Gabriela
pensa que o namorado está desacordado, e tenta tocar nele para saber se o
machucou seriamente. Fábio leva a mão direita à cabeça e, aos poucos, vai se
levantando.
-Tá
pensando que vai fugir de mim, é?
-Não
chega perto de mim de novo, senão eu vou gritar!
-Ah,
é? Vai gritar pra quem? – novamente, o adolescente tenta aproximar-se de
Gabriela- Não tem ninguém em casa pra te ajudar.
-Se
você chegar perto de mim mais uma vez, eu não vou responder por mim! Se afasta,
Fábio!
-Hipócrita!
Você não passa de uma falsa, se fazendo de pura, de santinha. Mas eu sei muito
bem a vagabunda que você é...
-Cala
a boca- Gabriela corre pra sala de estar.
-Onde
é que você pensa que vai, hein?
-Fábio,
me larga! Para, que você tá me machucando!
-É
o que eu vou fazer mesmo se você não for pra cama comigo! Por que é que pra
outro você não teve frescura? O que é que ele tinha?
-Fábio,
me solta agora! Eu vou ligar pra polícia! Me solta!
-Tudo
isso é o quê? Nojo que você sente de mim? Por quê, Gabriela?
Caio,
Alice, Eduardo e Ariane chegam à mansão e o pai de Fábio abre a porta para os
demais entrarem na residência.
-Já
te falei que não te traí com ninguém! Que inventaram isso pra separar a gente!
-Mentira
sua! Eu quero saber quem é ele! Quem foi que transou com você? Fala o nome do
filho da mãe, fala!
-É
a voz do Fábio- Ariane reconhece através do tom de voz alterado.
-A
Gabriela deve estar lá em cima com ele- Eduardo sobe às escadas apressadamente,
sendo seguido pelos outros. Gabriela escuta a voz do irmão.
-Socorro,
Edu! Me ajuda!
-Fica
quieta!- Fábio tenta arrastá-la para a cama novamente.
-Gabriela!-
Eduardo entra no quarto correndo, encontrando a irmã com a blusa rasgada e seu
melhor amigo com um semblante agressivo. Ariane, Caio e Alice não deixam de
reparar no estado em que Fábio deixou a namorada, apavorada.
-Graças
a Deus!- Gabriela corre para abraçar Ariane- Graças a Deus que vocês estão
aqui!- chora no ombro da mãe, enquanto Fábio e Eduardo se encaram.
-Filho,
o que foi que você fez?- Alice fica em estado de choque com a agressão sofrida
por Gabriela.
-Por
favor, Fábio... Me diz que você não tentou...
-O
quê, Eduardo? Levar tua irmã pra cama? Pena que eu não consegui, outro passou
na minha frente.
-Ele
tá louco, Mãe!- Gabriela soluça enquanto relata o assédio sofrido por Fábio-
Disse que... Que eu tinha traído ele com outro cara...
-E
não foi isso mesmo que você fez, piranha?
-Lava
a tua boca pra falar da minha irmã!
-Calma,
Eduardo...
-Calma
nada, Seu Caio! Ele tentou abusar da minha irmã; o senhor não tá vendo, não?
-Foi
o Vinícius, não foi? Aquele garoto veio aqui quando a gente não tava e te
vendeu droga de novo, não foi? Responde, Fábio!
-Por
que você acha que agora tudo que eu faço é efeito de droga, Mãe? Relaxa, que
Vinícius nem veio aqui. O que eu queria mesmo era dar um susto nessa cretina.
-Mentira
tua!- Gabriela dispensa o abraço de Ariane- Se eles não tivessem chegado, sabe
lá o que você tinha conseguido fazer comigo! Como é que você pode ser tão
cínico de negar o que tentou contra mim, Fábio?
-Mesmo
se eu tivesse conseguido, não ia te dar o que você não quisesse. Ou que já não
tivesse experimentado com outro.
-Já
te falei pra tomar cuidado como fala com a Gabriela, não foi?
