PENSAMENTOS SEM O MENOR SENTIDO- SEJAM ELES WEB NOVELAS, PARÓDIAS, ROTEIROS, ENCARTES FAN MADE OU QUALQUER COISA QUE EU INVENTE DE FAZER.
Arquivo do blog
-
▼
2023
(19)
-
▼
abril
(8)
- #FANMADE: "A TURMA DO BALÃO MÁGICO" (1986)
- PARÁBOLAS | CENA FINAL: TÉO E AS PARÁBOLAS
- PARÁBOLAS | CENA 5: O FILHO PRÓDIGO
- PARÁBOLAS | CENA 4: O JUIZ INÍQUO
- PARÁBOLAS | CENA 3: O CREDOR INCOMPASSIVO
- PARÁBOLAS | CENA 2: O CEGO QUE GUIA OUTRO CEGO
- PARÁBOLAS | CENA 1: AS DEZ VIRGENS
- PARÁBOLAS | FICHA TÉCNICA DA PEÇA
-
▼
abril
(8)
Seguidores
30/04/2023
15/04/2023
PARÁBOLAS | CENA FINAL: TÉO E AS PARÁBOLAS
(Jesus está próximo à porta por onde entraram e saíram
a maioria dos personagens. Depois de Luan, Otávio e Ícaro deixarem o templo,
Ele olha para Téo, mais uma vez à direita do espectador.)
JESUS: Você se reconheceu nessa história, Téo?
TÉO: É a história do filho pródigo. Eu me reconheci
naquele rapaz que veio procurar o pai pra pedir perdão... (abaixa a cabeça) No
fundo, eu sei que eu preciso pedir desculpa também por me afastar do Senhor.
JESUS: Nesse tempo em que estivemos juntos, seu coração
dorido não te deixou ver que, em cada uma dessas histórias, você era
representado.
TÉO: Eu? Mas eu tava Contigo o tempo todo. Como eu não
ia ver?
JESUS: Responde pra mim: quando você saiu de casa na madrugada,
imaginava que a gente fosse se encontrar?
TÉO: Pra falar a verdade, eu nunca mais achei que Você ainda
se importasse comigo.
JESUS: Mesmo Eu dizendo, culto após culto, que sempre
estarei contigo? Aquelas virgens loucas também pensaram que Eu prometo pra não
cumprir, que nunca teria um encontro com quem diz me amar.
TÉO: Mas eu não digo, eu Te amo de verdade; só que...
Fica difícil de andar com Você sem ver aquilo que eu tanto peço acontecer.
JESUS: Téo, nenhuma palavra que Eu fale deve ser jogada
ao vento; tudo tem um significado. O que Eu prometo é estar ao seu lado daqui à
eternidade. Quantos pensam como você, que acha que estar nos céus Comigo só
vale a pena depois de ser honrado na Terra?
TÉO: E não vale?
JESUS: Não! Toda a criação do Pai está no mundo pra
render glórias, não pra viver pensando em recebê-las. Vocês estão mergulhando
cada dia mais fundo num oceano de orgulho, e eu quero mostrar que o pecado não
é capaz de aprisionar ninguém.
TÉO: (grita) Mas eu não consigo! Eu não consigo ver
isso depois de tanta decepção, do cansaço que eu tô sentindo! Eu não tenho que
Te ouvir, eu não tenho mais que esperar Você... (vira de costas para Jesus e
coloca as mãos sobre o rosto, como se estivesse chorando)
JESUS: Você não me ouvir não quer dizer que Eu deixei
de falar contigo. Mas a voz de quem diz o que você quer ouvir parece melhor aos
seus ouvidos. E isso te dá aval pra seguir direto ao abismo. Como vai chegar
perto de Mim se deixando levar por quem quer ficar longe?
TÉO: (lentamente tira as mãos do rosto, mas ainda
continua de costas) O cego que ensinou o caminho errado... Por quê? Por que
Você faz tanta questão de ficar do meu lado? Eu já fiz muita coisa desde que eu
saí da Tua presença... Não era nem pra Você falar comigo... (volta a olhar para
Jesus, aproximando-se) Ia ser mais fácil se eu fosse ignorado, como eu achava
até agora. Você não entendeu ainda que eu sou um caso perdido?
JESUS: Mas aquela mulher que perdeu o marido não
achava. E se ela conseguiu ser ouvida por alguém com autoridade menor que a
minha, por que Eu não ouviria? (aproxima-se também do jovem, e assim que Ele dá
passos em direção a Téo, os adolescentes posicionam-se perto do altar) Por que Eu
não te ouviria?
