-Como assim, Cissa? Pelo tal de “varão valoroso”?- após
dezessete segundos de silêncio, ouve-se a manifestação de Beatriz- Que critério
passaste a utilizar para interessar-se por um homem?
-Beatriz, por favor! Não vês que Cissa está falando
seriamente?
-Por isto mesmo, Olívia. Por isto mesmo que pretendo dar uma
bela de uma chacoalhada nesta garota! Estás nos afirmando que gostas daquele
gajo?
-O que eu disse foi que acredito estar apaixonada. Mas não
tenho a dimensão do que sinto exatamente, e não citei por quem nutro o que
sinto.
-Obviamente, falas do tal Valente Valença. Desde que o
saxofonista sem eira nem beira surgiu na tua vida, só falas sobre ele, de como
ele é simpático, acessível, bonito...
-Não te entendo. Sinceramente, Beatriz, compreendo-te cada
vez menos! Não foste tu a minha maior incentivadora? Aquela que tantas vezes
disse que eu deveria mudar de ares, investir uma nova paixão?
-Com alguém que valha a pena, e não com um tipo livre de
qualquer perspectiva! Se eu soubesse que tu cogitarias sair com um pé-rapado,
teria sugerido o celibato!
-Meu Deus, parece que esta conversa que estamos tendo não é
real. Como é possível que vocês não se deem conta dos absurdos que estão
falando? Clarissa, não podes usar o tal de Vicente como válvula de escape para
o seu sofrimento!
-Valente- Cissa corrige a amiga.
-Por que não pode? Fico estupefata com teus juízos de valor,
sempre empurrados goela abaixo para nós todos! Não foi isto que o canalha do
Ricardo fez com a nossa amiga? O problema é o saxofonista ser tudo aquilo que a
Cissa abomina!
-O problema com Ricardo ela resolve com ele! Ela não precisa
envolver uma terceira pessoa nesta história, ele não te fez nada!
-Calma, Olívia, eu não quero esquecer o Ricardo ou me vingar
dele envolvendo-me com o Valente. Apenas estou dando a mim mesma o direito de
começar uma nova história. E é inegável o quanto Valente faz com eu me sinta
atraída.
-Vamos aos fatos, Cissa: tu não suportas crentes, que por
natureza já são insuportáveis, e ainda por cima não trocou meia dúzia de
palavras com ele. Falou-te coisas bonitas? Minha querida, não nasceste ontem
para não saber que é parte da natureza masculina.
-O que tu pretendes? Frequentar a igreja com o intuito de
conquistá-lo? E se conseguires, farás o quê, Clarissa? Vais descartar o rapaz
por já ter conseguido o que querias? Por já ter cansado-se dele?
-Olívia, pares de levar as coisas a ferro e a fogo. Não quero
um envolvimento com Valente por conta do que aconteceu com o Ricardo, nem com
qualquer outro homem! O que eu quero é construir uma história com alguém que me
interessa, qual é a tempestade que vocês fazem nisso?
-O Valente é uma pessoa, Clarissa! Tem sentimentos como tu!
-Pares de tomar as dores do saxofonista pedinte, Olívia!
-Sabes de quem é a culpa disso, não, Beatriz? Tua! Se não
tivesses ficado no ouvido da Cissa...
-Olhem só, não finjam que eu não estou aqui. Eu sei bem o que
quero para a minha vida de agora em diante!
-Às custas da infelicidade de outra pessoa?
-Olívia, eu gosto do Valente de verdade.
-Assim, sem mais nem menos? Não faz nem um mês que tu conheceste
esse gajo, Cissa!
-Nisto, eu terei que concordar com a Olívia. Queres um
compromisso sério com um homem do qual não sabes quase nada, só que ele veio
das ruas?
-O que eu sei é mais do que suficiente: Valente é alguém que
vale a pena. De longe, podemos ver que ele não tem a certeza do quanto é
especial, mas é. Sem contar na fé que ele tem. Quase uma coisa inabalável!
