos assuntos
judiciais que envolvem a família do Eric Ávila. Soube que ele veio pra cá.
-Isso mesmo. O Eric teve
que fazer uma acareação e foi reconhecido pela criança que afirma ter visto a
discussão entre ele e o Téo Andrade.
-Mas ele não me viu
empurrando ninguém! Eu não fiz nada!- exalta-se Eric.
-Meu querido, por favor.
Contenha-se. Não piore sua situação. Foi justamente pra te ajudar que eu chamei
nosso advogado.
-Antes de chegar aqui,
Dr. Glauco, eu passei no hospital em que o Téo está internado. A situação de
saúde não é nada favorável. Descobriram que ele estava doente antes de sofrer a
queda causada pela dona Jacqueline Brandão.
-Jacqueline? O que ela tem a ver com isso?- questiona
Glauco.
-Ela empurrou o Téo da
escada. Esperou o Eric sair do prédio e o atacou.
-Isso não faz o menor
sentido.
-A sua acusação é muito
grave, senhor advogado- lembra o delegado.
-Sei bem disso. Mas acontece
que ele confidenciou isso para Graziela, sua ex-namorada que esteve hoje no
hospital. E ela, para colocar esta mulher na cadeia, fez com que Téo repetisse
o seu depoimento. Ela gravou tudo. Aqui está- coloca o gravador sobre a mesa do
delegado- Escute com a atenção e ponha seus policiais atrás dessa mulher. Ela é
capaz de qualquer coisa para atingir seu interesse em acabar com a família Ávila.
XXXXX
No hospital, o
ginecologista vai à enfermaria falar com Sophia, ainda bastante apreensiva.
Graziela está ao seu lado.
-E então, doutor?
-Tenho boas notícias. Felizmente
foi apenas um sangramento causado pelo empurrão, mas não comprometeu a saúde do
bebê.
-Ai, ainda bem- Sophia
fica aliviada.
-Mas você tem que saber
que os primeiros três meses são muito importantes para a gravidez. O risco de
aborto é muito grande. E depois desse susto, eu quero que você repouse bastante
e tome cuidado com a sua alimentação.
-Quando é que eu vou ter
alta, doutor?
-Amanhã de manhã. Você ainda
está muito fraca, tem que descansar.
-Está bem. Mais uma vez,
muito obrigada.
-Obrigada, doutor- diz
Graziela.
-Eu acho melhor você
ficar na minha casa.
-Na sua? Não, não tem motivo.
-Tem, sim. Como é que você
pode voltar pra aquela casa, com a sua mãe solta e aprontando com todo mundo,
ameaçando até mesmo a filha?
-Pra quê você está me
ajudando? Pra se vingar?
-Nem todo mundo tem o
coração cheio de maldade, como você e a Jacqueline.
XXXXX
Disfarçada de enfermeira, Jacqueline abandona
sua mala na enfermaria onde Sophia repousa e vai procurar o quarto de Téo. Ao
encontrá-lo, mal se contém de felicidade e pensa em acabar com o inimigo.
-A vida da minha filha foi destruída. O
futuro dela acabou. Graças a você, miserável. Mas isso não vai ficar assim,
porque eu pretendo- pega um travesseiro- terminar o que eu comecei na escada do
seu apartamento.
Quando Jacqueline está sufocando o jovem, Glauco
entra no quarto e acende a luz.
-Mas o que... Eu não posso acreditar! Jacqueline!-
ela tira o travesseiro, enquanto Téo tosse- Você tentou matar o Téo de novo?
-Olá, Glauco. Acho que finalmente vamos
acertar nossas contas.
-Quanto você quer pra não ser denunciada pela
polícia? Eu pago o que for, desde que você se afaste de todos nós.
-O meu preço é algo que só você pode dar.
-Diga: quanto você quer pra terminar esse
pesadelo?
-Vamos à sua casa. Lá, eu posso conversar com
você mais à vontade.
-Depois disso, você promete que não vai mais
nos importunar?
-Prometo tudo o que você quiser. Mas me deixa
ter um momento pra conversarmos a sós, nem que seja por um instante.
-Está bem. Que seja a última vez, então.
-Juro que vai ser. A última vez.
-Jacqueline e Glauco saem do hospital, até
que são vistos de longe por Eric, que recuperou sua motocicleta. O empresário
do ramo das comunicações entra em seu carro particular e leva a perigosa ex
para a mansão, mas não vê que seu sobrinho os segue.
Dentro do hospital,
Graziela leva Sophia para ver Téo no quarto, e se depara com o rapaz tentando
respirar após o susto.
-Téo? O que você tem?
-Chama o médico! A Jacqueline
entrou aqui, Grazi. Ela tentou me matar de novo!
XXXXX
Glauco e Jacqueline
chegam à mansão, e todos os empregados estranham ao ver a vilã naquele lugar
novamente.
-Vamos ao terraço. Que
ninguém nos incomode- avisa para a governanta- Finalmente a sós, Jacqueline.
-Última vez que eu piso
aqui, neste terraço. Uma referência em decoração. Referência essa construída
com um dinheiro que só chegou assim que eu saí da sua vida.
-Pra você ver que o
dinheiro não traz felicidade. Se trouxesse, não estaria acontecendo tantas
desgraças. Todas causadas pelo dinheiro e por você.
-Eric?- surpreende-se
Jacqueline.
-Eu já mandei a Sônia ligar
pra polícia. Já estão vindo pra cá.
-Não, você não devia ter
feito isso. Eu vim aqui porque nós dois resolveríamos esta situação, Eric!
-O Eric fez bem em me
denunciar. Mas antes de ser presa, eu quero deixar bem claro uma coisa: não te
chamei aqui pra te arrancar dinheiro.
-Nesse caso, o que você
quer comigo?
Jacqueline aponta uma
arma para Eric.
-Não faça isso! Não faça
isso! Não acabe com a vida do meu sobrinho, Jacqueline! Se existe alguma coisa de boa em nosso
passado, recorra a ela e nos deixe seguir em paz.
-Jamais! O Eric era só
um instrumento para te destruir, Glauco. Mas agora ele também é meu inimigo, e
todos os meus adversários vão pagar caro.
-Atira, desgraçada! Eu
quero ver se você é capaz!
-Não. Não sou. Tenho
certeza que mais dolorosa do que a sua morte é o seu sofrimento. Que pena,
Eric. Perdeu os pais, a Sophia, a Graziela... Aliás, reparou que as duas
mulheres da sua vida estão com seu melhor amigo? Seria uma pena se você
perdesse mais alguém... Como por exemplo...
Sem pensar, Jacqueline atira
contra Glauco, que cai logo em seguida.
-Tio!- grita Eric,
enquanto Graziela e Sophia decidem dar uma trégua e rezarem juntos pela saúde
de Téo, no hospital. Enquanto alguns já se declaram sem saída, outros estão
entre a cruz e a espada.
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