-Você
é idiota de acreditar nela! Essa piranha aí não me engana mais!
-O
que é que você ia fazer, hein?- Eduardo aproxima-se do rosto do amigo- Fala na
minha cara o que você tava querendo com ela!
-Nada
que ela não saiba. Fica tranquilo, cara. Relaxa. O que ia rolar não era nada
que a piranha da Gabriela não soubesse fazer.
-Fábio,
eu só vou te falar uma vez: fica longe da minha irmã.
-Pela
cara de vocês, aposto que todo mundo já deve saber do que rolou aqui em casa
mais cedo. Tá com medo de quê, Edu? De que eu leve a Gabriela pra uma boca de
fumo, que ela vire uma “noiada”? Olha que, se eu fosse a sua mãe, tava mais
preocupado se a minha filha virasse uma “vagaba”... E não foi isso que ela
virou mesmo, cara? Também, né? Fazer o quê se o lema da família é: “piranha
filha, piranha mãe”?
Sem
se conter, Eduardo responde às provocações de Fábio dando um soco em seu rosto,
mas acaba provocando mais a ira do adolescente, que decide atacá-lo com um
golpe certeiro em seu abdômen. Caio e Alice seguram o filho.
-Para!
Chega!- grita Caio.
-Tira
ele daqui, Ariane, por favor!
-Chega
perto da minha irmã de novo e eu acabo contigo! Nunca mais fala com ela, ouviu?
Senão eu quebro a tua cara!
-Você
não passa de um imbecil! Tua mãe acabou com a minha família e a tua irmã é
uma...
-Cala
a boca, Fábio! Já chega!
-Eduardo,
não vai pra cima dele! Vamos pra casa!- pede Gabriela.
-Não
dá ouvido a essa piranha da tua irmã, não! Cai dentro, Eduardo! Quê que é? Tá
com medo de mim, é, palhaço?- Fábio é interrompido quando a namorada o
esbofeteia.
-Eu
não sei quem foi que inventou essa mentira pra você. Mas de uma coisa você pode
ter certeza, Fábio: eu nunca vou te desculpar pelo que você fez.
-Só
tem uma coisa que eu quero de você, e não é teu perdão, não. É distância!
-Vem,
minha filha! Vamos embora daqui. A gente não tem mais nada pra fazer nesse
lugar- Ariane ampara Gabriela e acompanha Eduardo até o carro.
-Que
é que vocês dois estão esperando? Eu quero ficar sozinho!
-Não
acredito que você teve coragem de tentar estuprar essa moça, Fábio! Por que
isso? É pra punir nós dois?
-Porque
ela fez por merecer, Pai! Ela me traiu!
-Gabriela
não ia chegar a tanto. Ela ama você como nós dois, meu filho!
-Fez
a tua cabeça direitinho, não foi, Mãe? Mas ela me traiu, sim! E eu tenho prova
do que tô falando! A santinha do pau oco ficou grávida de outro cara e perdeu o
bebê no acidente!
-Eu
ponho a minha mão no fogo por essa moça, Fábio!
-Por
ela ou pela Ariane? Pra você ia ter muita vantagem meu namoro com a Gabriela,
porque ia ficar perto da mãe, né?
-Definitivamente,
você está fora de si. Amanhã mesmo eu vou tomar minhas providências.
-Não
dá pra ferrar mais a minha vida do que vocês todos já fizeram, pode ficar certo
disso.
-Se
engana, Fábio. Nesse estado lamentável eu não vou te deixar. Vamos embora,
Alice- Caio e a ex deixam o quarto do filho, que arremessa o abajur caído
contra a porta assim que os dois saem.
-Ele
vai me internar... O Caio vai me trancar numa clínica, mas eu não vou deixar
ele acabar comigo! Eu tenho que sair daqui! Eu tenho que sair dessa casa!
-Vinny,
me escuta...
-Como
é que você fez uma coisa dessas com o Diego, Bete?
-Eu
não fiz nada! De onde você tirou que eu...
