23/10/2013

SOBRE PRÓDIGOS E PRODÍGIOS/ CAPÍTULO 23



-Ladrões... Olha só pra isso. Ladrão é aquele tal de Humberto que você botou aqui em casa pra jantar e roubou a gente.
-Yuri, não mude de assunto. Estamos falando de dois pivetes que sua mãe faz questão de defender.
-E você não fez a mesma coisa com o Humberto na “TimBRe”? Senão, ele não tinha pegado nem dez centavos. Ah, Otaviano, eu não nasci ontem. Só você , aquele bando de burros que assinou o contrato e a minha mãe, que casou contigo.
-Meu filho, você não entende o perigo que estamos correndo? Eu fui vítima de um roubo, como a sua mãe. E como estou sendo agora. Não é possível que, vendo o que está acontecendo, você se preocupe mais em me acusar do que jogar esses dois num reformatório.
-Desculpa, mas acho que na idade deles, era você que precisava de um...
-Cala a boca, Yuri! Não fala assim com seu pai.
-Eu não digo que você defende esse canalha mesmo ele errado?
-Com quem você pensa que está falando ao se referir a mim dessa maneira? Já se esqueceu que me deve respeito por eu ser seu pai?
-Sabe que se o bêbado dissesse que era meu pai, eu ia até morar com ele? Qualquer um é melhor do que você! Qualquer um!
-Lava essa boca pra falar de mim!
-Não- Igor se intromete na briga- Não bate nele.
-Ah, vejo que você não é a favor de pais que batem em filhos. Vai ver foi isso que te faltou. Uma boa surra do seu pai e da sua mãe, pra ver se você e sua irmã não roubam as coisas dos outros.
-Ele está mentindo, tia. Eu não roubei nada- Betina chora e abraça Sônia.
-Eu sei disso, meu amor. Não chora- Ana Maria tenta acalmar a garota.
-Sabe mesmo? Então, me explica como foi que nossos celulares vieram parar nas coisas desse garoto. Depois você vai querer me dizer que ele agiu sozinho, que não contou com a ajuda da irmã.
-Com licença, doutor- um segurança da casa entra no quarto da governanta- Aquele senhor, o que diz ser o pai dos meninos, ele está aí. Disse que veio visitar os filhos.
-Manda ele entrar.
-Como assim? Você ficou maluco? Eu não vou deixar que aquele cafajeste entre na minha casa de novo!
-Não se esqueça de que você não é a única dona dessa casa, Ana Maria. Esses dois moleques não ficam mais nenhum só minuto dentro da minha mansão.
-Seu Otaviano, eu juro que eu não tirei nada da sua casa, nem eu nem a Betina. Alguém botou isso pra acusar a gente!
-O que você vai alegar agora? Que meus empregados seriam capazes de acusar vocês e colocar em risco o emprego deles apenas pra incriminar a você e à sua irmã? Por favor, até onde vai o seu cinismo, garoto? Pensa que eu não percebi você conquistando a todos pouco a pouco para garantir a sua permanência?
-Igor? Betina?- Jandir aparece no quarto- O que foi que houve?
