CENA 1
Um
letreiro sobre um fundo preto avisa: “baseado em um lugar que não existe mais”.
(fundo
musical: “Jack Soul Brasileiro (Jørd & Mojjo remix)”- parte instrumental)
O
episódio mostra a fachada do imóvel no qual se localiza o consultório do
psicólogo Douglas Rodrigues. A placa vem com a inscrição “Dr. Rodrigues: sua
autoestima ou sua grana de volta”. Quando a música de fundo cessa, Vlaviano
aparece deitado numa cadeira reclinável.
DOUGLAS:
Como se sente hoje?
VLAVIANO:
Sinceramente? Vendo o mundo de uma maneira diferente.
DOUGLAS:
O que te leva a essa impressão? Talvez o seu ego se enxergue de uma maneira tão
pessimista que tudo ao seu redor te pareça hostil demais. Ou, pelo menos, de
uma forma que você não consiga reconhecê-lo, a ponto de se inserir nele.
VLAVIANO:
É só a cadeira que quebrou e não me deixa levantar, Douglas. Para de achar uma
explicação científica pra essa infraestrutura malfeita.
DOUGLAS:
Verdade, eu havia esquecido que ela estava com defeito. O que você tem de novo
pra me contar?
VLAVIANO:
Nada. A minha vida é inerte.
DOUGLAS:
Você desembarcou de Parintins até aqui só pra me dizer isso?
VLAVIANO:
Porque tu és meu psicólogo há três anos, criatura!
DOUGLAS:
(vai até a janela) E escuto as mesmas coisas que você fala como se fosse um
esquete eterno de “Chaves”. Sabe o que deveria fazer?
VLAVIANO:
Não faço a menor ideia.
DOUGLAS:
Sei que o teu problema é a falta de emprego.
VLAVIANO:
O maior deles.
DOUGLAS:
Talvez a solução seja partir pra outra área, algo que não esteja exatamente de
acordo com aquilo que você estudou.
VLAVIANO:
Vocês, psicólogos, não aconselham a gente a fazer o que der na telha?
DOUGLAS:
Se fosse assim tão simples, eu estaria esquiando em Bariloche; não caçando um
ar-condicionado em Manaus. O que você quer é dinheiro, e eu tô tentando ser o
mais objetivo possível.
VLAVIANO:
Me fazendo desistir de ser escritor? Isso não é ser objetivo, é ser destrutivo!
DOUGLAS:
Já foi pra entrevistas de emprego?
VLAVIANO:
Já.
DOUGLAS:
Participou de seleções?
VLAVIANO:
Uhum.
DOUGLAS:
Fez concurso?
VLAVIANO:
E não passei, pra você ver que reprovado em concurso não é lenda da Amazônia,
não.
DOUGLAS:
Entregou currículos pra profissionais que não tenham a ver com a área da
escrita?
VLAVIANO:
Perdi a conta de quantas vezes. Inclusive a última foi há uma semana.
DOUGLAS:
Que interessante. Mandou pra quem?
VLAVIANO:
Acredite se quiser, foi pra um psicólogo.
DOUGLAS:
Uau! Será que eu conheço o colega de profissão?
VLAVIANO:
Vê todo dia. Principalmente quando se olha no espelho. Eu deixei uma cópia do
meu currículo contigo.
DOUGLAS:
Sério?
VLAVIANO:
Muito. Numa das sessões você falou que a faxineira do consultório vai entrar
numa licença-maternidade.
DOUGLAS:
Como você é meu paciente, eu prometi que ia olhar com muito carinho.
VLAVIANO:
Carinho é o preço dos pecados que eu pago, porque de baratos eles não têm nada.
Você triturou meu currículo.
DOUGLAS:
(vira-se para Vlaviano) Olha, eu sei que você tá a perigo, mas essa mania de
perseguição é surreal.
NARRADOR:
“A PERIGO”: sem dinheiro ou muito tempo sem manter relações íntimas.
VLAVIANO:
Douglas, eu não acho que exista um motivo forte pra eu começar a ouvir mentiras
aqui.
DOUGLAS:
Calma, rapaz. Acontece que pra esse tipo de emprego é necessário ter
experiência.
VLAVIANO:
Você botou uma placa lá fora dizendo que não precisava de experiência.
DOUGLAS:
Além do mais, você é meu paciente. Eu não teria coragem de triturar um
documento que pode mudar a sua vida.