-Eu
ouvi sua confissão, Bete! Você matou o Diego jogando ele da escada, e fazendo
parecer que foi acidente!
-Mas
eu não tenho culpa! Você ouviu seu pai dizendo que encontrar o Diego morto no
carro, não foi culpa minha! Ele tava drogado, se esqueceu?
-Porque
você fez parecer que foi assim!
-Olha
aqui: você não ouviu nada! Nada que saiu atrás dessa porta, entendeu? O Diego
tá morto, coloca isso na sua cabeça!
-Ele
te amava, Bete. O Diego era louco por você, e você conseguiu ferrar com a vida
dele!
-Você
quer entrar? A gente pode conversar, eu te explico tudo e...
-Para!
Para de tentar me enrolar. Eu não quero conversar com você, eu não quero mais
nada que venha de você. Sai do meu caminho!
-Que
ética nasceu em você de repente, não foi, meu querido? O que foi? Deixou de
negociar com uma traficante pra virar homem de bem, que nem o paizinho amado?
-Eu
nunca acabei com a vida de ninguém por causa do meu cigarro!
-Pensa
bem se não. O mundo anda muito violento, Vinícius... Já pensou se você tem sua
parcela de culpa?
-Você
é muito nojenta! Olha pra você, Bete, sendo fria falando da morte do teu
namorado!
-O
que é que você ouviu? Hein? Não pode provar nada! Vai jogar que verdade na
minha cara? O que você acha que ouviu? Até as paredes sabem que você não se
aguenta em pé quando tá sob efeito de crack!
-Você
acha que tá por cima da carne seca, mas não é assim, não. Os pais do Fábio já
sabem que ele é viciado!
-Como
você?
-Só
que o pai do cara tem dinheiro, é influente. Se ele joga meu nome na roda, sobra
até pra você.
-Até
onde eu sei, eu só sou mais uma usuária de drogas. Não sou traficante... Aos
olhos de todo mundo, eu compro aos outros.
-Por
que foi que você matou o Diego? E quem é esse tal de Nonato?
-Você
andou escutando demais, pelo visto... Isso não é bom...
-E
você falando alto demais. O que foi? Consciência pesada, é?
-Desaparece
da minha frente, escroto! Você não vai dizer uma palavra a ninguém do que
conversamos aqui, entendeu?
-Agora
você quer que eu seja cúmplice de um assassinato também?
-Presta
atenção, Vinícius: o Diego morreu num acidente porque tinha usado droga e
perdeu a direção do carro! O assunto acabou aqui! E se eu desconfiar de que teu
pai ou a polícia sabem de alguma coisa, eu vou atrás de você e calo a tua boca
pra sempre.
-Eu
não tenho medo de você. Tenho nojo mesmo!- Vinícius desce às escadas e Bete
tenta empurrá-lo, mas o modelo sente a mão da moça nas suas costas e a
imobiliza, fazendo-a cair sentada sobre os degraus.
-Eu
dou tudo que você quiser. Te arranjo qualquer coisa que eu tenha, não cobro
mais nada, perdoo até o que você tá me devendo.... Só não ferra com a minha
vida, por favor.
-E
pensar que esse tempo todo eu não vi quem era você...
-O
Diego ia me entregar pra polícia, eu não podia deixar! Vinícius, ele ia acabar comigo!
-Pode
deixar, Bete. Eu vou ficar calado, sim. Mas nunca mais você chega perto de mim.
Finge que não me conhece- Vinícius deixa o sobrado.
-Ele
vai contar... Mais cedo ou mais tarde, esse miserável vai dar com a língua nos
dentes! Que inferno! Eu vou ter que calar a boca dele... Não... Se o pai dele
desconfiar, pode ser que ele venha atrás de mim e descubra tudo. Como é que eu
faço pra manter o Vinícius quieto? Se eu for atrás do Luciano, a polícia
inteira vai ficar na minha cola... A não ser que... Claro. Isso aí, Bete!-
declara aos risos- Assim ele nunca vai falar.
