10/10/2016

WERNECK CAKE/ CAPÍTULO 11: "EU TENHO UM CUNHADO?"

Depois de tudo o que rolou no capítulo 10- leia se você quiser saber, que não somos Sérgio Chapelin na Retrospectiva da Globo!- Juliane está enrolada num lençol. Não muito, pra valorizar o que vemos e você imagina. Peter está num banho, despreocupado e feliz. Nós também. Foram dez capítulos para fazê-los desencalharem. Alguém bate na porta. A nossa musa está morrendo de sono, nem quer saber de abrir. Mas do outro lado, alguma alma insiste. Ela se levanta, ainda coberta com a colcha da Narciso e vê no olho mágico quem a espera. O ar de felicidade da gata vai embora. Abriu, e adivinhas tu quem era? Continua lendo, vamos priorizar os diálogos.
-Inácio? O que houve?
-Pensei que quase não te pegava em casa- vai entrando- Tem um motorista que tá faz tempo te esperando, até pediu pra subir pra ver se tava tudo bem.
-Mas o que foi? Aconteceu alguma coisa? Você quase nunca vem aqui.
-Sabe o que é isso daqui, Juliane? Cartão de vacina. Acabei de levar o Bernardo pro posto, tomar a tal da BCG. Mas não era pra eu ter que fazer isso, né?
-Era até isso que eu queria falar contigo. Inácio, eu queria pedir pra você ficar com ele mais alguns dias. Até eu conseguir me instalar, reerguer minha vida lá no Ceará...
-Por favor, Juliane...- bufa de raiva- Até quando eu ia esperar? Por favor, né? Eu não tô numa pensão como você, não. Me instalei na Casa do Estudante da universidade. Pra cuidar dele, eu tenho que ir pra casa dos meus amigos, de vez em quando.
-Mas eu também cuido dele. Não é só você que se mata pra sustentar o Bernardo.
-Só que a impressão que dá é que você tem a guarda compartilhada dele. Quando ele vai, QUANDO... Ele vai dormir na tua casa, tem que deixar ele com uma empregada, com uma babá, porque não tem condições de levar pra casa um menino e se enfurnar numa clínica pra sair de lá sabe a que horas.
-Quem vê até pensa que Mainha não te contou da última. Que o chefe pediu pra eu me afastar da clínica, me dando um prazo pra sair de lá. Daí, teve o acidente, fiquei uns dias de molho e... Olha, já presumiu o resto? Então, pronto. Não deu pra ficar com ele. Não teve quem ficasse comigo durante esses dias!
-Juliane... Essa... Falta de companhia pra tu ficou meio estranha. Uma mulher não fica sozinha com essas roupas espalhadas pelo quarto e um chuveiro ligado- a criatura mudou de cor- Quê que foi? O gato comeu sua língua ou você ligou o chuveiro pra deixar a água quente passar? Porque eu não acredito nessa caridade todinha com a Compesa desde a hora que cheguei!
-Juliane, tu tem uma toalha...- Peter sai do banho, vai pra sala e toma aquele susto. Imagina a cena. É tão patético que a influência de “American Pie” é evidente. Todos constrangidos com a criatura pelada. Juliane se sobressai, dizendo:
-Tenta procurar na maleta, bebê...
    Do tipo: a maleta está jogada no chão. Peter se enrola, mas não para de olhar pra Inácio. Mesmo assim, tem o atrevimento de perguntar:
-Quem é esse cara aí, posso saber?
-Olha, não vem cantar de galo que eu ainda não mudei meu status de relacionamento no Facebook. Ora... Esse daqui é Inácio, o meu irmão.
-Prazer...- aperta a mão dele, com receio.
-Quando foi que eu virei tio de novo? Mal dei as costas e você já teve outro bebê!
-Bebê? Virou parente da Torloni agora?

Juliane solta um sorrisinho sexy. É o que tem pra amenizar a revelação. Fazer o quê?

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