TÉO: Eu não mereço que Você me dê Seu perdão, o Senhor
sabe tudo que eu fiz...
JESUS: Sei. E quem não quer te ver crescer debaixo da Minha
graça vai te lembrar. Como o irmão que não quis aceitar o pródigo por causa dos
seus erros.
TÉO: Não são os outros que me incomodam. Eu que não
posso esquecer... Nem coragem de Te olhar eu tenho...
JESUS: Coragem não é a única coisa de que você precisa
mas de arrependimento. E aquele homem alcançou perdão mesmo vendo tudo desabar
ao redor, por que você não?
TÉO: Me cura disso que eu sinto, desse desespero. Toma
conta de mim, Senhor.
JESUS: O pecado te deixou doente. Mas tenha em mente
uma coisa: não foi para os sãos que Eu vim.
(Todas as luzes são acesas. Os adolescentes, em
uníssono, cantam a primeira estrofe da música “Filho meu”. Enquanto eles
interpretam a canção, Jesus desabotoa a camisa manchada usada pelo jovem.)
ADOLESCENTES: Eu mudei
Quando descobri o Teu amor
Quando a Tua luz me alcançou
Pedi perdão a Deus, e Ele perdoou
Eu chorei
Porque Jesus, de perto, me curou
Porque Jesus minha sede saciou
Porque o santo Deus me abençoou
Eu amei
E foi por esse amor que eu chorei
E a gratidão eterna eu terei
Por Suas pisaduras me salvei,
Jesus
(Os adolescentes passam a cantar a segunda estrofe da
faixa musical, e já está revelado que ele esteve o tempo inteiro com uma blusa
branca sob a peça de roupa manchada, que Jesus joga ao chão.)
ADOLESCENTES: Eu clamei
E quando me perdi Deus me encontrou
Quando eu caí Deus me levantou
Sondou meu coração e Deus me falou
Falou...
(Os adolescentes vão ao refrão.)
ADOLESCENTES: Filho meu, confia no Senhor
Filho meu, Eu sou teu salvador
Filho meu, Eu acalmo a tempestade
Filho meu, Eu te liberto da maldade
Filho meu, sou teu abrigo e proteção
Filho meu, Eu sou a direção
Filho meu, Eu sou a solução
Filho meu, vem segurar na minha mão
Eu sou Jesus! Sou teu remidor
Sou o Deus que você aceitou e chora por amor
(Jesus une sua mão esquerda à direita de Téo e ambos ficam
no meio dos adolescentes, que repetem a segunda estrofe da faixa musical.)
ADOLESCENTES: Eu clamei
E quando me perdi Deus me encontrou
Quando eu caí Deus me levantou
Sondou meu coração e Deus me falou
Falou...
(Jesus, Téo e os adolescentes dão-se as mãos antes que o refrão seja
entoado pela última vez.)
ADOLESCENTES: Filho meu, confia no Senhor
Filho meu, Eu sou teu salvador
Filho meu, Eu acalmo a tempestade
Filho meu, Eu te liberto da maldade
Filho meu, sou teu abrigo e proteção
Filho meu, Eu sou a direção
Filho meu, Eu sou a solução
Filho meu, vem segurar na minha mão
Eu sou Jesus, o teu salvador.
(Ao término da interpretação, antes de deixarem o templo em definitivo,
os atores agradecem a oportunidade em nome do ministério realizador da peça.)
14/04/2023
PARÁBOLAS | CENA 5: O FILHO PRÓDIGO
(Téo olha para Jesus, demonstrando por um breve momento
constrangimento de estar sozinho com Ele.)
TÉO: Anoiteceu de novo. Melhor eu ir pra casa.
JESUS: Ficou com vontade de voltar pra faculdade?
TÉO: Fiquei. Mas tenho tanta coisa atrasada por lá, não
sei se eu vou dar conta.
JESUS: Quanto a isso, não se preocupe. Tem uns lugares
que estão mesmo esperando você voltar.
TÉO: Como assim?
JESUS: Téo, Eu sei que se dependesse de você, já teria
ido embora, mas tem uma história que quero te contar.
TÉO: Outra parábola? E vai falar sobre quem agora?
JESUS: Sobre você.
(Otávio entra no templo seguido por Ícaro, um dos seus
filhos. O pai coça a cabeça.)
