Estou à beira da loucura
Fazendo a formatura
Sem nota no meu Sig@, que conclui
Quero a minha liberdade
Não voltar pra faculdade
Sei que custa conquistar graduaçãoMas, professor, não dá mais
Para ler manuais
Vou passar bem aqui
Não quero mais faculdade
Universidade
Estudar aqui!
Depois de ver no listão
Nome, mais quero aprovação
Me ajude a voltar a viver
Eu prefiro esquecer TCC
Depois de ver no listão
Nome, mais quero aprovação
Me ajude a voltar a viver
Não vou mais tirar zero
Mas me passe, pode ser?
PENSAMENTOS SEM O MENOR SENTIDO- SEJAM ELES WEB NOVELAS, PARÓDIAS, ROTEIROS, ENCARTES FAN MADE OU QUALQUER COISA QUE EU INVENTE DE FAZER.
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29/11/2014
28/11/2014
MENTES/ CAPÍTULO 31: SAIBA QUE O MEU GRANDE AMOR HOJE VAI SE CASAR
Dirigindo um carro, e
enfrentando um trânsito infernal, Bruno chega ao Instituto Mentes. Encontra um
segurança à porta do local.
-Seu Bruno?
-O próprio. Escuta: alguém
veio me procurar?
-A irmã da Virna esteve aqui,
disse que queria ver o senhor.
-É muita petulância daquela
infeliz.
-Eu disse que ela poderia
esperar.
-Ela está aqui?
-Fiz mal em deixá-la entrar?
-Não. Fez muito bem- corre
para pegar o elevador.
Bruno começa a procurar Virna
em todas as salas do instituto, mas não a encontra. Entra em sua sala e vê que nada foi mudado de lugar. Chega à
memória um local em que ele ainda não foi: o terraço.
Em frente ao instituto, há
uma loja de eletrodomésticos. Os aparelhos televisores anunciam, através do
noticiário matutino.
-A polícia montou uma opção
para capturar o ex-delegado Iago Pereira, responsável por investigar os crimes
que eram atribuídos ao arqueólogo Bruno Reinchenbach. Por meio de uma denúncia,
descobriu-se que Iago executou o assassinato de Abílio Cerqueira e armou um
assalto à casa de Bruno, tudo para conseguir incriminá-lo. E o que mais chama a
atenção do público e da mídia é que a mente que está por trás de tudo é
Valentina Viana- aparece a foto da moça- que acusa formalmente o arqueólogo de
matar sua irmã, Virna Viana, que era secretária do Instituto Mentes, de
responsabilidade do próprio Bruno. Ela alega que sua irmã nutria uma paixão
secreta pelo seu chefe e que, diante das investidas que ele recebeu, decidiu
acabar com sua vida. Desde que a participação de Valentina nos crimes foi
considerada pela polícia, a suspeita está foragida.
-A moça que eu deixei entrar-
o segurança começa a discar um número pelo celular- Alô? Eu queria fazer uma
denúncia...
Bruno vai ao terraço, e
encontra Virna olhando para o trânsito. Ela traja um vestido de noiva e segura
um buquê.
-Tive que trocar de roupa no
banheiro. Não ficaria bem uma noiva sair assim pela cidade, não é?- Bruno
percebe o descontrole emocional- Eu sei que não era pra eu me casar de branco,
mas... Acho que não existe nada mais puro do que o amor que eu sinto por
você... Que nós sentimos um pelo outro. Está vendo?- aponta para o buquê, onde
guarda duas alianças- Já pensei em tudo, meu amor. Não há mais motivos pra
gente não ser feliz.
-Jamais pensei que estivesse
tanto tempo convivendo com uma estrategista. Mas tudo bem. Vamos ao que
realmente interessa. Como foi que você matou a Valentina?
-O quê?
-Quer que eu repita? Então,
tudo bem. Como foi que você matou sua irmã e colocou a culpa em mim?
-Bruno, você está errado...
Eu não seria capaz de...
-Se você me contar, eu caso
contigo. Mas se não... Pode esquecer que eu existo. Eu volto pra minha mulher,
pro meu filho, prossigo com as investigações e mando você pro inferno. É isso
que você quer?- Virna se sente pressionada- Fala de uma vez.
-Foi... Um acidente. Eu tinha
que sair de casa porque estava muito nervosa. Transtornada porque você ia se
casar com aquela mulher, com a sem sal da Giovanna. Foi aí que eu consegui uma
arma. Estava disposta a impedir que você se casasse com ela.
-Mesmo sabendo que eu não
tive nada com você, se achou no direito de acabar com a minha vida?
