-Não vou permitir que tu nos exponhas desta maneira, em um
hospital!
-Que se dane o lugar onde estamos! Eu quero ver qual é o nível
mais baixo que vais atingir, seu mentiroso!
-Clarissa, calma! Não estás vendo que o Valente está
convalescente?
-Por que será, hein, Hélio? Porque salvou a vida do teu
irmão. Mas não foi nenhum ato de altruísmo, não... Foi por ele, pelo Otávio.
-Valente, como foi que tiveste coragem de fazer isto com a
tua noiva?- Fabiano passa a recriminá-lo.
-Colocaste a tua vida em risco para poupar a vida do pai de
um desviado?- Nete chega à mesma conclusão que os demais.
-Eu não fiz nada por conta do Tato, eu nem mesmo sabia que o
seu pai estava internado aqui. Ele não me contou nada. Aliás, eu não sei nem do
paradeiro do Tato!
-Ah, por favor! Acreditas que enganarás a quem, Valente?
Dirás que o fato de estarem Kleber e tu na mesma clínica não passa de
coincidência?
-Meu amor, eu não tenho motivos para mentir, muito menos para
ti.
-Mas é isto que estás fazendo, e descaradamente.
-Clarissa, o Valente deve estar exausto da operação. Acho
melhor que tu converses com ele em outro momento...
-Que operação, Hélio? Eu levei pontos porque fui ferido no
meio da rua, quando saía do orfanato! Cissa, fales com a Madre Joana, ela pode
confirmar que eu estive lá hoje...
-Para quê? Aquela mulher protege a ti como se fosse tua
própria mãe. Não duvido que deves tê-la deixado de sobreaviso para confirmar a
trama que tu mesmo inventaste!
-Pelo amor de Deus, prestes atenção na loucura que estás
dizendo-me, Clarissa! Agora afirmarás que a madre mente? A madre?
-Tanto ela como tu!
-Gente, por favor, esta discussão não vai levar-nos a nenhum
lugar- Fabiano procura acalmar Cissa, sem sucesso.
-Não tires a razão de Clarissa, Fabiano. Estão muito nítidos
os interesses escusos que este gajo tem ao submeter-se a um transplante. Bem
que eu desconfiava que o tal Tato era um lobo debaixo da pele do cordeiro, e eu
dizia: “cuidado, vai te devorar”!- Nete faz menção a uma composição musical angolana
de sucesso.
-Irmã, Portugal é um país de primeiro mundo. Óleo de peroba
não é tão caro assim para que tu passes em tua imensa cara de pau! A senhora
jamais falou comigo a respeito do Tato, nem mesmo colocou-se contra o fato de
abrigá-lo em minha própria casa!
-Agora revelaste a tua verdadeira personalidade...
-Nete, basta!- Fabiano tenta impedir a esposa de prosseguir
discutindo.
-Com o que te chocas? A senhora é declaradamente intolerante
há tempos e ninguém diz cousa alguma!
-Valente!- Hélio fica surpreso com o comentário.
-É isto mesmo, Hélio. Cansei de ter que ficar calado mediante
as insinuações que vocês andam fazendo! Por que não perguntam abertamente quem
eu sou, em vez de ficarem especulando?
-Especulações estas pelas quais tu és o único responsável.
Será que tu não vês que a nossa vida começou a desandar quando puseste aquele
pilantra na casa que vai ser nossa?
-Alto lá, eu não admito que tu fales do meu sobrinho desta
maneira!
-Tu não tens nada a admitir, Hélio. Se fosse para tomares
alguma atitude, terias tirado aquele verme da casa do Valente! Sabem de uma cousa?
Eu não vou ficar aqui, protagonizando esta discussão que não vai mais a lugar
nenhum, como bem disse o Pastor Fabiano. Estou farta de tuas desculpas, e agora
também das tuas mentiras!
-Clarissa, se saíres daqui, eu não vou procurar-te!