VLAVIANO:
Mas triturou. Consigo ver na lixeira as sete primeiras letras do meu nome.
Botei até em negrito. Fonte Arial, tamanho 28.
DOUGLAS:
É que... Eu tenho um paciente homônimo que eu atendo nas quartas-feiras à
tarde.
VLAVIANO:
Quantas pessoas chamadas Vlaviano você conhece?
DOUGLAS:
Bem, a nossa sessão terminou. Pode passar no caixa e pagar a consulta.
VLAVIANO:
Quando colar meu currículo, a gente conversa. Boa tarde.
(fundo
musical: “Farol (Kaloze, Nogue, Vhenace remix)”- parte instrumental)
Douglas
fica sozinho em seu consultório, completamente constrangido com o confronto com
Vlaviano.
CENA 2
(fundo
musical: “Adrenalizou (Gabe Pereira remix)”- “dona de grandes feitos/ acelera
os batimentos/ não sei como vou controlar”)
A
nova cena começa exibindo a entrada da sede da Pharmanveres, empresa criada por
Maria Clara. Paloma segura o microfone e começa uma transmissão televisiva.
PALOMA:
Este local foi o cenário de inúmeras reportagens na última semana. Os
telejornais do Brasil e do exterior tentam entender como o maior laboratório
farmacêutico do Amazonas virou o centro de uma polêmica. Para entender melhor o
problema, o nosso programa entrevista hoje a dona desse império: Maria Clara
Anveres. Como vai, querida?
MARIA
CLARA: Poderia estar melhor, longe das páginas de fofoca e perto das matérias
da revista “Saúde”.
PALOMA:
Maria Clara, queremos que tudo seja esclarecido o mais rápido possível e, pra
isso, realizamos essa entrevista exclusiva. Mas é claro que você não construiu
tudo isso do nada. De que forma você descobriu que farmácia era o ramo no qual
você queria estar o resto da sua vida?
MARIA
CLARA: Quando eu me submeti à atividade de dar a luz.
PALOMA:
Você tem filhos?
MARIA
CLARA: Não, mas eu tive um professor na faculdade, Tenório, que me disse que
todo trabalho universitário que você faz é um parto.
Maria
Clara, então, lembra do dia em que terminou de redigir um trabalho, mas é posta
numa maca de maternidade, como se estivesse, de fato, dando à luz.
ENFERMEIRA:
(posicionada em frente à moça) Força, Maria Clara. A criança está quase
nascendo!
MARIA
CLARA: E a mãe desse bacuri morrendo, eu quero anestesia!
ENFERMEIRA:
Só mais um pouco, Maria Clara!
MARIA
CLARA: (faz uma cara de dor) Grrr!
ENFERMEIRA:
Nasceu... É uma menina linda.
MARIA
CLARA: Me deixa segurar, por favor. Oi, meu amor. Você é linda mesmo. Eu perdi
a conta do quanto que eu te esperei chegar.
ENFERMEIRA:
Que nome você vai dar pra ela?
MARIA
CLARA: O nome dela vai ser “Como não gripar depois de tomar a vacina da gripe”.
ENFERMEIRA:
Isso tudo?
MARIA
CLARA: Mas ela já tem um apelido: “Monografia” (Maria Clara segura, enrolado
numa manta, o seu trabalho de conclusão de curso).
