Robson
está saindo do hospital quando é parado por um delegado.
-Com
licença, você trabalha aqui?
-Ah,
não. Eu só tô acompanhando meu irmão que tá internado aqui.
-È
que eu sou delegado novo em Itapissuma e me pediram para acompanhar o caso de
um rapaz vítima de violência. O nome dele é... Deixa eu ler aqui...
-Bruno
Bôscoli. Eu sou o irmão dele, Robson.
-Ah,
muito prazer. Eu sou o delegado Guilherme Frazão. Você poderia dar algumas
informações sobre o que aconteceu?
-Socorro!-
os gritos de Mell interrompem a conversa.
-O
que é aquilo?
-Mell!
Essa não... – Robson volta ao hospital, e Frazão o segue.
Quando
os dois chegam à enfermaria na qual Bruno está internado, ele encontra Mell
sendo ameaçada por Débora, cada vez mais impulsionada pelo ódio.
-Pode
dar adeus aos seus dois namorados, meu amor! E você agora só encontra Bruno no
inferno!
-Robson,
me ajuda...
Frazão
agarra Débora e Robson segura Mell, que ainda está se sentindo tonta.
-O
que deu em você, Débora?
-Você
ainda pergunta? Eu descobri tudo. Ouvi sua conversa. Até os taxistas poderiam
me contar em detalhes se eu não tivesse escutado.
-Robson,
me ajuda. Eu tô passando mal... Eu me sinto zonza.
-Alguém
chama um médico, a menina tá passando mal- apela o delegado.
-Débora,
a gente tem que conversar. Tenta se acalmar...
-Eu
não quero nem preciso me acalmar porque não tô nervosa!- berra- Você nem me
conhece, meu amor! Você não viu nada! Quando eu tô explodindo de raiva, eu sou
capaz de cometer uma loucura! Melhor fugir, meu bem, que eu sou de Itapissuma!
Itapissuma!
Doutor
Bráulio passa e entra no local.
-O
que é que tá acontecendo aqui?
-Me
chama um médico que eu tô... Eu... – e Mell desmaia nos braços de Robson, o que
deixa Débora ainda mais furiosa, saindo sem olhar pra trás.
-Débora!-
Robson solta a garota desfalecida no chão e vai atrás da namorada. Bráulio e
Frazão a amparam.
*****
Ao
chegar à parada de ônibus, Débora percebe que o rapaz vem atrás dela e o
ignora, como tem feito com todos. Exceto com Seu Mané, que ainda não fez raiva.
-Débora!
Me perdoa! Eu não queria que as coisas rolassem assim, nem que você soubesse
desse jeito. Eu tive, sim, um lance com ela quando a gente já namorava, mas eu
deixei de lado. Você é a mulher que me importa, é com quem eu quero ficar e
enfrentar tudo. Se você ouviu a conversa, percebeu que ela foi embora da minha
vida porque quis. A última coisa que eu quero agora é magoar...
Um
tabefe é desferido e o silêncio impera.
-Isso
é por você ter tido a coragem de me seguir até aqui pra falar comigo. Agora...
Isso daqui- dá-lhe outro bofete- é por tudo.
O
ônibus chega e ela sobe, olhando pro rapaz com desprezo.
*****
Ao
retornar, ele chega à enfermaria e encontra o médico examinando Mell.
-Não,
doutor, não precisa mais me examinar.
-Como
não?
-Tudo
o que eu senti, aquela vertigem, deve ter sido por causa do susto que a tal de
Débora me fez.
-Tal
não, hein? Olha como você fala- defende Robson.
-Mell,
você vai querer prestar queixa contra essa moça?
-Desculpe,
delegado, mas depois do exame que eu fiz, constatei que ela não pode mais ter
tantas emoções, nem se estressar facilmente.
-Doutor,
quem vai me desculpar é o senhor, mas ela sofreu uma tentativa de homicídio. Eu
sou testemunha.
-Espera
um minuto... Eu só tive uma tontura... Por que eu devo evitar o estresse?
-Porque
você, Mell, está esperando um bebê.
-Como
é?- apavoram-se o delegado Frazão e o Robson. Não vejo motivos...
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