ÍCARO: Vi na televisão que o inverno desse ano vai ser
mais frio que os outros... Pai? Pai, o senhor tá me ouvindo?
OTÁVIO: O quê? Você estava falando de quê?
ÍCARO: Ih, a cabeça tá longe... Pensando em quem?
OTÁVIO: Deixa pra lá, filho. Você vai sair?
ÍCARO: É, eu tenho que passar no terreno de Ingazeira
pra tocar a colheita. Deixa eu ir-me embora porque daqui pra lá é longe e eu
chego amanhã cedo. A bênção, Pai. (beija a mão direita de Otávio)
OTÁVIO: Deus te abençoe, filho. Vê se não corre pela
BR, nem esquece a habilitação em casa.
ÍCARO: Relaxa... (Ícaro sai de perto de Otávio porém,
em vez de entrar no corredor, vai até a porta de entrada do templo e fica em
silêncio)
(Otávio olha para a cruz que fica na parede atrás do
púlpito e ajoelha-se para orar, com a cabeça curvada.)
TÉO: Calma aí, a história não é sobre mim? Onde é que
eu entro nisso?
JESUS: Está preocupado com o tempo?
TÉO: Exatamente. Já virou o dia, ficou de noite... Meu
tempo é precioso.
JESUS: Tudo que me pertence é precioso. Por isso mesmo
você tem que se acalmar... O tempo é meu!
(Luan entra no local, olhando apenas para Otávio.)
LUAN: O triste estado em que eu me encontro agora
Sem cama, sem comida, meu corpo de fora
E ninguém me deseja
É grande o meu sofrimento
Pois o meu alimento
É o que dos porcos sobeja
(Otávio levanta o seu rosto e olha para Luan.)
LUAN: Estou colhendo aquilo que plantei
Pois quem amava muito abandonei
Tornei-me diferente
E o dinheiro que eu tinha
A herança que era minha
Gastei dissolutamente
(Otávio levanta-se do chão e começa a sorrir.)
LUAN: Mas levantar-me-ei do meu pecado
Meu Deus me dará forças pra sair
Irei e falarei abertamente
E direi sinceramente: “ó Pai,
Pequei contra os céus e perante Ti
Não sou digno de ser chamado filho Teu
Me recebe ao menos como empregado Teu
Me recebe, ó Pai”
(Luan abraça Otávio, que agradece a Jesus sem olhar
para a direção em que Ele está.)
OTÁVIO: O Senhor escutou a minha oração! Obrigado,
Jesus! Muito obrigado, Senhor!
ELTON: (entra no templo correndo) Seu Otávio... Me
desculpa, mas é que ele passou pelos seguranças. Vou chamar a polícia...
LUAN: Não tá me reconhecendo mais, Elton?
ELTON: (aproxima-se do filho pródigo) Luan? Cara, você
tá muito diferente! Sério, eu pensei que era um daqueles mendigos que ficam lá
fora esperando uma esmola.
(Jesus afasta-se de Téo e aproxima-se de Luan e
Otávio.)
OTÁVIO: Pois isso vai se resolver agora. Vá até o quarto
dele e traz a roupa, o anel e os sapatos que eu comprei pra quando ele voltasse.
A volta dele não vai passar em brancas nuvens. Prepare uma festa para hoje à
noite.
ELTON: Sim, senhor. Com licença.
(Ouve-se Jesus cantando em tom baixo “Tua glória”.)
JESUS: Meu coração e esperança estão em Ti
Meu viver é Seu, pois me fez ser filho e santo
Santo, santo
(Elton caminha pelo lado esquerdo do templo, como quem
vai cruzar a porta principal. Ícaro vai pelo lado oposto e ouve Jesus cantando,
mas não olha para a área central do templo – onde estão também Otávio, Luan e
Téo. O irmão do filho pródigo avista Elton e chama pelo funcionário.)
ÍCARO: Elton, vem aqui, por favor.
ELTON: (corre até Ícaro) Fala, Ícaro. O que foi?
ÍCARO: Que música é essa que tá tocando? O som vem lá
de casa?
ELTON: Foi tudo de repente, seu pai deve ter se
esquecido de te avisar.
ÍCARO: Avisar o quê? O que é que tá acontecendo?
ELTON: Luan voltou pra casa hoje. Quer motivo melhor pra
teu pai fazer uma festa? Dá licença, que eu vou pra porta receber o pessoal.