ABERTURA
A
web série passa a exibir a sua abertura, e canção que a embala é “Melhor
sorriso (João Conti & Luccas remix)”. As imagens são dispostas da seguinte
forma:
-
os créditos abrem com a inscrição “uma web série criada e escrita por Gabriel
Arenas” e a abertura mostra Maria Clara ostentando um sorriso perfeito; em
seguida, os atores que vivem os papeis, além de dar destaque a quem desempenha
Paloma;
-em
contraste com a imagem anterior, Vlaviano demonstra que não tem um de seus
dentes;
-
Maria Clara mostra todo o rosto, demonstrando plenitude;
-
Vlaviano aparenta estar assustado;
-Maria
Clara aparece com três vestimentas diferentes, à esquerda do vídeo. A primeira,
uma blusa simples; a segunda, a beca de sua formatura; a terceira, um tailleur;
-Vlaviano
também surge no vídeo com três figurinos: uma camisa azul-marinho, uma camiseta
da mesma cor e uma camiseta vermelha, que traz a frase “tingi pra parecer que
eu comprei”;
-o
Colégio Providencial aparece em cena;
-depois,
o consultório de Douglas;
-
para dar fim à sequência de locais, o laboratório da Pharmanveres;
A
parte instrumental final da vinheta mostra os olhos e as bocas de Paloma e de
Douglas, sem revelar o rosto completo de ambos. Na sequência, Maria Clara e
Vlaviano alternam suas posições pelo cenário, sempre se mantendo em lados
opostos. E no centro aparece Vlad, com uma aparência tão tranquila quanto a da
empresária. A imagem dos três é rapidamente distorcida para a volta do logotipo
da série, mas não sem antes trazer os créditos:
Direção
de fotografia: KODAK ULTRA COM 36 POSES;
Cenografia:
PAREDES DE PAPELÃO;
Figurino:
GRIFE ARDC (“A ROUPA DO CORPO”);
Edição
final: MAL-FEITA, POR SINAL;
Produção
de arte: OBJETOS ADQUIRIDOS NA LOJA DE R$ 1,99;
Caracterização:
PAINT;
Produção
de elenco: TODO ESCOLHIDO PELO INSTAGRAM;
Produção
musical: QUALQUER CANÇÃO REMIXADA;
Escrita
com ÓCIO;
Produção:
DA NETFLIX É QUE NÃO É;
Direção
artística: FELIPE LIPSTEIN.
O
logo da web série é exibido, com a palavra “catch” exibindo duas setas, cada
uma apontando uma direção diferente.
Volta-se,
então, à sede da empresa, onde a entrevista é realizada. Paloma prossegue.
PALOMA:
Clara, o que mantém a polêmica acesa do medicamento que você lançou é...
MARIA
CLARA: Que eu quis lançar, não é? Porque até agora eu não o coloquei no
mercado.
PALOMA:
Pelo visto, nem vai. O que tem a dizer sobre isso?
MARIA
CLARA: Estou há dois anos e meio estudando os benefícios da administração do
Semancol, minha querida. E sei o efeito que ele causa também. Por conta disso
que eu pretendo colocá-lo nas farmácias de todo o Brasil, e diluído numa dose
que venha em um preço acessível.
PALOMA:
É óbvio que a senhorita sabe. Assim como todos os que foram cobaias do seu
experimento. Pessoas que, dias depois do acontecimento, passaram a sofrer
alucinações frequentes. Algumas, inclusive, tiveram que ser recolhidas por
clínicas. A senhorita sabia disso?
MARIA
CLARA: Paloma, eu não sou nenhuma alienada, nem moro numa ilha. A imprensa não
me deixa esquecer, se é o que você pensa. Acontece que atribuir essas
alucinações à administração do Semancol é uma irresponsabilidade. Pior ainda
por se tratar da minha empresa.
PALOMA:
A que a senhorita atribui as denúncias feitas pelas suas próprias cobaias? A
coincidências?
MARIA
CLARA: Eu acredito que exista um complô contra mim.
PALOMA:
Organizado por quem?
MARIA
CLARA: Se eu soubesse, não estaria nesse programa tentando limpar a minha
imagem, não acha? Mas é lógico que existe. A minha vida não tá um caos à toa.
Por que querem me destruir, eu não sei.
PALOMA:
Talvez isso não se trate de um caso de armação, e sim de saúde pública. A vida
de várias pessoas foi colocada em risco depois de elas terem vindo até aqui.
MARIA
CLARA: Você se sente ameaçada aqui, por acaso?
PALOMA:
Eu não estou em discussão, suas cobaias estão.
MARIA
CLARA: Então, que provem que o medicamento causa realmente essas alterações. Porque
a minha pesquisa é clara: o remédio é desenvolvido para despertar os instintos
que conduzem os pacientes à satisfação pessoal. Não há relação com drogas
ilícitas ou algo do tipo.
PALOMA:
Ocorre que algumas das cobaias fizeram exame toxicológico e foi acusada a
presença de um elemento alucinógeno. As datas da contaminação batem com as dos
testes feitos aqui na sede da empresa.
MARIA
CLARA: Que provem, então, que foram afetados aqui. Eu não tenho mais nada a
dizer.
PALOMA:
Ao que parece, a senhorita quer encerrar a entrevista pra fugir do assunto.
