Robson está olhando o irmão, e
lembrando-se de como descobriu o envolvimento de Bruno e Mell.
*****
O quarteto amoroso estava numa rave. Tocava “Mr. Saxobeat”, da
Alexandra Stan. De um lado, Débora e Robson agarrados e trocando juras; do
outro, Mell e Bruno atracados também. A primeira moça comenta.
-Olha, eu gosto de lugar sossegado,
mas essa festa tá ótima.
-Eu sabia que você ia gostar.
Finalmente Itapissuma se rendeu ao bom gosto, porque... Misericórdia.
-Não é pior do que as calouradas da
sua faculdade, meu bem. Tenha certeza disso.
O
rapaz vê seu irmão beijando a amante. Isso coincide com uma ideia da namorada.
-Eu
vou pegar uma bebida pra gente, tá?- dá-lhe um beijo e segue para o meio dos
jovens. Ele decide se aproximar do novo casal.
-Mas
o que é isso?
-Oi,
Robson. Deixa eu apresentar. Essa é a Mell.
-Prazer-
beija-lhe no rosto.
-Mell...
Ou melhor: Melissa Victorette Frazão.
-Como
assim? Vocês se conhecem de onde?
-Da
cama. Por isso ela me disse “prazer”.
-Que
história é essa, Robson?
-Vou
te explicar, Bruno. É que o seu irmão tinha um caso comigo.
-Tinha,
não. Ainda tenho. Vamos organizar isso. Bruno, se afasta dela. Ela não presta
pra você.
-E
você não presta nem pra si mesmo. Trair a Débora?
-Olha
aqui, Bruno...
-Não,
eu não quero ouvir nada.
-Eu
falei em olhar, não em ouvir. Relaxa. Você conheceu Mell agora. Não sabe do que
ela é capaz, qual o plano dela...
-A
verdade é que eu tô numa seca do nordeste tão triste que tô adorando ser usado.
Agora, dá licença.
Eles
vão embora. E Débora chega com uma bebida.
-Olha
aqui, Robson.
-Deixa,
Débora, perdi a sede. Eu vou pra casa.
A
moça fica sem entender nada e vai atrás dele.
*****
Batem
a porta da enfermaria. Robson vai atender e logo fecha a cara.
-O
que você quer?
-Eu
tenho uma coisa grave pra te contar.
-Não
me interessa ouvir nada que...
-Tentaram
me matar.
-Do
que você tá...
-Queriam
me atropelar e atingiram o seu Mané!
-Ah,
não... Ele... Morreu?
-Não,
ele só foi transferido pra cá. Não sei o estado de saúde dele.
-Pode
ir.
-Robson,
eu quase morri, não deu pra entender?
-Eu
não tenho direito a cobrar nada, lembra? Minei tudo. O que vai ser dessa vez?
Você me acusando de tentativa de assassinato?
-Agora
eu sei que não foi você.
-Porque
eu não tenho um carro?
-Porque
você não tem um Camaro amarelo.
-Eu
fui acusado. Você chegou na minha cara e me acusou de ter acusado de ter usado
a faca da cozinha pra acabar com Bruno. Eu cheguei no meu limite. Quem não te
quer mais sou eu. Quem não se importa com o que acontece sou eu. Deixa o meu
irmão morrer e me deixa viver em paz. Some daqui!
E
Débora sai desiludida, por não ter o perdão do amado. Quem mandou não espera o
final feliz no capítulo 10? E volta pra Itapissuma, um lugar longínquo que aqui
é tratado como esquina.
*****
Quinze
minutos depois, Robson entra no elevador e encontra o delegado Frazão.
-Alguma
novidade, seu Frazão?
-Até
agora, nenhum sinal.
-O
assassino tentou matar a Débora.
-Como
assim?
-Ela
me disse que tinha um Camaro amarelo que avançou pra cima dela. Ela foi salva
por um senhor que foi socorrido e é atendido aqui.
A
porta se abre, e eles encontram Bráulio.
-Meu
irmão acordou, doutor?
-É
isso que eu vou ver agora.
Quando
o médico abre a porta, há alguém de preto que segura um travesseiro pra sufocar
Bruno.
-Delegado!-
grita o médico.
A
criatura atira contra uma lâmpada que está perto da porta, assustando aos
presentes. Ele sai correndo, apontando a arma contra Robson e Frazão, sem
revelar o rosto. E sobe algumas escadas.
-Eu
vou atrás dele.
-Não, pode ser perigoso, Robson. Eu vou
cuidar disso, ok?
-Eu vou atrás e pego esse bandido, seja lá
quem for.
Frazão corre na frente e Robson vai atrás
(muito atrás), enquanto Bráulio cuida de Bruno.
A
perseguição implacável termina no telhado do hospital. Robson não consegue mais
alcançar o delegado, e o bandido percebe que não tem mais como fugir. Ele se
aproxima cada vez mais do prédio, como se fosse pular. O fato é que de capa e
tudo, a criatura misteriosa cai do prédio.
Perto
da porta que daria acesso ao telhado, está Frazão, que vê Robson e diz:
-Ele
caiu! O assassino caiu!
E
os dois sobem e olham pra baixo, perplexos. Está lá no chão o corpo da pessoa
misteriosa, envolta no disfarce e no mistério que eu, como autor, ainda não
desvendei. Que saco, velho!
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