(Elton sai pela porta principal e Ícaro, irritado,
caminha vagarosamente olhando para seu pai e seu irmão. Há alguns segundos de
silêncio, até que Otávio perceba a presença do filho mais velho. Jesus para de
cantar assim que o jovem entra novamente no local.)
OTÁVIO: Filho, já viu quem está aqui? Seu irmão voltou
pra casa! (Ícaro vai à porta do corredor em silêncio, até que o pai impede a
sua saída). Aonde você vai, Ícaro? Não
vai comemorar a volta do seu irmão?
ÍCARO: (volta a olhar para o pai e o irmão) Uma cena
muito bonita, mas eu não tenho o menor interesse em participar.
LUAN: Não ficou feliz em me ver de novo?
ÍCARO: Foi bom você ter aparecido porque eu quero tirar
uma dúvida: contou pra ele o que fez mundo afora?
LUAN: Você não sabe tudo o que eu passei...
ÍCARO: Quem é que não sabe? Gastou tudo que tinha com quem
não prestava, e depois passou fome quando não tinha sobrado mais nada. Por isso
o seu interesse de voltar. E é fácil quando você sabe que toda vez ele vai
abrir a porta pra te receber!
OTÁVIO: Não acredito que você se irritou tanto porque a
gente está junto de novo.
ÍCARO: Sabe qual é o problema? Parece que desobedecer
gera recompensa. Tô com mais raiva do senhor do que dele.
OTÁVIO: De mim?
ÍCARO: Quantas vezes o senhor ficou triste porque eu deixei
de te obedecer? Nenhuma! E quando foi que o senhor deixou que eu trouxesse meus
amigos pra comemorar alguma coisa?
OTÁVIO: Meu filho, você nunca precisou me pedir nada
porque tudo sempre foi seu, sempre esteve comigo. Você sabe quantas noites eu
pedi ao Senhor pra proteger Luan sem saber se ele estava vivo ou morto. E por
isso eu sei que vai entender a necessidade de comemorar. Assim como eu agradeço
pela vida dele, agradeço pela sua. Porque todos os motivos são razões pra
engrandecer o nome do Senhor.
(Luan estende a mão para Ícaro segurar. O rapaz olha
para baixo, evitando ver novamente o rosto do filho pródigo. Então, Jesus une
os irmãos, que se abraçam. Otávio coloca suas mãos sobre os ombros dos filhos,
e os três vão embora pela porta do corredor.)
13/04/2023
PARÁBOLAS | CENA 4: O JUIZ INÍQUO
(Jesus e Téo descem do degrau em que estavam e Jayme se
prepara para deixar o templo pela porta do corredor. Ele encontra Renata com a
cabeça baixa, prosseguindo com a sua última ação na cena anterior.)
JAYME: Ainda está aqui?
RENATA: (levanta-se do chão, aparentando estar cansada)
Eu disse que ia esperar o senhor.
JAYME: Pode continuar esperando. (chega a colocar as
mãos na porta)
RENATA: Tem problema, não. Amanhã quando o senhor
chegar eu vou estar na porta do fórum.
JAYME: (começa a falar alto) Certo! Já está me vencendo
pelo cansaço! O que é que você quer?
RENATA: Dois minutos do seu tempo.
JAYME: Estou contando.
RENATA: Vim lá de Ingazeira pra falar com o senhor.
JAYME: Isso você falou mais cedo, o tempo está
correndo.
RENATA: Meu marido morreu há seis meses. Ele bebia e
bateu o carro quando a gente voltava de uma viagem.
JAYME: Onde eu entro nisso?
RENATA: A mãe dele. Ela quer tomar meus filhos de mim.
Contratou até advogado pra tirar a guarda das minhas crianças.
JAYME: Assim, do nada? Qual é a justificativa que ela
deu?
RENATA: Disse que eu fui a culpada do acidente, que eu
dei bebida pra ele tomar e perder o controle do carro. Ela já levantou tanto
“falso" ao meu respeito que eu tenho medo.
JAYME: E lá na tua cidade não tem ninguém pra resolver isso?
Teve que sair de lá?
RENATA: Tem, mas disseram pra mim que o senhor é o
melhor juiz do estado. Pelo amor de Deus, não me deixa sem os meus filhos. Me
ajuda.
JAYME: Com quem você deixou as crianças?
RENATA: Eu tenho uma irmã que mora aqui em Recife. Ela
toma conta dos meninos toda vez que eu venho procurar o senhor.