MARIA
CLARA: Pense o que te der na telha. Você não queria uma entrevista exclusiva
comigo? Eu já te dei. Pode encerrar a transmissão. Não aguento mais esse
inferno que estão fazendo na minha vida. Com licença.
(fundo
musical: “Perigo (Dallass remix)”- “tô correndo perigo/ sem conseguir agir/
essa mina vicia/ me causa extasia/ e eu não quero fugir”)
PALOMA:
Aqui é Paloma Oliveira, e essa foi mais uma entrevista exclusiva para o
programa “Chicoteando”. Boa noite.
CENA 3
Vlaviano
está em um ponto de ônibus e seu celular toca no bolso de sua calça.
(fundo
musical: “Luz que me traz paz (Astronauts & Deep Motion remix)”- parte
instrumental)
VLAVIANO:
Quem é o abestado que tá me mandando mensagem? Só pode ser a Oi pra eu colocar
crédito!
NARRADOR:
“ABESTADO”: imbecil, bobo, tolo.
VLAVIANO:
(passa a ler a mensagem) “Eu tenho a solução do problema que você está
enfrentando. Me encontre amanhã, às três e meia da tarde, no Colégio Providencial.
Não cogite a hipótese de faltar”. Colégio Providencial? Mas quem é que quer me
encontrar no lugar onde eu estudei?
Estamos
apresentando “Catch back”.
(fundo
musical: “Linha de fogo (DJ Corello soul inside remix)”- “dance, dance, dance
mania”)
NARRADOR:
Cultura Inglesa? CCAA? Fisk? Minds? O melhor lugar pra treinar o seu inglês é
aqui!
THIAGO: “Dan-dan-dance! Dan-dan-dance with me!”.
NARRADOR:
Porque se tem uma coisa que essa parada de sucessos não vai fazer é te deixar
parado!
THIAGO: “And now I’m all up on ya, what you expect?
But you’re not coming home with me coming”.
NARRADOR:
Hoje, depois do primeiro episódio de “Catch back”, “Kids graça!”.
Voltamos
a apresentar ”Catch back”.
(fundo
musical: “Linha de fogo (DJ Corello soul inside remix)”- “dance, dance, dance
mania”)
VLAVIANO:
Será que isso é um golpe novo? Já sei: vou salvar o número que me enviou a
mensagem aqui na agenda. Só um minutinho e... Que estranho, o remetente não tem
conta no WhatsApp. Isso deve ser uma proposta de emprego. Tomara que seja, não
vou nem chamar a polícia pra não ser dispensado antes de ser admitido. Mas por
que logo no Providencial? Muito estranho isso. Muito mesmo.
CENA 4
Ivan
desembarca no aeroporto puxando uma mala, aparentando estar calmo até ver
Paloma à sua espera.
(fundo
musical: “Tempo perdido (Anicio, Danne, Vipp remix)”- “não temos tempo a perder”)
PALOMA:
Pensei que essa pós-graduação não fosse acabar nunca mais. O tempo que você
ficou longe pareceu uma eternidade.
IVAN:
Como você sabia que eu vinha pra cá?
PALOMA:
Eu sei tudo o que me interessa. Como você.
IVAN:
Faz tempo que estás me esperando?
PALOMA:
Uma vida toda... Mentira, cheguei agorinha.
NARRADOR:
“AGORINHA”: há pouquíssimo tempo.
IVAN:
Sempre me surpreendendo, hein, Paloma?
PALOMA:
Engano seu. Quando se trata de você, eu sou bem previsível. Aproveitou bem a Espanha?
IVAN:
Bastante. Mas era hora de voltar definitivamente.
PALOMA:
Aposto que se envolveu numa pesquisa nova...
IVAN:
Não. Estudar foi só uma consequência. Eu tô voltando pela causa da minha
distância.
PALOMA:
Queres dizer o quê?
IVAN:
Você, que é jornalista, deve saber. É verdade esse negócio de que a empresa de
Maria Clara fechou?
PALOMA:
As notícias atravessam o Atlântico, não é? Pois é, menino; você acredita?
IVAN:
Muito. É por isso mesmo que eu voltei pro Brasil.
PALOMA:
Como assim, Ivan? O que a Maria Clara tem a ver com essa volta tua?
IVAN:
Tudo. Claro que eu nunca desejei que ela fracassasse, mas... Acho que essa nova
realidade, com a qual ela vai acabar se habituando, vai fazer com que ela pare
de só se ver como empresária e passe a se aceitar como mulher.