-Mas eu sabia que, com o tempo, você veria que
eu era a mulher certa. Foi aí que eu resolvi ir pra lá. Te observava da
varanda. Eu vi que você me olhou naquele dia, apontando a arma pros
dois. Pensei que você teria alguma reação. Foi
embora, com ela. Junto de vocês, os demais convidados. Foi aí que a Valentina
chegou, de surpresa.
-Abaixa essa arma!
-O que você está fazendo
aqui? Não era pra você estar em casa?
-Eu não vou deixar que você
suje suas mãos por causa desse homem! Olha pra você, Virna! Está se destruindo
por um homem que não quer nada com você, que ignora sua existência! Vamos
embora daqui! Abaixa essa arma... Por favor, Virna, abaixa essa arma- aos
poucos, ela obedece à irmã, mas levanta o revólver novamente, pensando descer a
escada e alcançar o noivo.
-Não! Não! Me solta!
Valentina se joga na frente
da irmã, conseguindo segurar a sua mão armada e levando para baixo, na
tentativa de desestabilizá-la, mas acaba fazendo com que Virna dispare. Sequer há tempo para que Valentina agonize.
Apavorada, Virna espera que
as pessoas saiam e esconde a arma na bolsa que está carregando. Tem a ideia de
assumir a sua identidade. Passa nos lábios do cadáver o batom vermelho que
sempre levava consigo. Enxuga as lágrimas e desce normalmente, para não levantar
suspeitas.
-E como o Iago entrou nessa
trama toda?
-Iago nunca se conformou em
perder a minha irmã pra Leandro. Mas sabia que, por ele ser da polícia, ele
faria alguma coisa. Claro que pra isso, a Valentina teria que pedir.
-Mas como você conseguiu
enganá-lo?
-Valentina era dona de casa,
não se preocupava tanto com a aparência. Fui pra casa dele com um visual
desleixado, chorando muito pela morte da minha irmã. Mas disse que meu
nervosismo tinha a ver com o meu sumiço. Disse que eu pensava em ir ao
cartório, pedi pra ele me procurar lá.
-E pro Leandro não reconhecer
a esposa, como foi?
-Naquele dia, eu voltei pra
casa do mesmo jeito, bem desarrumada, e o Leandro estava de folga, bebendo com
uns amigos. Quando anoiteceu, eu fingi que estava preocupada. Iago foi ao
cartório, achou o corpo da minha irmã. Ela estava com um batom vermelho. Como
Valentina não usava esse batom, era de se pensar que eu tinha morrido.
-Pela roupa, poderia ter
identificado.
-Não. Quando mostraram o
cadáver, só vimos o rosto idêntico ao meu. E quando eu fui ao cartório, a
última coisa que eu pensei foi em me arrumar, ficar bonita, bem-vestida. Nunca
antes eu estive tão igual à Valentina.
-Daí em diante, você
convenceu o Iago que eu era culpado dessa morte e fez ele matar o Abílio, além
de tentar acabar com a Giovanna e o meu filho.
-Além do incêndio. Eu fiz
Iago colocar fogo na minha casa. Só tive de mentir, dizendo que estava
desesperada. Isso foi pra desconfiarem de você e não se cansarem de te
procurar.
-Você acha mesmo que depois
de tudo que me contou, eu ainda vou me casar com você?
-Vai se casar comigo, sim!- e
aponta para Bruno a arma com a qual matou Valentina- Nem que nós fiquemos
juntos por um só dia. Não vai me abandonar, Bruno. Não pode me deixar nunca!
-Não serve nem pra matar uma
pessoa. Quando fez isso, fez por acidente. Continua alimentando as mesmas
ilusões de antes. Nunca eu vou ficar contigo.
-Se você não for meu, não vai
ser de mais ninguém.
-Atira em mim! Atira!- a moça
treme diante da reação de Bruno- Você quer que eu te ensine como fazer isso?-
ele se aproxima de Valentina, que dispara cinco vezes contra o arqueólogo.
Leandro e Novaes estão no
elevador do instituto, prontos para capturar Virna. Escutam os disparos.
-Você ouviu, Leandro?
-É a Virna. Ela deve ter
tentado matar o Bruno.
-Que pena- diz Bruno, ainda em
pé e de maneira assustadora- Acabaram as balas? Se você não tivesse matado a
sua irmã, quem sabe poderia ter me acertado com a última?- Bruno abre a camisa
e revela estar usando um colete- Não estranhou que só o segurança estivesse
aqui hoje? Eu disse pra todos faltarem ao trabalho hoje! Tudo pra eu dominar o
espetáculo que vai ser a sua prisão. Pensa que a polícia já não está chegando
aqui pra te prender, Virna? No fim, eu venci. Como eu sempre venço.
-Você pode até não ser
responsável por tudo que te acusaram, mas tem uma morte que certamente vão te
culpar... – começa, desesperadamente, a recuar- A minha.
-Não se atreva!
