06/01/2013

INGRESSO CRIMINAL/ CAPÍTULO 4: ÀS CLARAS


Robson está saindo do hospital quando é parado por um delegado.
-Com licença, você trabalha aqui?
-Ah, não. Eu só tô acompanhando meu irmão que tá internado aqui.
-È que eu sou delegado novo em Itapissuma e me pediram para acompanhar o caso de um rapaz vítima de violência. O nome dele é... Deixa eu ler aqui...
-Bruno Bôscoli. Eu sou o irmão dele, Robson.
-Ah, muito prazer. Eu sou o delegado Guilherme Frazão. Você poderia dar algumas informações sobre o que aconteceu?
-Socorro!- os gritos de Mell interrompem a conversa.
-O que é aquilo?
-Mell! Essa não... – Robson volta ao hospital, e Frazão o segue.
Quando os dois chegam à enfermaria na qual Bruno está internado, ele encontra Mell sendo ameaçada por Débora, cada vez mais impulsionada pelo ódio.
-Pode dar adeus aos seus dois namorados, meu amor! E você agora só encontra Bruno no inferno!
-Robson, me ajuda...
Frazão agarra Débora e Robson segura Mell, que ainda está se sentindo tonta.
-O que deu em você, Débora?
-Você ainda pergunta? Eu descobri tudo. Ouvi sua conversa. Até os taxistas poderiam me contar em detalhes se eu não tivesse escutado.
-Robson, me ajuda. Eu tô passando mal... Eu me sinto zonza.
-Alguém chama um médico, a menina tá passando mal- apela o delegado.
-Débora, a gente tem que conversar. Tenta se acalmar...
-Eu não quero nem preciso me acalmar porque não tô nervosa!- berra- Você nem me conhece, meu amor! Você não viu nada! Quando eu tô explodindo de raiva, eu sou capaz de cometer uma loucura! Melhor fugir, meu bem, que eu sou de Itapissuma! Itapissuma!
Doutor Bráulio passa e entra no local.
-O que é que tá acontecendo aqui?
-Me chama um médico que eu tô... Eu... – e Mell desmaia nos braços de Robson, o que deixa Débora ainda mais furiosa, saindo sem olhar pra trás.
-Débora!- Robson solta a garota desfalecida no chão e vai atrás da namorada. Bráulio e Frazão a amparam.

*****
Ao chegar à parada de ônibus, Débora percebe que o rapaz vem atrás dela e o ignora, como tem feito com todos. Exceto com Seu Mané, que ainda não fez raiva.
-Débora! Me perdoa! Eu não queria que as coisas rolassem assim, nem que você soubesse desse jeito. Eu tive, sim, um lance com ela quando a gente já namorava, mas eu deixei de lado. Você é a mulher que me importa, é com quem eu quero ficar e enfrentar tudo. Se você ouviu a conversa, percebeu que ela foi embora da minha vida porque quis. A última coisa que eu quero agora é magoar...
Um tabefe é desferido e o silêncio impera.
-Isso é por você ter tido a coragem de me seguir até aqui pra falar comigo. Agora... Isso daqui- dá-lhe outro bofete- é por tudo.
O ônibus chega e ela sobe, olhando pro rapaz com desprezo.

*****

Ao retornar, ele chega à enfermaria e encontra o médico examinando Mell.
-Não, doutor, não precisa mais me examinar.
-Como não?
-Tudo o que eu senti, aquela vertigem, deve ter sido por causa do susto que a tal de Débora me fez.
-Tal não, hein? Olha como você fala- defende Robson.
-Mell, você vai querer prestar queixa contra essa moça?
-Desculpe, delegado, mas depois do exame que eu fiz, constatei que ela não pode mais ter tantas emoções, nem se estressar facilmente.
-Doutor, quem vai me desculpar é o senhor, mas ela sofreu uma tentativa de homicídio. Eu sou testemunha.
-Espera um minuto... Eu só tive uma tontura... Por que eu devo evitar o estresse?
-Porque você, Mell, está esperando um bebê.
-Como é?- apavoram-se o delegado Frazão e o Robson. Não vejo motivos...

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