-Eu não acredito que eu estou ouvindo isto- Beatriz fica nervosa
e anda em círculos- Não és tu, Clarissa. Não podes ser tu!
-Fabiano, que é o pastor da igreja, disse que no próximo
sábado terá um culto para casais à beira do mar. E convidou Valente para tocar
durante a pregação. Talvez resida nesta noite a oportunidade para dizer tudo
que eu quero viver ao lado dele.
-Por que tu não pões o joelho no chão e pedes orientação,
como todo cristão faz? Ou achas que ele te aceitará sem colocar a igreja no
meio? Um relacionamento amoroso evangélico nunca é a dois, ao que me consta. É
você, o homem que tu ama e o Espírito Santo...
-Não sejas ridícula, Olívia! Esta conversa mole de protestante
que se guarda e que...
-Já não basta viveres na promiscuidade, agora és mal-educada
também? Se não tens nada de importante para falar, deixa que eu coloco um pingo
de juízo na cabeça de Clarissa e calas essa boca de uma vez! Cissa, ponhas a
mão na consciência. Se usares este rapaz sem estar, de fato, amando-lhe, os
dois vão pagar caro pela tua teimosia.
-Conheces-me tão bem e acreditas que sou mulher de desistir,
Olívia?
-O que mais jogarás fora quando teu passatempo perder a
graça? A comunhão com todos? A dignidade, que já parece ter ido ao espaço? É
tão difícil assim valorizar-se sem precisar acabar com a vida de um homem?
-Minha decisão já está tomada. Vou declarar-me ao Valente. E
depois, se ele quiser ter-me como namorada, veremos. Só que, calada diante do
que eu vivo por ele, eu não fico mais.
Olívia leva as mãos à cabeça, e Beatriz não está nem um pouco
satisfeita com o possível envolvimento entre os jovens, mas por razões
diferentes de sua irmã. A teimosia acaba por criar uma tensão naquele
apartamento, menor que a de Joana, certa de que a situação enfrentada pelo
orfanato será difícil de ser revertida. Pela manhã, após suas orações, a madre
encontra o mesmo professor que aconselhou Olívia a investir em uma
pós-graduação no exterior. Chega a surpreender o quão cedo ele faz a visita ao
Lar do Menino Tobias, caminhando vagarosamente pelos corredores quase vazios.
-Posso ajudá-lo?- Joana desconfia do misterioso homem.
-Sim. Estou procurando a Madre Joana. Soube que posso
encontrá-la aqui.
-Sou eu mesma, senhor. Em que posso ser útil?
-Vim aqui para entregar-lhe isto- abre a carteira e entrega
um cheque.
-Do que se trata?
-Fiquei sabendo que o orfanato tem passado por sérias
dificuldades financeiras. Então, eu resolvi contribuir para que, de alguma
forma, possamos reverter o quadro e ele não chegue a fechar. Pode abrir.
Joana encontra uma quantia de noventa mil euros preenchida no
cheque dado pelo professor.
-Isto é uma brincadeira?
-Longe de mim, Madre.
-Não pode ser... É muito mais do que precisamos ou
imaginamos!
-Sei que farão bom uso deste dinheiro. E posso ver o quanto
as crianças são amadas neste lugar.
-Desculpe, senhor, eu não sei nem o que dizer.
-Não precisas dizer nada. Só entregue o cheque ao diretor.
Ele saberá administrar.
-Que Deus abençoe ao senhor. Eu... Eu posso trocar um abraço
contigo?
-Calma, Madre, não precisa ficar assim.
-Mas é que é inacreditável. Ontem mesmo, eu estava
desesperada porque o diretor disse que teríamos que dispensar algumas crianças para
contenção das dívidas.
-Ainda bem que não foi necessário nem anunciar aos meninos.