-Eu faço questão de explicar! Eu descobri que os seus filhos não passam de dois ladrões que foram abrigados pela minha mulher.
-Mas que capacidade a sua de acusar meus meninos na minha frente! Eles não roubaram nada!
-Como é que o senhor sabe que não foi eles? Mas é claro que vai defendê-los. Porque se tem coragem de colocá-los pra trabalhar na rua, pode muito bem influenciá-los a roubar!
-É aqui que vocês querem ficar? Num lugar que acusam vocês dois de roubo? Vamos embora daqui!-puxa os meninos pelo braço.
-Alto lá! Eu não disse que estava acusando os seus filhos de nada. Quem está fazendo isso é o meu marido, e eu discordo completamente dele.
-Seja como for, eu não vou permitir que meus filhos fiquem numa casa onde uma pessoa chame eles de ladrões.
-Não foram eles, seu Otaviano. Fui eu. Eu peguei o seu celular e o da Ana Maria.
-Sônia, por que você mente pra mim? Eu sei que foram eles!
-Não sabe. O senhor esqueceu o celular no escritório porque disse hoje à tarde que estava com dor de cabeça. Até pediu pra que eu servisse o jantar lá em cima.
-Por que você não devolveu ao Otaviano assim que achou, Sônia?
-Porque eu fiquei o dia inteiro ocupada, cuidando do Igor e da Betina. Esqueci, Ana Maria.
-Você pode até inocentá-los da minha acusação de roubar o meu celular. Mas o da minha mulher, você explica?
-Ana Maria disse que teria que sair hoje mais cedo. Foi à ONG do Dr. Frederico, o que esteve aqui há poucos dias.
-Outra vez? Mas o que foi fazer lá?
-Eu me solidarizei com a iniciativa de ajuda a dependentes químicos, tenho visitado a ONG diversas vezes nos últimos dias...
-Por favor! Drogados arranjam a qualquer momento motivo e dinheiro pra usar alguma coisa. Eu não sei nem o que vamos comer na semana que vem, e você preocupada com drogados?- Yuri sente culpa ao ouvir o pai falar.
-Quando a Ana saiu, se esqueceu de recarregar o celular. Eu coloquei o aparelho na tomada e não o liguei. Como ela ficou o dia todo na ONG, eu guardei o celular dentro da gaveta que estou dividindo com o Igor, junto com o do senhor. Foi isso o que aconteceu.
-Bom, tendo sido tudo esclarecido, acho que o senhor não tem mais o que fazer aqui.
-Se engana, dona Ana Maria. Eu vim saber como estão os meus filhos.
-Pelo que o senhor vê, eles têm alguém que confia neles, porque nem todos são como o meu marido. Agora, eu peço que se retire, por favor.
Jandir olha para Otaviano com frustração, por perceber que o plano não deu certo. Ele se aproxima de Betina.
-Tchau, minha filha- a beija na testa.
-A bênção, pai- Betina estende a mão.
-Que você seja feliz... E você, meu filho, não vai pedir a bênção?
-O senhor não ia me dar. Nem pode me dar. Me odeia. Assim como odeia a Betina também.
-Eu fico tão triste por você pensar isso de mim.
-Deve saber por que, pai...