PALOMA:
Ou te ver como homem. O homem que ela dispensou há dez anos. Não é isso que
você quer dizer?
IVAN:
As coisas não são iguais como no passado.
PALOMA:
Algumas são. A sua obsessão por ela e o meu amor por você, por exemplo. Só a
ambição dela que cresceu. E esse sentimento talvez não abra espaço pra você.
IVAN:
Paloma, quando eu fui embora, eu deixei bem claro que eu não me sentia
preparado pra assumir nada com ninguém. Até porque meu coração não deixou de
pertencer à Maria Clara, nem mesmo com todo esse tempo de distância.
PALOMA:
Já vi que foi uma perda de tempo te propor esquecer essa mulher.
IVAN:
A gente sempre foi muito sincero um com o outro, Paloma. E tu sabes o quanto eu
te admiro... Mas não vou passar desse limite contigo.
PALOMA:
Admiração... Essa é boa. Vê só, Ivan: eu espero que essa estadia tua no
Amazonas não faça você se decepcionar com ela. Se bem que...
IVAN:
O quê, Paloma?
PALOMA:
O fato de ela ter dito, há uma década, que preferia o trabalho a você. Ela te
separou de mim quando você ouviu que o trabalho era mais importante. E enquanto
você chorava por ela em frente aos pontos turísticos de La Toba, eu devorava
milhares de patos no tucupi enquanto pensava no que poderia ser a vida da gente
se eu tivesse tido uma chance tua.
IVAN:
Acha mesmo que não me dói saber que existe alguém que me valorize e que eu não
consigo ver de outra forma?
(fundo
musical: “À francesa” (Extended club mix)”- “mas os momentos felizes não estão
escondidos/ nem no passado, nem no futuro”)
PALOMA:
Sinceramente? Eu só torço pra que ela não te faça sofrer de novo. Mas que vai
ser difícil, vai. Só vou te dizer uma coisa, Ivan: no dia em que você entender
que eu sou a mulher da tua vida, estarei esperando você avançar o sinal. Porque
quem tem limite, meu filho, é Tratado de Tordesilhas.
CENA 5
Vlaviano
aparece em frente ao portão azul do Colégio Providencial. Estranha rapidamente
a forma como o encontra.
VLAVIANO:
Um prédio fechado há sete anos e me aparece assim, sem cadeado, pra qualquer um
entrar... Tá com uma cara de emboscada isso aqui... Mas não tem presepada maior
do que a minha vida nesse momento (Vlaviano entra no local e encontra um papel
que diz “vá para a biblioteca”). Até o aviso é digitalizado no meio dessas
ruínas todas. Deve ser pra ninguém reconhecer a letra do golpista. Será que eu
ainda sei onde é que a biblioteca fica? Deve ser junto da escada das salas do
ensino médio, se não me falha a memória.
(fundo
musical: “Sentença (Voltech, Ethernal Soul and Deep Motion remix)”- “quando esse
som tocar/ seu coração lembrar/ ‘cê’ vai olhar pra trás”)
Vlaviano
abre a porta da biblioteca, que está com a luz apagada. Ele aciona o
interruptor, mas a luz não funciona. No centro do local, há uma pequena escada
e uma mesa, esta trazendo uma lâmpada e uma nova placa feita de papel, na qual está
escrita “troque a lâmpada”. O desempregado olha para os lados, pensando que é
seguido por alguém, mas não vê ninguém. Deixando a porta aberta, sobe os
degraus da escada segurando a lâmpada. Conectando-a ao bocal, a impressão de
não estar sozinho é reforçada. A lâmpada acende.
VLAD:
Oi.
(fundo
musical: “Se a gente pode sonhar (Zerky remix)”- “não há limites pra você e eu/
eu sei que a gente um dia vai mudar o mundo”)
Vlaviano
cai da escada. Já com as nádegas ao chão, vê o adolescente Vlad aproximar-se
com preocupação.
VLAD:
Tá tudo bem com o senhor?
(fundo musical: “Puro êxtase (Sax in the house
version)”)
Vlaviano
fica assustado com a presença do garoto. A imagem da cena congela na expressão
de Vlad, acreditando que o tombo não teve gravidade.
