Depois
de tudo o que rolou no capítulo 10- leia se você quiser saber, que não somos
Sérgio Chapelin na Retrospectiva da Globo!- Juliane está enrolada num lençol.
Não muito, pra valorizar o que vemos e você imagina. Peter está num banho,
despreocupado e feliz. Nós também. Foram dez capítulos para fazê-los
desencalharem. Alguém bate na porta. A nossa musa está morrendo de sono, nem
quer saber de abrir. Mas do outro lado, alguma alma insiste. Ela se levanta,
ainda coberta com a colcha da Narciso e vê no olho mágico quem a espera. O ar
de felicidade da gata vai embora. Abriu, e adivinhas tu quem era? Continua
lendo, vamos priorizar os diálogos.
-Inácio?
O que houve?
-Pensei
que quase não te pegava em casa- vai entrando- Tem um motorista que tá faz
tempo te esperando, até pediu pra subir pra ver se tava tudo bem.
-Mas
o que foi? Aconteceu alguma coisa? Você quase nunca vem aqui.
-Sabe
o que é isso daqui, Juliane? Cartão de vacina. Acabei de levar o Bernardo pro
posto, tomar a tal da BCG. Mas não era pra eu ter que fazer isso, né?
-Era
até isso que eu queria falar contigo. Inácio, eu queria pedir pra você ficar
com ele mais alguns dias. Até eu conseguir me instalar, reerguer minha vida lá
no Ceará...
-Por
favor, Juliane...- bufa de raiva- Até quando eu ia esperar? Por favor, né? Eu
não tô numa pensão como você, não. Me instalei na Casa do Estudante da
universidade. Pra cuidar dele, eu tenho que ir pra casa dos meus amigos, de vez
em quando.
-Mas
eu também cuido dele. Não é só você que se mata pra sustentar o Bernardo.
-Só
que a impressão que dá é que você tem a guarda compartilhada dele. Quando ele
vai, QUANDO... Ele vai dormir na tua casa, tem que deixar ele com uma
empregada, com uma babá, porque não tem condições de levar pra casa um menino e
se enfurnar numa clínica pra sair de lá sabe a que horas.
-Quem
vê até pensa que Mainha não te contou da última. Que o chefe pediu pra eu me
afastar da clínica, me dando um prazo pra sair de lá. Daí, teve o acidente,
fiquei uns dias de molho e... Olha, já presumiu o resto? Então, pronto. Não deu
pra ficar com ele. Não teve quem ficasse comigo durante esses dias!
-Juliane...
Essa... Falta de companhia pra tu ficou meio estranha. Uma mulher não fica
sozinha com essas roupas espalhadas pelo quarto e um chuveiro ligado- a
criatura mudou de cor- Quê que foi? O gato comeu sua língua ou você ligou o chuveiro
pra deixar a água quente passar? Porque eu não acredito nessa caridade todinha
com a Compesa desde a hora que cheguei!
-Juliane,
tu tem uma toalha...- Peter sai do banho, vai pra sala e toma aquele susto.
Imagina a cena. É tão patético que a influência de “American Pie” é evidente.
Todos constrangidos com a criatura pelada. Juliane se sobressai, dizendo:
-Tenta
procurar na maleta, bebê...
Do tipo: a maleta está jogada no chão. Peter se enrola, mas não para de
olhar pra Inácio. Mesmo assim, tem o atrevimento de perguntar:
-Quem
é esse cara aí, posso saber?
-Olha,
não vem cantar de galo que eu ainda não mudei meu status de
relacionamento no Facebook. Ora... Esse daqui é Inácio, o meu irmão.
-Prazer...-
aperta a mão dele, com receio.
-Quando
foi que eu virei tio de novo? Mal dei as costas e você já teve outro bebê!
-Bebê?
Virou parente da Torloni agora?
Juliane
solta um sorrisinho sexy. É o que tem pra amenizar a revelação. Fazer o quê?
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