XXXXX

No dia seguinte, Yuri está se arrumando para ir à escola, quando começa a se lembrar da conversa que teve com Lana, onde a desmascarou.

-Eu não acredito em você. Pra mim, você está mentindo.
-Pois então, me escuta, porque eu só vou falar uma vez: contando essa estória pra alguém, é a sua mãe que você perde.

-Eu vou conseguir me segurar. Eu não vou falar da Lana, nem vou mais usar nada. Não vou fazer isso com a minha mãe. Ela se importa comigo, e o meu pai não. Eu vou me afastar da Lana e... Eu tenho que conseguir. Eu vou conseguir.
Yuri diz isso com as mãos sobre a cabeceira da cama. Apenas para si consegue disfarçar a ansiedade e a vontade de consumir substâncias ilícitas. Ele leva a mão direita à boca, onde seus dedos estão juntos um do outro. Rapidamente, o adolescente fecha os olhos e abre dois dos seus dedos, sorrindo e imaginando que pode voltar a ser dependente químico por um instante.

XXXXX

Sônia chega à sala de jantar. Ana Maria está tomando café sozinha.
-Onde estão os meninos?
-Yuri ainda não terminou de se arrumar. Igor e Betina ainda estão dormindo.
-E o Dr. Otaviano?
-Otaviano foi à empresa, talvez tenha ido procurar uma maneira de nos tirar dessa situação que ele mesmo nos colocou.
-Menina, eu queria conversar com você sem ser na frente do patrão.
-Se for pra falar sobre o incidente de ontem, não se preocupe, Sônia. Tudo bem você ter esquecido. Eu achei foi o escândalo do Otaviano desnecessário.
-Eu quero te pedir perdão...
-Imagina, Sônia. Isso poderia ter acontecido com qualquer um de nós.
-Eu peço desculpas porque eu... Eu menti pra você.
-Com relação a quê?
-Não fui eu quem pegou os celulares.
-Então, como eles foram parar nas suas coisas? Nas coisas do Igor?
-Eu menti porque percebi que o Dr. Otaviano fez aquilo para incriminar os meninos e a senhora expulsá-los de casa.
-Sônia, analisa a gravidade do que você está me dizendo. Você afirma que o Otaviano foi capaz de dar um sumiço nos nossos celulares para incriminar o Igor e a Betina? Por que esses meninos incomodariam tanto?
-Incomodam, Ana Maria. O Dr. Otaviano quer fazer de tudo pra se ver livre dessas crianças. E ontem à noite, quando aquela confusão terminou, o Geraldo falou comigo sobre essa situação. Ele viu o Dr. Otaviano no meu quarto.
-Mas isso é impossível, Sônia. O Otaviano não vai às dependências dos empregados da casa nunca...
-Foi ontem. Foi ontem e colocou os celulares nas roupas antigas do Yuri pra que você pensasse mal dos meninos. Geraldo não falou nada pra não perder o emprego dele. E se eu assumisse a culpa, o Dr. Otaviano não poderia me desmentir, porque se ele me demitisse, não ia conseguir tirar os garotos da mansão.
-Por que o Otaviano se arriscaria tanto pra tirar dois garotos da casa dele? Que ele implica com os meninos, tudo bem, mas... Isso?
-Eu também reparei uma coisa quando aquele senhor, o que diz ser o pai dos meninos, veio aqui pela primeira vez.
-O quê?
-O doutor ficou muito nervoso quando ele falou na falecida esposa, a tal de Rosane. E ficou mais ainda quando você disse que se lembrava dela.
-Aonde você quer chegar?
-Há alguns dias, o Igor ia tirar a roupa pra tomar banho e eu reparei que ele tem uma marca idêntica a do Yuri.
-A que o Otaviano também tem nas costas?
-Exatamente. Ana Maria. O doutor podia muito bem ignorar os meninos, proibi-los de sentar à mesa ou circularem pelas dependências da casa... Mas ele tem lutado, dia após dia, para expulsar os meninos da mansão.
-Como daquela vez em que ele me denunciou anonimamente...
-Minha menina... Eu nunca quis que você brigasse com ele, porque eu sei, mais do que ninguém, o quanto você o ama.
-Você só pode estar enganada.
-Me diz então: por que ele quer tanto prejudicar esses meninos? Porque o Igor é uma ameaça pro seu casamento. E ele é, minha menina. Você sabe que é.