-Agora vais apelar para a chantagem emocional? Queres que
ninguém desconfie da tua falta de pudores, do caso que estás tendo com aquele
parasita?
-Sempre estou tentando justificar-me do que faço e do que
deixo de fazer, para agora ter que aturar as tuas acusações? Acredites naquilo
que te convém, Clarissa. O esforço que eu poderia fazer para convencer-te de
alguma cousa não será feito. Prefiro eximir-me daquilo que pensas a meu
respeito.
-Quanta teatralidade! Pretendes assumir o papel de vítima,
mas a única vítima desta história nojenta sou eu, Valente! Nunca vou perdoar-te
pelo que fizeste comigo...
Abalada, a jovem sai correndo da clínica, sendo seguida por
Nete e Fabiano, nervosos com o desespero da moça.
-Desculpa-me, Valente. Eu não sabia que causaria todo este
alvoroço. Pensei que a Cissa soubesse de tudo.
-Claro que não, não houve tempo... Não soube de tudo o quê?
-Da tua iniciativa em salvar a vida do meu irmão.
-Hélio, estás a cometer um terrível engano!
-Óbvio que eu não acredito num envolvimento que tanto se
ventila por aí entre tu e o meu sobrinho...
-Pela fé, queres deixar-me sozinho?
-Tudo bem, eu não quero causar mais conflitos. Mas eu quero
agradecer-te pelo ato em prol do Kleber.
-Saias!
-OK, conversamos depois... –Hélio deixa a enfermaria.
-O que mais falta acontecer, Senhor amado?
E olhe que, só para aquele mesmo dia, faltam muitas coisas!
Lopes, por exemplo, vem pessoalmente ao leito do saxofonista e lhe traz uma
notícia surpreendente, algumas horas depois do tumulto causado por Hélio.
-Como estás agora, Valente?
-Tirando um corte de canivete na barriga, um chefe que não
sabe interpretar contextos e uma noiva em fúria, eu estou maravilhosamente bem.
-E é a mais pura verdade.
-Como assim?
-Valente, estou a conceder-te alta médica. Já podes voltar
para casa.
-Sabes o que é, Doutor? É que... Como é que eu direi isso,
meu Deus? Acho melhor passar mais uma noite aqui, em observação. Vai que eu
tenha uma recaída e precise voltar, não é mesmo?
-Estás com medo da conta astronômica que cobrarei por ter
suturado a tua barriga, certo?
-Corretíssimo!
-Despreocupa-te. O teu melhor amigo pagou as despesas
hospitalares.
-Perdão, acho eu que não entendi.
-Aquele homem que, segundo relatos, trouxe-te para a clínica,
é professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Cheguei a ter
aulas com ele, e é uma pessoa iluminada.
-O senhor terá que desculpar minha sinceridade, mas é difícil
de acreditar.
-Que o professor pagou a tua conta?
-Que tu tiveste aulas com ele. O senhor tem cara de quem
conhece a andropausa de trás para a frente enquanto ele, se muito tiver, tem
uns trinta e poucos anos!
-A jovialidade e vivacidade do professor são cousas que eu
nunca entendi. Bom para ele, não?
-Meu Pai, que dia é este?
-Em quinze dias, voltes aqui para que haja a retirada dos
pontos.
-Prefiro ir ao posto de saúde.
-Cortesia da casa. Um gajo tão em alta conta do professor
deve ser alguém realmente especial.
-Só posso dizer... Obrigado.
-Disponhas- Lopes deixa a enfermaria, e Valente levanta para
voltar ao seu prédio. Não sabe ele que, ao abrir a porta do elevador, vê a
noiva batendo descontroladamente a porta do apartamento duzentos e um.
-Cissa?
-Tu estás aqui? Não deverias estar no hospital recuperando-se
do transplante?
-Ah, não. De novo não! O que aconteceu agora para bateres
feito uma louca desvairada?
-Vim dizer umas boas verdades frente ao teu... Bem, tu sabes
o que ele é, não?