JAYME: O que dá pra fazer no seu caso... (tira o cartão
do bolso e entrega à Renata)
RENATA: O que é isso?
JAYME: Liga pra esse número, é de uma advogada
especialista em assuntos de família. Só posso julgar sua causa se você estiver
assistida por alguém.
RENATA: Muito obrigada, Seu juiz.
JAYME: Não tem nada o que agradecer. Nem sei por que eu
estou ajudando. Pelo menos você não vai passar essa batalha sozinha.
RENATA: Se de uma coisa eu sei é que eu nunca estive sozinha.
(Quando a introdução de “Deus fará” é executada, as
mulheres que estavam em frente ao fórum voltam ao templo e se juntam à Renata.
Durante a entrada dessas pessoas, Jayme deixa o cenário.)
RENATA: Quando as circunstâncias encobrirem sua visão
Suas tentativas parecerem sem valor
Quando todos dizem “não vai dar”
Atingindo, assim, seu coração
Creia, não desista porque Deus fará
MULHERES DO FÓRUM: Não se deixe abater por uma situação
Porque a última palavra, ela é do Senhor
Sua família não vai acabar
Esse mar não o afogará
Erga sua voz porque Deus fará
RENATA: Deus fará um milagre em sua casa
Seus projetos, seus sonhos não vão morrer
Derramando o óleo da unção
Ministrando a cura e o perdão
Restaurando a aliança que um dia se perdeu
MULHERES DO FÓRUM: Deus fará um milagre em sua casa
Seus projetos, seus sonhos não vão morrer
Derramando o óleo da unção
Ministrando a cura e o perdão
Restaurando a aliança que um dia se perdeu
RENATA: Creia, Deus fará!
Creia, Deus fará!
MULHERES DO FÓRUM: Não se deixe abater por uma situação
Porque a última palavra, ela é do Senhor
Sua família não vai acabar
Esse mar não o afogará
Erga sua voz porque Deus fará
RENATA: Deus fará um milagre em sua casa
Seus projetos, seus sonhos não vão morrer
Derramando o óleo da unção
Ministrando a cura e o perdão
Restaurando a aliança que um dia se perdeu
MULHERES DO FÓRUM: Deus fará um milagre em sua casa
Seus projetos, seus sonhos não vão morrer
Derramando o óleo da unção
Ministrando a cura e o perdão
Restaurando a aliança que um dia se perdeu
RENATA: Creia, Deus fará!
Creia, Deus... Deus fará, eu sei que Ele fará!
(Quando a música acaba, Renata deixa o local junto às
mulheres do fórum.)
12/04/2023
PARÁBOLAS | CENA 3: O CREDOR INCOMPASSIVO
TÉO: Acabou ou vai contar outra? Porque eu tenho mais o
que fazer!
JESUS: Tem mesmo. (Jesus apanha um notebook
posto no púlpito e entrega a Téo) Hoje é o dia de começar o estágio no
tribunal. Melhor você entrar logo, porque o juiz não é muito tolerante.
(Jayme entra no templo carregando a pasta contendo
vários papeis, e é seguido pelas mulheres que estão à porta do fórum, falando
ao mesmo tempo.)
JAYME: Se não tiver audiência marcada comigo eu não vou
atender.
(As mulheres estão do lado esquerdo para quem assiste,
perto das primeiras cadeiras. Enquanto elas estão falando, são colocadas doze
cadeiras: uma no altar, para Téo; cinco do lado esquerdo, para o corpo de
jurados; duas de frente para as janelas, para Henrique e a Defensora; uma no
meio, para Jayme; três em frente à porta do corredor, para Bruno, Marcelo e a
Promotora.)
SÔNIA: Seu juiz, por favor! Tem uma causa minha na
justiça que estou esperando pra resolver “tem” três anos...
JAYME: Procure um advogado, coisa que eu não sou.
(As mulheres continuam fazendo barulho e Renata passa
no meio delas pra falar com o juiz.)
RENATA: Dá licença, dá licença... (toca no ombro de
Jayme) Seu juiz, eu tenho um negócio urgente pra falar com o senhor.
JAYME: Todo mundo tem uma urgência quando chega aqui,
minha filha. A minha é voltar pra casa.
RENATA: Pelo amor de Deus! Eu vim de Ingazeira a pé pra
cá só pra falar com o senhor!