Entrariam em pânico só de imaginar.
-Como o senhor ficou sabendo do problema do orfanato?
-Digamos que eu sempre ajudo quando sei que precisam de
ajuda.
-Eu não tenho como agradecer-te, nem como recompensar-te, mas
eu sei que Deus não vai deixar o senhor um só momento. Ele vai honrar-te pelo
que fizeste a essas crianças- Joana, em prantos, abraça o professor- Obrigada!
Muito obrigada!
-Terei que ir, tenho um compromisso.
-Mas o teu nome? Não vais dizer o teu nome?
-Alguém precisa de mim neste momento. Mas vá. Vá e entregue o
cheque ao diretor.
Joana sai correndo, e o professor volta para a universidade.
Na frente do local, passa por Tato e Michel, que estão conversando após muitos
dias sem se verem.
-Por que tanto tempo sem entrar em contato comigo?
-Sabes que é tudo uma novidade pra mim, Michel.
-Entendo. Mas eu não quero que este afastamento perdure para
sempre.
-Nem eu. Só que precisas me entender. Por mais que eu queira
repetir tudo que vivido naquela noite, e eu quero repetir, não vou correr o
risco de tudo vir abaixo.
-Tudo bem, Tato. Eu também não quero prejudicar a você. Tanto
é que marquei este encontro num terreno neutro.
-Não tão neutro assim. Esqueceste que toda faculdade é
movimentada?
-Só que ninguém nos conhece. Fiques tranquilo, eu não quero
expor o que sentimos e não vou fazê-lo, exceto se tu me pedires.
-Ouças-me: o que estamos vivendo pode muito bem ser vivido.
Não pretendo, e nem vou, causar uma indisposição com a minha família.
-Tato, não quero que faças isso. Se é de teu agrado que
vivamos no anonimato, que fiquemos, então. O que eu te peço é que não
interrompas nada, nem transformes nada em lembranças.
-Deixes que eu te diga uma coisa: aquela viagem ensinou-me a
passar os meus dias sem preocupações com o futuro. Já que estamos tão felizes,
Michel, passemos a desfrutar do presente- os rapazes apertam as mãos- Prometas
para mim somente uma coisa.
-O que tu queres?
-Mesmo que tudo que passamos e ainda passaremos venha à tona,
não me deixes seguir qualquer caminho sem ti.
-Isto nem precisaria ser pedido. Atenderei-te sempre.
A preocupação de Michel naquele instante era saber do futuro,
sem ter a mais remota ideia do que faria. Iniciativa era o que não faltava para
a sua irmã, que na noite daquele sábado, caminhava pela praia. E não havia nada
que remetesse à reflexão do que Beatriz e Olívia disseram, e sim a declaração
que pretendia fazer a Valente. A oportunidade era à beira do mar, onde a
Comportas do Céu realizava um culto exclusivamente para casais, mas que contou
com a participação de Valente porque... Bem, primeiro porque deve haver um
pretexto que possibilite o encontro entre os dois jovens; segundo porque
Fabiano e Nete viram de longe o potencial que todos nós conhecemos, e
acreditaram que algumas canções de fundo embalariam bem o aspecto romântico da
ocasião.
-Ouçam com atenção, irmãos: marido e mulher não são para
ficarem unidos somente quando ambas as partes estão em plena felicidade. Casais
só podem ser chamados de verdadeiros casais quando um se mostra disposto a
acompanhar o outro no sofrimento, quando o marido sente que a dor de sua esposa
não pode ser só dela, e sim dele também. O nome disso é empatia, irmãos. Em
todos os aspectos da nossa vida, não somente focando no lado amoroso,
precisamos ser dotados do sentimento empático. Varoas guerreiras, não se
envolvam na esperança de que a vida será o mesmo mar de rosas da lua de mel,
porque não é.
-Como é, Fabiano?
-Deixa-me terminar a pregação, abençoada...
