08/01/2013

INGRESSO CRIMINAL/ CAPÍTULO 7: SUFOCOS DOS IRMÃOS BÔSCOLI



Robson está olhando o irmão, e lembrando-se de como descobriu o envolvimento de Bruno e Mell.

*****

O quarteto amoroso estava numa rave. Tocava “Mr. Saxobeat”, da Alexandra Stan. De um lado, Débora e Robson agarrados e trocando juras; do outro, Mell e Bruno atracados também. A primeira moça comenta.
-Olha, eu gosto de lugar sossegado, mas essa festa tá ótima.
-Eu sabia que você ia gostar. Finalmente Itapissuma se rendeu ao bom gosto, porque... Misericórdia.
-Não é pior do que as calouradas da sua faculdade, meu bem. Tenha certeza disso.
O rapaz vê seu irmão beijando a amante. Isso coincide com uma ideia da namorada.
-Eu vou pegar uma bebida pra gente, tá?- dá-lhe um beijo e segue para o meio dos jovens. Ele decide se aproximar do novo casal.
-Mas o que é isso?
-Oi, Robson. Deixa eu apresentar. Essa é a Mell.
-Prazer- beija-lhe no rosto.
-Mell... Ou melhor: Melissa Victorette Frazão.
-Como assim? Vocês se conhecem de onde?
-Da cama. Por isso ela me disse “prazer”.
-Que história é essa, Robson?
-Vou te explicar, Bruno. É que o seu irmão tinha um caso comigo.
-Tinha, não. Ainda tenho. Vamos organizar isso. Bruno, se afasta dela. Ela não presta pra você.
-E você não presta nem pra si mesmo. Trair a Débora?
-Olha aqui, Bruno...
-Não, eu não quero ouvir nada.
-Eu falei em olhar, não em ouvir. Relaxa. Você conheceu Mell agora. Não sabe do que ela é capaz, qual o plano dela...
-A verdade é que eu tô numa seca do nordeste tão triste que tô adorando ser usado. Agora, dá licença.
Eles vão embora. E Débora chega com uma bebida.
-Olha aqui, Robson.
-Deixa, Débora, perdi a sede. Eu vou pra casa.
A moça fica sem entender nada e vai atrás dele.

*****
Batem a porta da enfermaria. Robson vai atender e logo fecha a cara.
-O que você quer?
-Eu tenho uma coisa grave pra te contar.
-Não me interessa ouvir nada que...
-Tentaram me matar.
-Do que você tá...
-Queriam me atropelar e atingiram o seu Mané!
-Ah, não... Ele... Morreu?
-Não, ele só foi transferido pra cá. Não sei o estado de saúde dele.
-Pode ir.
-Robson, eu quase morri, não deu pra entender?
-Eu não tenho direito a cobrar nada, lembra? Minei tudo. O que vai ser dessa vez? Você me acusando de tentativa de assassinato?
-Agora eu sei que não foi você.
-Porque eu não tenho um carro?
-Porque você não tem um Camaro amarelo.
-Eu fui acusado. Você chegou na minha cara e me acusou de ter acusado de ter usado a faca da cozinha pra acabar com Bruno. Eu cheguei no meu limite. Quem não te quer mais sou eu. Quem não se importa com o que acontece sou eu. Deixa o meu irmão morrer e me deixa viver em paz. Some daqui!
E Débora sai desiludida, por não ter o perdão do amado. Quem mandou não espera o final feliz no capítulo 10? E volta pra Itapissuma, um lugar longínquo que aqui é tratado como esquina.

*****

Quinze minutos depois, Robson entra no elevador e encontra o delegado Frazão.
-Alguma novidade, seu Frazão?
-Até agora, nenhum sinal.
-O assassino tentou matar a Débora.
-Como assim?
-Ela me disse que tinha um Camaro amarelo que avançou pra cima dela. Ela foi salva por um senhor que foi socorrido e é atendido aqui.
A porta se abre, e eles encontram Bráulio.
-Meu irmão acordou, doutor?
-É isso que eu vou ver agora.
Quando o médico abre a porta, há alguém de preto que segura um travesseiro pra sufocar Bruno.
-Delegado!- grita o médico.
A criatura atira contra uma lâmpada que está perto da porta, assustando aos presentes. Ele sai correndo, apontando a arma contra Robson e Frazão, sem revelar o rosto. E sobe algumas escadas.
-Eu vou atrás dele.
-Não, pode ser perigoso, Robson. Eu vou cuidar disso, ok?              
-Eu vou atrás e pego esse bandido, seja lá quem for.
Frazão corre na frente e Robson vai atrás (muito atrás), enquanto Bráulio cuida de Bruno.
A perseguição implacável termina no telhado do hospital. Robson não consegue mais alcançar o delegado, e o bandido percebe que não tem mais como fugir. Ele se aproxima cada vez mais do prédio, como se fosse pular. O fato é que de capa e tudo, a criatura misteriosa cai do prédio.
Perto da porta que daria acesso ao telhado, está Frazão, que vê Robson e diz:
-Ele caiu! O assassino caiu!
E os dois sobem e olham pra baixo, perplexos. Está lá no chão o corpo da pessoa misteriosa, envolta no disfarce e no mistério que eu, como autor, ainda não desvendei. Que saco, velho!

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