JAYME: Parabéns pela sua disposição. Mas eu tenho uma
audiência agora e não vou ter tempo pra te atender. (Jayme vira de costas, como
se fosse sentar na cadeira ao centro do templo, até que é interrompido por Renata)
RENATA: Foi isso que eu ouvi à semana toda. Pela fé em
Cristo, me deixa contar a minha história...
JAYME: Nem em Cristo nem em coisa nenhuma! Se você não
tem o que fazer, eu tenho. Agora dá o fora daqui.
RENATA: Tem problema, não. Eu já dormi não sei quantas
noites aqui na porta, hoje eu espero de novo. Ninguém pode mais do que Jesus!
JAYME: Pode, não, né? Vai pra igreja e pede ganho de
causa, não fica atrapalhando na porta do fórum. Alias, vamos saindo que isso
daqui não é feira, não! (Jayme empurra as mulheres do fórum, à exceção de
Renata – que senta-se com a cabeça abaixada perto da porta do corredor. Ele vai
sentar e encontra Téo em sua própria cadeira) Estagiário novo, é?
TÉO: Sou. (Jesus está ao lado do jovem)
JAYME: Começa a mostrar serviço e manda o pessoal
entrar.
(Téo levanta e faz um sinal para que os jurados, as
advogadas e as partes do processo entrem, menos Marcelo. Ele volta para o
templo e começa a digitar no notebook. Já os demais acomodam-se. Jayme
abre a pasta e lê o primeiro ofício.)
JAYME: Tem início a audiência de acusação de Henrique Moraes,
réu indiciado pelo crime de constrangimento ilegal contra Bruno Oliveira. A
Defensora está com a palavra.
DEFENSORA: Faz dois meses que Bruno pediu emprestado
dinheiro a Henrique, dizendo que ia pagar em quinze dias. Passou o prazo e ele
não deu satisfação. Agora quis dar uma de vítima e processou meu cliente.
PROMOTORA: Processou porque Bruno perdeu o emprego e
Henrique foi na porta dele cobrar, falando alto e chamando a atenção dos vizinhos,
pra fazer ele passar vergonha.
JAYME: O dinheiro era pra quê, Bruno?
BRUNO: Pra pagar a água e a luz lá de casa.
HENRIQUE: Diz ele, né?
JAYME: Eu mandei você falar? (Henrique faz um sinal de
zíper com a boca e Jayme volta-se para Bruno) Se você não tem emprego, vive de
quê atualmente?
BRUNO: Minha esposa trabalha como professora.
JAYME: E ela não pode te ajudar a pagar o empréstimo
que você fez a ele?
HENRIQUE: Mas eu não quero receber dela, não. Quem
chegou na minha porta com pires na mão foi ele.
BRUNO: Precisava ir à porta da minha casa fazer
escarcéu?
HENRIQUE: Ué? Você deixou de comer só porque teu
trabalho te botou pra fora?
BRUNO: Só queria que você desse um pouco mais de tempo
pra eu te pagar, nem que fosse dividido. Não fique achando que eu gosto de
dever pros outros não; ainda mais pra você. Mas tenho fé que o Senhor me tira
desse barco.
JAYME: Já vi tudo... Além de crente é caloteiro... De
quanto é a dívida que ele fez?
HENRIQUE: O safado está devendo pra mim quatrocentos e
noventa reais.
TÉO: (olha para Jesus) Quatrocentos e noventa?
JESUS: É o resultado da multiplicação “setenta vezes
sete".
JAYME: Na semana passada eu ouvi as testemunhas de
defesa. Mas até agora não apareceu ninguém da parte da acusação. E então? Conseguiram
achar alguém pra depor?
PROMOTORA: Encontramos. Pode entrar, Dr. Marcelo.
(Marcelo entra no templo.)
JAYME: E esse, quem é?
HENRIQUE: Esse é... (engole seco) É o meu patrão.
MARCELO: Olha a vergonha que você está me fazendo
passar...
JAYME: O senhor conhece Bruno de que lugar?
MARCELO: Eu não conheço, a advogada dele que veio me
procurar. Vim pra contar que trabalho com Henrique e pedir que ele perdoe a
dívida do rapaz.
HENRIQUE: Mas como é que eu vou me esquecer da dívida que
ele fez comigo? Eu estou precisando do dinheiro e ele não me pagou até agora!
MARCELO: Se eu perdoei a sua, que era maior, por que a
dele você não perdoa?
DEFENSORA: De Henrique? (vira-se para o réu) Por que
você não me contou essa parte da história?