-Cuidado com o que vais falar, não... – Nete lança mão de um
timbre ameaçador.
-Uma vida a dois não é fácil, mas os casais na terra
formaram-se justamente para este fim: não ficarem sozinhos. Hoje em dia, muitos
casam pensando na própria separação e afirmam: “se der certo, deu certo. Se não
funcionou, separamo-nos e tentaremos com outras pessoas”. Mas na prática não
deve ser assim. Um homem que desiste na primeira tentativa não pode ser considerado
como tal. Além dele, aquela com quem ele divide a vida também será afetada por
qualquer decisão que ele se atrever a tomar- Cissa vem chegando exatamente
naquele instante- Nas discussões mais banais, tantas coisas são jogadas ao
vento, e muitos tentam se defender ou atingir as parceiras, afirmando que elas
tentam colocar palavras torpes em suas bocas... Ei!- a interjeição é proferida
em alto e bom som, chamando a atenção dos transeuntes de um movimentado asfalto-
Já que tens tantas palavras a serem ditas em meio a uma acalorada discussão,
comecem a pedir ajuda Àquele que pode todas as coisas, inclusive salvar o vosso
matrimônio!
-Glórias a Deus- alguns dos fiéis, mais exaltados, procuram
honrar a Deus, subentendido no discurso de Fabiano.
-Queres deixar tuas esposas por conta de problemas que podem
ser resolvidos? Ouçam-me com atenção, meus amados: o possível é
responsabilidade sua e de sua mulher, apenas o impossível é uma especialidade
de Deus. Conversem, dialoguem, busquem, sentem-se para colocar os anseios e as
angústias de um casal! Se nem assim conseguirem salvar vossos casamentos, abram
espaço para o agir Daquele que morreu na cruz para salvar aos pecadores. Só
peço que não desistam, sabem por qual razão? Porque o Noivo Fiel, sabendo que
há no altar uma noiva tão fiel quanto, não a deixa esperando. Sejam tão fieis
quanto o Noivo. Sejam fiéis aos princípios cristãos que tanto defendem. Sejam
igreja!
Fabiano recebe uma salva de palmas, sendo que Nete mostra-se
comovida diante da pregação do marido. Por um breve momento, olha ao lado e
acena para Cissa, já de olho no saxofonista, que se coloca atrás do pastor para
orar junto com ele, durante a bênção de encerramento do culto. Ouve-se, antes
da iniciativa, a glorificação do conjunto de cônjuges.
-Aleluia!
-Exaltado seja o Teu nome, Senhor!
-Toda honra, toda glória e todo louvor sejam dados a Ti,
Jesus.
-Santo, santo és Tu, Senhor dos exércitos...
-Nosso Deus e nosso Pai- Fabiano toma a palavra novamente e ora
pelos presentes no local, uma tenda improvisada contendo o saxofone de Valente,
as Bíblias de Nete e de seu esposo e um pequeno púlpito- Cubras com Tua
inigualável bênção os filhos teus que aqui estão. Despede-nos em paz e segurança,
e com a certeza de que a Tua palavra, nesta noite, fez morada em nossos
corações para não mais sair deles. Assim, eu Te agradeço por tudo que Tens
feito, e que a graça maravilhosa do Senhor, nosso Deus, o Seu amor e as doces
consolações do Santo Espírito estejam conosco agora e para todo o sempre...
-Amém- os membros completam a despedida.
Lentamente, Cissa vem caminhando pela areia, na mesma
velocidade em que Nete aproxima-se do mesmo alvo que a intempestiva jovem:
Valente Valença. Antes, um elogio vindo do marido.
-Parece que tocaste melhor do que nos dias normais.
-Imagina, Padre... Digo, Pastor...
-Sem problemas. Fico feliz de teres resolvido a tua situação
financeira.
-Devo agradecer não só a Deus, mas ao senhor também, porque
sei que oraste por mim, tanto quanto eu mesmo.