-Foi realmente bom estares aqui.
-Contigo eu não quero dialogar.
-Mas falarás. Pensas que depois daquele escândalo todo
ficarei sem direito à defesa? Estás muito equivocada- Valente destranca a
porta- Vejas bem o que está sobre o sofá.
Cissa lê o recado que tato deixou para o amigo músico.
-"Não fiques preocupado comigo. Tive que resolver um
problema, e acho que somente eu posso resolvê-lo. Mas eu estou bem. Só peço-te
que não deixes de orar por mim. Um abraço. Tato". O que isto quer dizer?
-Que Tato não me pôs a par do problema vivido por seu pai;
portanto, não tinha como eu saber e doar um rim!
-Isto não prova cousa alguma! Deve ser uma evidência falsa,
plantada por vocês dois em conluio!
-Quanta imaginação! Já pensou em escrever uma sequência para “O
Espetacular Homem-Aranha”?
-Não trates o meu amor como uma brincadeira.
-Tampouco tu ouses tratar a mim como se eu fosse um traidor.
-Mas é exatamente o que penso a teu respeito.
-Olhes a lixeira. Vejas a quantidade de comida que eu ingeri
antes de ir ao orfanato hoje. Alguém que faz cirurgia não se entupiria logo
cedo. As taxas seriam mais elevadas que a Torre Eiffel!
-Eu já falei que não vim aqui para conversar contigo, e sim
dizer o que penso diante daquele imbecil!
-Com esta gritaria, certamente ele sairia do quarto. Prova
cabal de que o Tato não está aqui!
-Só de ouvir tu mencionares o nome daquele sujeito, eu sinto
vontade de matar os dois!
-O que eu preciso fazer para que tu entendas que eu não fiz
operação nenhuma para salvar o irmão do Hélio?
-Ora, por favor, não me tomes como uma tola! O próprio Hélio
admitiu que tu fizeste a cirurgia para doar um dos teus rins. Queria ver se
fosse eu a paciente, e não ele. Pagaria todo o dinheiro do mundo para saber se
tu farias o mesmo sacrifício.
-Não digas bobagem! Tanto faria como faço. Mas eu não tenho
nada a ver com a cirurgia do Kleber, ponhas na tua cabeça!
-Queres saber como eu posso convencer-me de que tu e Tato não
têm nada além de uma simples amizade? Coloca-o para fora do nosso apartamento!
-E quanto a ti? Em que momento irás colocar-se em meu lugar?
-Aquele imbecil está acabando com a tua reputação e com o
nosso noivado, será que não entendes? Terás que escolher entre ele ou eu!
-Pretendes o quê com isto? Pressionar-me?
-Se toda esta situação absurda não te é o bastante, quem sabe
assim entendas o quão nociva é a presença do Otávio nesta casa?
-Cissa, não vais usar-me como se fosse eu uma peça de jogo!
-Nem eu serei usada para ser ridicularizada pelo homem que eu
escolhi! Já não aguento mais o que estás fazendo para torturar-me!
-A decisão de dar um teto a ele coube exclusivamente a mim!
-Mas está afetando esta porcaria de relacionamento, seu
idiota!- a agressividade da vendedora fez Valente parar de rebatê-la por alguns
segundos, completamente devastado com o ódio demonstrado pela moça.
-Hoje mais cedo, eu arrisquei a minha vida por conta de algo
que me remetia a ti. Depois, fui humilhado. Não pela sexualidade que tu alegas
desconhecer, mas por declarar, em alto e bom som, que eu não sou homem para que
confies em mim. Agora, resume o nosso romance de quatro anos à “porcaria”?
-Valente, tu entendeste bem o que eu quis dizer.
-Com certeza. O grande problema deste caos que virou a nossa
vida íntima é que ele pode revelar mais segredos teus do que os que
supostamente eu guardo, não é?
Irritada, a moça chega até a porta do apartamento e declara,
para depois deixar o prédio.