O
dia seguinte reserva uma aula extra para os alunos do colégio à tarde. É também
o último dia de aula para Victória, que será surpreendida por uma festa de
despedida organizada pelos alunos da turma. Vinícius não consegue deixar de
pensar no que descobriu sobre Bete, mas fica reticente quanto à despedida da
modelo. Os dois seguem acompanhando as aulas. Vez ou outra, trocam um olhar de
quem tem muito pra dizer, mas preferem ficar em silêncio.
Nem
todos os alunos estão presentes nesta despedida. Fábio está em sua casa,
trancado no quarto e insone. Viu o dia amanhecer através de sua janela do
quarto, e a casa permaneceu um silêncio absoluto durante boa parte do dia.
Alice chega, diversas vezes, a espiar o filho pela fechadura da porta. Via-o
deitado ou sentado no chão.
Gabriela
e Eduardo são acompanhados da mãe, Ariane. A moça passa parte do seu dia
chorando, sendo consolada por seus familiares. Eles, entretanto, não contam da
conversa que tiveram com Caio e Alice na noite anterior. Ela também não quer
mencionar a noite de horror que teve com o namorado, sendo assim respeitada
pela família.
Bete
fica recolhida em casa, mas começa o dia executando a ideia que teve após
Vinícius deixar o sobrado. Pega o celular e liga para Sal, outro dependente
químico. O rapaz atende ao telefone rapidamente.
-Fala,
Bete.
-Cadê
o Lipe, teu irmão?
-O
Lipe... Ele saiu- mente, ao mesmo tempo que olha para o rapaz.
-Sei
que você tá mentindo, mas não é sobre isso que eu quero falar.
-Bete,
eu sei que a gente tem uma dívida contigo... A gente vai pagar, só dá um tempo
que dá pra arranjar a grana.
-Tá
perdoada.
-O
quê?
-Desculpo
a grana que vocês dois estão me devendo.
-Peraí,
você tá falando sério?
-Que
foi, Sal?
-A
Bete disse que vai perdoar a dívida da gente.
-Não
falei que você tava mentindo? Sabia que o Lipe tava aí.
-Quer
dizer que você ligou só pra saber onde o meu irmão tava?
-Por
mim, você e esse bosta podem ir pro quinto dos infernos que não vão me fazer a
menor falta.
-Mas
ligou pra cobrar?
-Não,
Sal. Pra negociar. Vocês não vão ter que pagar nenhuma dívida se fizerem os
dois o que eu quero.
-Serviço
pra nós? Diz aí o que é, Bete.
-Apagar
alguém.
-Tá
de brincadeira, né?
-Sal,
vamos cair na real? Vocês precisam de drogas, eu preciso que vocês matem
alguém. Se vocês fizerem o que eu tô mandando, eu não só acabo com a dívida
alta que você e seu irmão têm comigo, como também dou carta branca pra vocês
pegarem droga de todo tipo, quando e onde vocês quiserem.
-A
gente não é assassino nem bandido, Bete.
-Bandidos
são, sim. São “de menor”, mas não são réus primários. Foram presos por roubo.
Assassinos vocês vão ser se alguém descobrir. Se fizerem direito e ninguém vir,
tá bom demais.
-Do
que é que ela tá falando, Sal? Que história é essa de assassino?
-Bota
o Lipe no celular, vai.
-Bete
quer falar contigo- passa o celular para Lipe.
-Tô
ouvindo, Bete.
-Convence
seu irmão a participar do plano. Vai ser, no fim das contas, mais vantajoso pra
vocês do que pra mim.
-Você
quer que a gente faça o quê? Mate uma pessoa?
-Pra
quem já é assaltante, Lipe, dar fim em alguém não significa muita coisa. Tem
que ser hoje. Vocês vão calar a boca de alguém pra mim.
-Tá
bom. Mas... Como é que vai ser isso?