Os
créditos finais são exibidos pela primeira vez, sobre a figura, com os
seguintes tópicos:
(fundo
musical: “Livre pra viver (DJ Ippocratis ‘Grego’ Bournellis, DJ Silvio Müller,
DJ Cabello e DJ Ricardo Guedes)”- “viver é bom demais/ ninguém vai me prender”)
-abertura:
ZOETROPIC FREE;
-cenografia:
PAINT;
-colaboração:
CLARA ANVERES;
-design
de personagens: PAINT;
-dublagem:
AUDACITY;
-edição:
ANIMOTICA- VIDEO EDITOR/ WINDOWS STORY REMIX;
-efeitos
especiais: É VOCÊ QUE ESTÁ VENDO COISA;
-efeitos
visuais: NERO PHOTOSNAP VIEWER/ MICROSOFT OFFICE WORD/ PICASA 3/ PRISMA;
-músicas:
“À FRANCESA (EXTENDED CLUB MIX)” (Marina Lima)/ “ADRENALIZOU (GABE PEREIRA
REMIX)” (Vitor Kley)/ “DIAS E NOITES” (Veneza)/ “FAROL (KALOZY, NOGUE, VHENACE
REMIX)” (Vitor Kley)/ “JACK SOUL BRASILEIRO (JøRD & MOJJO REMIX)” (Lenine)/
“LINHA DE FOGO (DJ CORELLO SOUL INSIDE REMIX)” (Rosanah Fienngo)/ “LIVRE PRA
VIVER (DJ IPPOCRATIS ‘GREGO’ BOURNELLIS, DJ SILVIO MÜLLER, DJ CABELLO E DJ
RICARDO GUEDES)” (Claudio Zoli) / “LUZ QUE ME TRAZ PAZ (ASTRONAUTS & DEEP
MOTION REMIX)” (Maneva)/ “MELHOR SORRISO (JOÃO CONTI & LUCCAS REMIX)” (A.
D. Z)/ “MEU BEM (GABE PEREIRA REMIX)” (Sharlon Oreano)/ “PERIGO (DALLASS
REMIX)” (R4ulzito & Nith)/ “PURO ÊXTASE (SAX IN THE HOUSE VERSION)” (Barão
Vermelho)/ “SE A GENTE PODE SONHAR (ZERKY REMIX)” (SoFly)/ “SENTENÇA (VOLTECH,
ETERNAL SOUL AND DEEP MOTION REMIX) (Di Ferrero)/ “TEMPO PERDIDO (ANICIO,
DANNE, VIPP CODE REMIX)” (Legião Urbana);
-narração:
GABRIEL ARENAS;
-pesquisa:
DICIONÁRIO INFORMAL/ FACEBOOK/ G1/ YOUTUBE/ WIKIPÉDIA;
-sonoplastia:
AUDACITY;
-trilha
sonora: QUEM VAI COMPRAR?
Esta
é uma obra de ficção baseada na livre criação artística e sem compromisso com a
realidade.
Até
porque, se assim fosse, estaríamos em Pernambuco e não no Amazonas.
Qualquer
semelhança com nomes, pessoas ou acontecimentos reais terá sido mera
coincidência.
Mas,
na boa: você acredita?
©
2020 Joga Fora No Lixo Produções. Todos os direitos reservados. Proibidas as
suas reproduções total e parcial.
SchoolaxoMusical.Blogspot.com
Exibe-se
a vinheta da produtora de todo o conteúdo, a Joga Fora No Lixo Produções. Após
os créditos finais, o vídeo exibe uma chamada para o episódio seguinte.
(fundo
musical: “Dias e noites”- parte instrumental)
NARRADOR:
Próxima quinta- uma figura bem extrovertida cruza o caminho de Vlaviano.
VLAVIANO:
Quem é você?
VLAD:
Pode me chamar de Vlad. E você quem é? Tá fazendo o quê aqui? Como eu vim parar
na biblioteca? Quem te deu a chave? Já foi aluno do Providencial também?
VLAVIANO:
Danou-se! É uma criança ou a Matraca da “Turma do Pateta”?
NARRADOR:
E o retorno de Ivan ao Amazonas pode mexer com o coração de sua antiga paixão.
MARIA
CLARA: (lê uma notícia através do celular) “Ivan Lemgruber, ícone da geografia
nacional, fixa novamente residência em Manaus”. Como será que ele está depois
desses anos todos? Será que virou um baiacu?
(fundo
musical: “Dias e noites”- “viver algo novo”)
NARRADOR:
Próxima quinta- segundo episódio de “Catch back”.
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