XXXXX

À noite, Yuri e Igor se cruzam no corredor.
-O que você está fazendo aqui? Teu lugar não é lá embaixo, com a Sônia?
-A dona Sônia estava arrumando uns quartos aqui em cima. Aí, eu subi com ela.
-Dona Sônia... Quem vê até pensa que ela é grande coisa.
-Não entendi.
-Só está a gente aqui, carinha. Vai por mim. Pra mim você não precisa mentir.
-Eu não minto nunca.
-Não, imagina. Você é um menino bonzinho, quem vê até pensa. Mas a verdade é que você e a sua irmã estão se dando muito bem. Nunca vocês tiveram tanto luxo na vida, e olha que a gente daqui a pouco vai pro olho da rua.
-De luxo todo mundo gosta, Yuri. Mas dinheiro não serve pra tudo, não.
-Certo. Pode parar com o discurso de bom moço.
-Eu pensei que você gostasse de mim e da Betina.
-Lembra que vocês só estão aqui porque a minha mãe insistiu em tirar vocês da rua. Na boa, eu só apoiei porque era minha mãe e porque isso perturbava muito o Otaviano. Mas nenhum dos dois vai passar a perna em ninguém dessa casa, me escutou?
-Eu não quero nada que é da sua família. E se eu quisesse, não era mentindo que eu ia ter. Minha mãe só me ensinou a falar a verdade.
-“Minha mãe”... Você fala como se fosse um bebê, nem parece que tem a mesma idade que eu.
-Você falou em “mentir”, e aí eu lembrei: eu também não preciso mentir e parecer mais velho pra falar o que me der na telha e magoar quem gosta de mim.
-Isso porque quase ninguém gosta de você.
-Mas tem quem goste de você. E você não pensa em ninguém da sua casa quando deixa sua mãe preocupada.
-Que ideia é essa, Igor?
-Você não sai mais de skate, mas continua deixando sua mãe preocupada. O dinheiro não me interessa, mas se você perder, vai ser por causa dele que você vai se ferrar. Eu não sei como você era antes de eu chegar com a minha irmã aqui, mas a tua alegria foi embora. Você não briga com o seu Otaviano como filho, mas como inimigo dele. Pensa bem no que está fazendo com a sua vida.
-Da minha vida, quem cuida sou eu. E você não devia defender o Otaviano, não. Logo ele, que faz tanta questão de te ver pelas costas.
-Eu sei que ele não gosta de mim. Mas eu sei também que eu não faço nada pra ele ter raiva de mim.
-Mais uma vez, bancando o menino bom.
-Toma cuidado, Yuri.
-O que podem fazer comigo? Quem vai fazer? Você? Ou o Otaviano?
-Você mesmo. Pede orientação, porque você precisa.
Sônia chega e não percebe o clima de inimizade entre os meninos.
-Vamos descer, Igor? Eu vou pedir pra colocar o jantar.
-Vamos, sim.
-Quer vir com a gente, Yuri?
-Quando eu ficar com fome, eu desço- ele olha para os dois que vão até a sala de estar e pensa- Eu só queria que o Otaviano gostasse de mim como a minha mãe gosta desse cara. Um pouco.