-Que é isso? Não tens nada que me agradecer. Vou recolher
algumas das cadeiras e carregar até o caminhão que me emprestaram. Podes vir
comigo?
-Claro, só deixa-me guardar o saxofone.
-Também fico muito feliz por teus novos rumos, varão
valoroso- Nete dirige-se ao músico quando seu marido está afastado.
-Bem como eu supunha: a alcunha pegou como coqueluche...
-Mas voltando ao que eu dizia, Davi...
-Valente!
-Ora, pois que seja! Ainda bem que conseguiste um emprego
fixo. Ao menos não terás desculpas para permaneceres naquele antro de perdição
chamado Lisboa Noite.
-A senhora não é aquele canal internacional, o tal de Globo
que é retransmitido por aqui, mas o “Vale a Pena Ver de Novo” é seu programa
favorito porque...
-Digamos que tua personalidade é muito atraente aos olhos de
qualquer ser humano. Foste um gajo sem grandes ambições, conquistaste
admiradores de teu trabalho mesmo ganhando pouquíssimo, arranjaste um emprego
tão rapidamente que, se estivesse nos Estados Unidos, chamariam a ti para
assumir a pasta do Ministério da Fazenda. Realmente, és um homem pitoresco.
-Seja lá o que este adjetivo signifique, muito obrigado. Mas
ainda prefiro o “varão valoroso”.
-Tua ascensão foi tão rápida que estou plenamente desconfiada
de que tu fazes parte dos Iluminatti.
-Hã?
-Esqueças. Mas deves ter notado que muitos querem saber tuas
curiosidades.
-Pensei que o apelido já explicasse tudo sobre mim, ou pelo
menos fizesse uma alusão a quem eu sou.
-Mas não faz!
-Esta criatura não vai parar de falar?- Cissa pensa alto, sem
ser ouvida.
-Já leste toda a Bíblia Sagrada em um ano?
-Acho que não conseguiria, é um texto muito extenso e...
-Vais ter que começar com isto. E, a propósito, qual é o teu
livro bíblico preferido?
-Bom, por conta do nome do lugar onde eu sempre vivi, e
também da história do próprio, o meu favorito é o livro de Tobias.
-Vais ter que parar com isto! Com licença.
-Ela não te dá trégua mesmo, não?
-Cissa, o que estás fazendo aqui? Este culto foi para casais.
-Quem sabe isto é um sinal de que formaremos um, já que tu
também estás aqui?- a indagação cora Valente- Estava passeando e deparei-me com
o culto, mas nem veio à minha cabeça que ele seria realizado aqui- mente.
-Desculpe, mas tenho te achado meio preocupada. O que houve?
-É que... Estive pensando justamente em você quando te vi
aqui.
-Em mim? Falei alguma coisa de errado na igreja?
-Impossível, tu pareces ser perfeito!
-Isto, sim, é impossível.
-Não consegues ver?
-O quê, Cissa?
-Duas coisas: o quanto tu amas a Deus e o quanto eu amo-te?
-Não podes estar falando sério. Veja-me, Cissa! O que podes ver num gajo como
eu?
-O que o teu coração puro não te permite ver. Valente... -
aproxima-se com uma voz suave.
-Tu conheceste a mim há pouquíssimo tempo, como podes estar
apaixonada?
-Eu não sei, juro que não sei. Se soubesse, daria a minha
vida em troca da resposta.
-Podes até gostar de mim, mas não a ponto de querer ficar
comigo. Tua natureza é outra. Queres alguém que se assemelhe a ti.
-Ou que se diferencie tanto a ponto de levar-me para mais
perto de Deus. O meu coração sabe que és tu, e pulsa só de pensar em ti. Sei
também que ficas louco para correr até mim, esperando que eu diga o que estás
ouvindo agora. Dá-me uma chance, Valente. Dês a nós dois uma chance.
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