JAYME: Henrique te pediu dinheiro emprestado pra quê?
MARCELO: Falou que era pra pagar o tratamento da filha,
que estava doente. Depois que eu emprestei foi que eu descobri... O homem nem
filha podia ter, era estéril. E gastou tudo na farra.
JAYME: (vira o rosto para Téo) Que conste nos autos que
o réu gastou... (olha para Marcelo) Quanto foi que ele pediu?
(Henrique faz sinal de silêncio para Marcelo, que fala
mesmo assim.)
MARCELO: Onze mil.
(Téo olha para Jesus novamente.)
JESUS: Quando você descansa no esconderijo do
Altíssimo, sabe que mil caem ao seu lado e dez mil à sua direita, mas você não
é atingido.
JAYME: Bom, vamos fazer uma pausa para o parecer dos
jurados. Voltaremos daqui a pouco.
(Os cinco jurados anotam, cada um num papel, os seus
votos. Eles entregam suas decisões a Téo, que leva todas para Jayme. O juiz lê os
papeis e anuncia a sentença.)
JAYME: Todos de pé para a leitura da sentença. Por
decisão unânime, declaro o réu Henrique Moraes culpado pelo crime de
constrangimento ilegal. No entanto, altero a pena mínima de três meses de
reclusão para um acordo com o reclamante Bruno Oliveira, no qual há o perdão da
dívida contraída pelo segundo. O caso está encerrado.
(As advogadas cumprimentam-se e apertam a mão de
Henrique e Marcelo. Os quatro saem do cenário, enquanto Jayme fica em pé,
analisando alguns documentos de sua pasta, afastado dos personagens que ficarão
até o final da cena. Jesus e Téo permanecem no degrau, e Bruno faz uma ligação
pelo celular.)
BRUNO: Aline? A audiência terminou agora. Marca o culto
em ação de graças porque o Senhor teve misericórdia de mim e me deu a vitória!
(Quando tocam as primeiras notas da canção
“Misericórdia”, os cinco jurados permanecem na mesma posição para interpretar a
música com Bruno.)
BRUNO: A misericórdia hoje me esperava despertar
A misericórdia hoje me olhava dormir
CINCO JURADOS: A misericórdia hoje me esperava
despertar
A misericórdia hoje me olhava dormir
BRUNO: E o seu olhar era tão leve
E o seu olhar era tão puro e forte
Decidido a me perdoar e me dar mais uma chance
De no centro da vontade de Deus eu ficar
CINCO JURADOS: E ela esqueceu tudo que eu fiz ontem
E ela me vê com os olhos de Deus
Não desiste de mim, mesmo me vendo assim
Não vê o que a vida me fez, ela sabe os planos de Deus
pra mim
(Bruno e os cinco jurados esperam o teclado tocar e
repetem a segunda estrofe, mas invertendo a ordem de interpretação dos versos.)
CINCO JURADOS: E o seu olhar era tão leve
E o seu olhar era tão puro e forte
Decidido a me perdoar e me dar mais uma chance
De no centro da vontade de Deus eu ficar
BRUNO: E ela esqueceu tudo que eu fiz ontem
E ela me vê com os olhos de Deus, de Deus
Não desiste de mim, mesmo me vendo assim
Não vê o que a vida me fez, ela sabe os planos de Deus
pra mim
(Bruno e os cinco jurados deixam o templo, e o cenário
volta a ficar à meia-luz.)
11/04/2023
PARÁBOLAS | CENA 2: O CEGO QUE GUIA OUTRO CEGO
TÉO: Você é quem eu tô pensando mesmo?
JESUS: Exatamente. Aquele que veio pra libertar o mundo
do pecado: Jesus.
TÉO: Deixa ver se eu entendi: você gastou quase dez minutos
do meu tempo contando uma parábola pra me convencer de que é o Cristo?
JESUS: O tempo que você usa pra ouvir o que Eu te digo
não é gasto, é investido.
TÉO: Na boa, não me leva a mal, mas... Deixa eu te
mostrar que dia é hoje. (mostra a tela inicial do celular pra Jesus)
JESUS: Nove de abril de dois mil e vinte e três.
TÉO: Pois é. Ninguém mais acredita nessas histórias da
carochinha.
JESUS: Há um tempo você acreditava.
TÉO: Todo mundo tem que evoluir.
JESUS: Segundo a sua linha de raciocínio, as parábolas que
Eu contei só faziam sentido na época da minha primeira passagem pela Terra.