-Hoje
o colégio vai ter aula até o finalzinho da tarde. Eu quero que vocês abordem
uma pessoa e anunciem um assalto.
-E
se ela reagir?
-Melhor.
Todo mundo vai dizer que a tragédia aconteceu porque ela não quis ser roubada.
-Lipe,
a gente não vai topar essa parada, não! E se der ruim pra gente?
-Diz
pro teu irmão que é só vocês ficarem “arribados” por um tempinho, depois vocês
voltam pra casa. O caso não vai ter proporção, ninguém vai se lembrar de quem
morreu. Pensa no que vocês têm a ganhar. Ganhar minha confiança é melhor do que
contrair uma dívida comigo.
-Tá.
Tá legal. Quem é a pessoa?
-Vocês
estão no PC?
-Tá
ligado aqui.
-Presta
atenção: eu vou mandar o link da foto de perfil dela e vocês vão memorizar o
rosto da infeliz. Daí vocês vão esperar na calçada do colégio onde eu estudo.
-Mas
e se ela mudar de caminho? Pode acontecer, não pode?
-A
imbecil age sempre do mesmo jeito, eu sei que ela não vai mudar de caminho.
Você e o Sal têm que agir rápido, porque a garota vai sair do país. Não é pra perder
nenhum segundo, tá ouvindo? E aí? Vão pagar minha dívida desse jeito ou eu
cobro com juros? Se vocês dois não matarem a desgraçada, eu mesma dou um jeito
de fazer alguém vir atrás de vocês e dar um destino pior que o dela. Topam ou
não?
No
final da tarde, Gabriela decide caminhar sozinha por uma praça que dá acesso a
uma ponte. Ouve-se o grito.
-Gabriela!
-Tá
fazendo o quê aqui, Edu?
-Eu
acabei te seguindo. Fiquei com medo de você sair.
-Achou
que eu fosse procurar o Fábio, né?
-Não.
Mas achei que você pudesse fazer alguma besteira.
-Obrigada
por se preocupar comigo- segura a mão do irmão- Eu vou ficar bem, é só uma
questão de tempo.
-Quer
conversar comigo? Desde que a gente voltou pra casa você não disse uma palavra.
-Quero,
sim. Mas, mais do que isso, eu quero entender o que foi que aconteceu ontem à
noite.
-O
que você quer saber, Gabriela?
-Edu,
hoje eu fiquei pensando numa coisa muito estranha que aconteceu. Só depois é
que eu me liguei nisso, mas ainda não tinha entendido.
-Como
assim?
-Ontem,
eu saí de casa depois do jantar e avisei que ia ver o Fábio. Quando eu tava com
ele, os pais dele apareceram junto com você e a minha mãe.
-Você
viu alguma coisa de estranha nisso?- Eduardo busca dissuadir a irmã do tema,
sem êxito.
-Pra
vocês terem ido parar lá, só podia ter acontecido alguma coisa. O que foi,
Eduardo? Por que você e a mamãe foram até a mansão do Fábio, se vocês sabiam
que eu tava lá?
Victória
deixa a festa surpresa preparada pelos alunos da turma e é uma das primeiras a
sair, para não perder o voo. Atrás de um veículo escolar, escondem-se Sal e
Lipe, que vão em direção à modelo. O primeiro aponta-lhe uma arma.
-Parada
aí!
-O
que é isso???
-Fica
quieta e passa a bolsa- enquanto Sal anuncia o assalto, Lipe tenta tirar a
bolsa do ombro de Victória.
-Me
larga! Sai daqui!
-Dá
a bolsa pra ele! Passa a bolsa!
-Sai
daqui!- Victória empurra Lipe, que cai ao chão, encostado a um veículo cinza. A
moça corre.
-Atira
nela logo! Atira!- apela Lipe, em voz baixa. Sal não deixa Victória tomar uma
distância considerável e aciona o revólver. O barulho a faz virar-se para ver
de onde o som veio. Os olhos de Sal, amedrontados em ter disparado, são a
última coisa que a modelo vê.
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