XXXXX

Otaviano volta da “TimBRe” e joga a pasta sobre a cama, onde está jantando Ana Maria.
-Ai, estou morto- repara que a esposa se levanta, segura a bandeja e tenta sair do quarto- O que é? Vai me evitar agora?
-Melhor. Pelo menos você vai ser poupado de escutar tudo o que eu tenho pra dizer, do que está entalado aqui na minha garganta.
-Dizer o quê? Se for alguma coisa relacionada a esses meninos, eu não quero ouvir.
-Por quê? Porque sabe que eu vou te acusar de tentar incriminá-los?
-Você enlouqueceu de vez? Por que eu faria uma coisa dessas contra eles?
-Contra eles, não. Contra o Igor. O filho da Rosane, da vizinha que era sua.
-O que você quer? Que eu tenha consideração por um menino que rouba nossos celulares só por causa de uma suburbana que já morreu? Que come do bom e do melhor como se fosse alguém da nossa família?
-Tem razão. Eu não posso tratar o Igor como alguém da nossa família. Devo fazer melhor: tratá-lo como meio-irmão do Yuri. Como o que ele é: seu filho.
-Que... Que sandice é essa?
-Não minta pra mim! Não mais do que tem feito todos esses anos. Igor é seu filho com a Rosane, esposa daquele homem. Há quanto tempo você tiveram um caso?
-Não me acuse de ter feito isso. Eu sempre fui um homem fiel, que respeita você e a nossa casa.
-A última coisa que você tem por mim é respeito. Agora confessa. Confessa que Igor é fruto de uma relação com Rosane.
-Eu jamais toquei nela. É em você que eu penso. Só você que eu amo. Ana Maria, você não pode acreditar numa insensatez como essa!
-Mesmo? Não é o que diz a marca que o Igor leva nas costas, a mesma que o Yuri tem. A mesma que você tem!
-Esse garoto só pode ter provocado um...
-E o roubo dos celulares? Ainda vai afirmar que a culpa do que aconteceu foi deles? Tudo bem planejado... Você fingiu surpresa pela falta de energia, quando tinha colocado um segurança para desligar a chave geral de eletricidade. Tudo pra que eu me desse conta do meu celular que você mesmo roubou.
-Você está enganada! Eu não roubei nada!
-Roubou, sim! O Geraldo te viu no quarto da Sônia horas antes. Desde quando você frequenta o quarto de alguma empregada da casa?
-Eu fui procurá-la para pedir um remédio pra enxaqueca, até pedi o jantar no meu quarto ontem.
-Não seja cínico. Você ameaçou demitir o segurança para que ele desligasse a luz temporariamente. O Geraldo fez o segurança confessar tudo. Por que você se daria ao trabalho de descer tão baixo só pra prejudicar um garoto de doze anos? Porque ele é o seu filho. Seu e daquela vagabunda, que teve o descaramento de ir ao nosso casamento. O que mais falta descobrir sobre você?
-Quer a verdade? Eu sou o pai dele, sim! Eu sou o pai daquele moleque atrevido, que nunca deveria ter nascido. Só que isso não o torna meu filho. O único filho que eu tenho e quero ter é o Yuri. O filho que nós tivemos, Ana Maria. Não destrua nossa família, é o que eu te peço.
-E eu te peço o divórcio.
-O quê?
-Nem mais um dia nessa casa, ouviu bem? Eu vou te dar uma hora pra você sumir da minha vida e da vida do meu filho. Aqui você não fica. E vou procurar o meu advogado pra legalizar a nossa separação.
-Por que você acha que eu te daria o divórcio?
-Tem razão. Você não daria por si mesmo. Afinal, é muito mais lucrativo desfrutar de que tudo o que é meu do que conseguir somente a metade. Mas eu posso obrigar você a assinar. Mostrando a gravação?
-Que gravação?
-A gravação na qual você confessa que teve um filho fora do casamento com a Rosane, e que esse filho é um dos garotos que eu abriguei na minha casa.
-Você... Não, não é possível que você tenha armado pra mim...
-Eu contei com a ajuda da Sônia pra isso. Tem um gravador no quarto.  Isso é pra você aprender que não é o único que sabe ser dissimulado.
-Nunca, ouviu bem? Nunca!- Otaviano a empurra sobre a bandeja do jantar, e sobe em cima de sua esposa, agarrando seus pulsos com violência.
-O que você está fazendo? Me solta!
-A gente só vai se separar quando um de nós morrer! Eu vou destruir essa gravação, e vou destruir você!
-Socorro! Alguém me ajuda!
-Cala essa boca!- desfere uma bofetada no rosto de Ana Maria.
-Eu te disse que nunca mais você ia tocar...
-Eu já falei pra você calar essa boca- começa a estrangulá-la- Eu falei que só quando um de nós morresse. E assim como eu destruí o seu pai, eu vou destruir você!
-Meu pai...
-Dalton sempre pensou que era maior do que todos nós, só não imaginava que tinha uma cobra criada dentro da gravadora... Ele descobriu meu caso com a Rosane, mas enfartou. Enfartou porque queria te contar tudo. E morreu. Morreu porque ninguém pode me destruir. Eu consegui me livrar dele, como eu vou me livrar de você!
-Larga a minha mãe, seu desgraçado- Yuri entra no quarto, sendo seguido por Geraldo, Igor e Sônia.
-Nunca! Eu vou vencer a Ana Maria. Ninguém vai me afastar da fortuna do Dalton. Ela tem que morrer! Morre, miserável! Morre!
Yuri segura o pai, tentando afastá-lo da mãe, mas não consegue tirá-lo. Ana Maria reage à agressão segurando uma faca e fazendo um corte que vai da cabeça do marido até o braço esquerdo.
-Não, mãe! Não!
Sônia, Igor e Geraldo se apavoram com o grito dado por Otaviano. Como Yuri está de costas para os três, o que eles podem ver é o empresário caindo sobre o lençol branco sujo de comida, e em seguida, um rastro de sangue deixando por um homem que está prestes a perder os sentidos.

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