TÉO: Exatamente.
JESUS: Você ainda se lembra de quem te apresentou pra
mim?
TÉO: Como assim?
JESUS: A pessoa que te evangelizou.
TÉO: Foi a minha professora do maternal, já nem sei
mais qual é o nome dela.
JESUS: Todo mundo conhece como Tia Aline.
(As luzes se acendem, assustando Téo.)
TIA ALINE: (entra em cena) Pronto, turma; faça uma fila aqui, sem
correr.
(Os alunos da Tia Aline formam uma fila única, à
exceção de Caio, que só entra em cena depois de a fila ter se formado sem ele.)
TIA ALINE: Agora eu vou fazer a chamada. (neste
momento, Caio vem em direção a Jesus sem saber aonde vai e só para de andar
quando Lhe abraça: é o tempo no qual Tia Aline chama três nomes em ordem
alfabética, estando de costas para o público)
CAIO: Senhor?
JESUS: Pode falar.
CAIO: Onde é que tá a Tia Aline?
(Jesus vira o corpo de Caio em direção à professora.)
JESUS: É só andar em frente, que ela já, já te
encontra. (Jesus beija a cabeça de Caio e o garoto vai falar com a Tia Aline)
TIA ALINE: Tá faltando o Caio, gente. Cadê ele?
(As crianças começam a se olhar, demonstrando não terem
percebido a ausência do aluno cego.)
CAIO: Tia Aline!
TIA ALINE: Caio, você se perdeu? Por que não pediu
ajuda pra chegar até aqui?
CAIO: Eu pedi, mas um homem lá fora disse que era cego
também. O outro pediu pra ir em frente.
TIA ALINE: Graças a Deus que você voltou. Vem pra cá. (a
professora posiciona o aluno no centro da fila única)
TÉO: (usa um tom arrogante) Piada isso, né? Onde é que
já se viu, o cego procurar ajuda com outro cego?
JESUS: Não é tão diferente da sua situação: você vive
em pecado e só dá ouvido a quem não quer se santificar.
(Téo abaixa a cabeça.)
TIA ALINE: Muito bem, pessoal: vamos ensaiar de novo
aquele hino pra festa da Páscoa. Posso ouvir um “amém”?
CRIANÇAS: Amém!
(Todas as crianças cantam a música “Te ver”. Enquanto
se pode ouvir a introdução, Jesus segura a mão de Téo e ambos sentam ao chão
para acompanhar o ensaio.)
CRIANÇA SOLISTA: Estava aqui admirando o céu
Tentando Te imaginar
Vendo a beleza de Tua criação
Deus, me deu vontade de Te ver.
CRIANÇAS DO SEXO MASCULINO: Você deve ser tão lindo, o Teu
rosto tão amável
Tão incrível que jamais eu poderia explicar
Se o mar já me extasia e o céu já me impressiona
O que eu irei sentir quando no céu eu Te olhar?
TODAS AS CRIANÇAS: Mas eu só sei que o meu desejo é Te ver
Mas o meu maior desejo é Te ver
Enquanto a Terra é o meu lar, eu vou viver
Esperando pra Te ver
Mas eu só sei que o meu desejo é Te ver
Mas o meu maior desejo é Te ver
Enquanto a Terra é o meu lar, eu vou viver
Esperando pra Te ver
CRIANÇAS DO SEXO FEMININO: Você deve ser tão lindo, o Teu
rosto tão amável
Tão incrível que jamais eu poderia explicar
Se o mar já me extasia e o céu já me impressiona
O que eu irei sentir quando no céu eu Te olhar?
TODAS AS CRIANÇAS: Mas eu só sei que o meu desejo é Te ver
Mas o meu maior desejo é Te ver
Enquanto a Terra é o meu lar, eu vou viver
Esperando pra Te ver
Mas eu só sei que o meu desejo é Te ver
Mas o meu maior desejo é Te ver
Enquanto a Terra é o meu lar, eu vou viver
Esperando pra Te ver
(As crianças saem do templo uma a uma, restando em cena
Tia Aline, Téo e Jesus. A professora pega o celular e liga para o seu marido.)
TIA ALINE: Oi, Bruno. O juiz já chegou? Ainda não? Mas eu tenho fé que hoje você vai sair de posse de vitória daí. Liga pra mim pra dizer o resultado. Que Deus te abençoe, meu amor. Beijo. (deixa o templo)