-Interpretes da maneira que te for conveniente!
Lentamente, o saxofonista caminha até a porta e a cerra. Em
seguida, senta-se no sofá, onde chora em silêncio pela mais recente discussão.
Tudo está mais calmo na clínica, quando Kleber acorda e vê a esposa velando o
seu sono enquanto o irmão, ainda enganado por si mesmo, pode vê-lo por uma
janela do quarto.
-Dora.
-Fales, querido.
-Por que o Hélio não entrou?
-O médico só permitiu uma visita por vez, meu amor. Como
estás a se sentir agora?
-As dores passaram. Eu fui operado?
-Já. Foi uma verdadeira tormenta, mas a espera acabou. Daqui
a nove dias, nós voltaremos para casa.
-Quem foi?
-Quem foi o quê, Kleber?
-Quem doou o rim para mim? Se tiver sido alguém que ainda é
vivo, eu quero agradecer. Foi o Hélio?
-Não, meu amor. Quando o Hélio chegou, o Dr. Lopes já havia te
levado para o centro cirúrgico.
-Verdade. Agora eu lembro. Mas ninguém descobriu de quem se
trata?
-Não. Permanece o mistério. Querido, eu vou à cantina da
clínica, e o Hélio ficará contigo, está bem?- Dora beija a cabeça de Kleber,
que ouve a conversa entre a esposa e o seu irmão.
-Acho que descobri.
-O quê, Hélio? Estás a falar do doador anônimo?
-Por incrível que pareça, trata-se de Valente Valença.
-O teu saxofonista?- Dora fica atônita, e Kleber fecha os
olhos, fingindo voltar a dormir- Tu tens certeza, Hélio?
-Certeza eu não tenho, mas ele estava aqui na clínica, com um
curativo no mesmo lugar que o meu irmão. Tudo indica que foi ele, Dora.
-Como podes ter tanta certeza?
-Primeiro porque o Valente não é utente de planos de saúde.
Segundo porque é coincidência demais o Kleber e ele estarem internados no mesmo
lugar. Terceiro porque ele deu entrada na clínica pela manhã, exatamente quando
o Kleber foi operado. O que eu não entendo é como ele ficou sabendo da situação
do Kleber antes de mim.
-Só se o Tato contou-lhe.
-Mas como? O Tato nem deu as caras por aqui. Acho até que ele
nem saiba do que houve com o pai.
-Otávio sabe, sim. Ontem eu fui procurá-lo no apartamento do
Valente e intercedi pelo Kleber. Meu filho negou a ajuda ao pai, mas deve ter
comentado algo do tipo para o gajo que mora com ele.
-Dora, como tu pudeste? O Tato esperava que tu o procurasses
para uma reconciliação com o Kleber. Agora está claro para ele que a tua
prioridade é o pai, e não o filho.
-Eu precisava fazer algo para salvar a vida do Kleber, estava
desesperada!
-Então, tudo se encaixa. O Tato contou ao Valente o problema
de meu irmão e ele ofereceu-se para fazer o teste de compatibilidade.
-Nem tudo está tão claro assim, Hélio. Por que o Valente se
sujeitaria a doar um rim ao meu marido? O Kleber o detesta por pensar que ele
vê o Tato com segundas intenções.
-As cousas mudaram de figura, Dora. Mesmo que Kleber e Tato
não voltem a se falar, a vida do meu irmão estava em risco. E o Kleber jamais
aceitaria um rim doado pelo Tato, já que estão sem se falar.
-Nem do tal Valente.
-Por isto a história do doador anônimo. Se o Kleber soubesse
que o Valente seria o doador, teria recusado-se a fazer a operação.
-Talvez o Tato não tenha contado ao Valente o problema do
pai.
-Por que pensas nesta hipótese?
-Porque ontem eu fui ao Recifeeling
procurar-te, e contei para a Alessandra que o Kleber estava passando por um
problema grave e que estava internado aqui. No mesmo momento, havia começando o
show do Valente.
-Tu achas, então, que...
-A Alessandra pode ter soltado a informação ao Valente e ele
veio checar.
-Seja como for, as duas suposições levam a crer que o Valente
é o doador misterioso.
-Mas ainda há pontas soltas, Hélio. Caso o Tato tenha
convencido o Valente de doar o rim, por que ele ainda não apareceu aqui, para
visitar o pai?
-A rusga que o Tato tem com o Kleber é forte demais, Dora.
Nenhum dos dois dará o braço a torcer.
-Seja como for, o importante é que o meu marido está a salvo.
E se foi mesmo o Valente quem o salvou, que Deus o recompense.
No tarde do dia seguinte, Olívia e Nicolas estão no Sófocles,
o restaurante que fica situado no interior da universidade em que ambos fazem a
pós-graduação. Na mesa de número 4, longe do balcão da gerência, os amigos
conversam.
-Gosto bastante de escutar as canções de Carla Abigail,
Centro Cristão da Cidade, HopeSound... São os meus preferidos. E tu? Ouves o
quê?
-Como assim?
-No que é tocante à música gospel. O que ouves?
-Bem, eu... Gosto muito do que toca no momento, sabe? Coisas
que elevam um pouco a nossa alma e, principalmente, o nosso espírito.
-Cites alguma. Quem sabe eu não goste, Nicolas?
-Como gosta da minha companhia?
-Talvez até mais.
-Olha, eu gosto muito daquela... Daquela que toca na novela
evangélica, que foi reprisada um dia desses. Depois que começaram a repetir, eu
me apaixonei, entende?
-Por isto que eu acho importante avaliar o produto que o
nosso ecrã exibe. Não é todo produto agradável e construtivo. Mas é
interessante como, neste país, a dramaturgia bíblica vem conquistando cada vez
mais espaço.
-Realmente, porque... Desculpa o que eu vou falar, Olívia.
-Fiques à vontade, Nicolas.
-Mas é cada nojeira que passa na televisão daqui. Mãe batendo
na filha com direito a revide, prostituição, sexo, falta de ética, vilão que só
é punido no final, criminalidade... Sinceramente... O pior é que essas coisas
não saem do ar porque tem gente que se alimenta dessa lavagem cerebral.
-Pois é. Tem gente que acompanha novela para lazer, mas liga
o televisor e vê o quê? Uma extensão das notícias sangrentas do telejornal.
-Horrível. Esse tipo de coisa nem pagando entra na minha
casa.
-Dois guaranás pra mesa 4- anuncia o gerente, a respeito das
latas de refrigerante solicitadas por Olívia e Nicolas.
-Eu vou buscar no balcão...
-Não, senhorita. Eu convidei, eu faço questão de trazer.
-Tu não existes, Nicolas...
O gerente faz anotações virado de costas para Nicolas, e ele
aproveita a distração para colocar um pequeno comprimido efervescente numa das
latas, trazendo a bandeja de plástico à mesa em que está com Olívia.
-Vamos brindar?- Nicolas entrega a lata aberta à mestranda e
um canudo, abrindo o seu refrigerante em seguida.
-A quê, Nicolas?
-Ao nosso sucesso, tanto no mestrado quanto no doutorado.
Saúde.
-Saúde, então- os jovens brindam e Olívia bebe o
refrigerante.
-Posso te confessar uma coisa, Olívia?
-O quê?- continua ingerindo a bebida.
-Eu tenho pra mim que a gente vai viver momentos mais felizes
ainda.
-Deus queira, Nicolas.
-Nada como me cercar de pessoas exatamente como você.
-O que eu tenho de tão especial?
-A sua fé. Ela te faz diferente de todas as moças daqui.
-Não devo ser a única protestante aqui no Brasil.
-Disso eu sei, mas fé como a sua, Olívia, vai ser difícil de
encontrar novamente...
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