-Não tem testemunhas, ninguém
está vendo... Ninguém pode saber que não foi você. Adeus, meu amor…
-Virna, não!
E Virna se joga do terraço do
segundo andar do instituto. Leandro e Novaes chegam, mas não impedem o ato.
-Onde ela está?
-Cadê a Virna, Bruno?
-Lá... Ela se jogou... –Bruno
se ajoelha- Ela se jogou, pra me incriminar...
|||||
Anoitece. Bruno e Leandro
estão esperando informações sobre o estado de saúde de Virna.
-Como ela está, doutor?
-Já tentamos de tudo. É
apenas questão de tempo.
-Eu posso vê-la?
-Bruno, o que você vai fazer
lá?
-Quero falar com ela, mesmo
que seja pela última vez.
-Tudo bem, pode entrar. Mas
não demore muito.
-Prometo que vou ser breve,
doutor.
-O que você quer fazer lá?
-Eu quero contar a ela uma
verdade. Nem que seja pela última vez.
-Não sei se eu tenho coragem
de encarar a assassina da minha mulher. Eu sei que eu deveria ter pena, afinal,
ela pode morrer, mas... Não consigo.
-Está bem, então.
Bruno entra no quarto de
Virna e sente horror em ver todos os hematomas e ferimentos causados pela queda
de sua ex-secretária.
-O que você quer?- fala, com
dificuldade.
-Eu...
-Se pensa que eu vou mudar de
ideia, está enganado. Mesmo que... Eu morra... Você vai ser preso... Como
culpado... Da minha morte... Ninguém viu... Ninguém pode te defender.
-As câmeras viram- neste
momento, Leandro vê a cena e olha para Virna com ódio.
-O quê?
-Eu sabia que você me
procuraria no instituto, quando a minha vida voltasse ao normal. Por isso, eu
coloquei câmeras escondidas lá. As imagens já provaram que seu esforço foi em
vão. Ninguém vai me acusar de ter tentando te matar. E elas gravaram sua
confissão. Iago vai passar muitos anos na cadeia. Já você... Espero que não
sobreviva. Sua pena certamente vai ser pior que a dele.
-Eu odeio você! Odeio... – a
moça tem uma parada cardíaca. Bruno chega ao seu ouvido.
-Disponha.
O arqueólogo sai do quarto,
enquanto os médicos chegam para tentar reanimá-la. Leandro comenta.
-Finalmente, a justiça que
ela tanto queria. Assassina!
|||||
No dia seguinte, Leandro e
Bruno voltam ao hospital onde Henrique está internado. Giovanna, desesperada,
abraça o primeiro, sem se dar conta da presença do marido.
-O que houve?
-O Plínio não pode doar a
medula pro Henrique.
-Mas por quê?
-Espera, o meu pai sabia? Ele
sabia que o Henrique estava vivo?
-A minha mãe falou com ele e
contou toda a verdade. Ele veio até aqui pra doar a medula pro Henrique, só que
ele passou mal.
-Passou mal? Mas o que ele
tem?
-Um problema sério de saúde,
acho que é uma síndrome... Só sei que ele está internado aqui, sem poder se
movimentar.
-E... O Henrique? Como é que
está meu filho?
-Esperando pra ver se alguém
é compatível com ele. O tempo está passando e nós ainda não encontramos
ninguém.
-Eu vou salvar o meu filho. Se
o Plínio era compatível, eu também posso doar a medula. Onde está o médico? Eu
quero fazer isso o mais rápido possível.
DOIS
DIAS DEPOIS...
Noêmia vai visitar Henrique e
Bruno no hospital. Após ver a recuperação do bebê, vai à enfermaria na qual
está o arqueólogo.
-Como é que você está?
-Melhor agora, que eu estou
vendo o meu filho melhor. Você veio sozinha?
-Não, vim com o William. Não
poderia deixá-lo sozinho.
-E... Ele já viu o Plínio?
-Viu, e chorou muito. Quando
chegou ao quarto, tentou falar com o Dr. Plínio e... Bem, ele não o reconheceu.
-Não contaram pra ele o que
realmente está acontecendo?
-Eu juro que eu tentei, mas é
difícil. Como eu vou chegar pra ele e dizer que o pai tem uma doença da qual
pode não se curar nunca?
-Onde ele está?
-No corredor, me esperando.
-Chama ele aqui, eu quero
falar com ele.
-Bruno, não envenene mais
esse menino. Ele não suportaria.
-Eu não vou fazer isso. Não
depois que o Plínio tentou salvar a vida do meu filho. Chama o William, por
favor, e nos deixe a sós.
-William, querido, vem aqui
um minutinho. O seu irmão quer falar com você- assim que o adolescente entra, a
governanta se retira.
-Não precisa ter medo. Chega
mais perto.
-Tem certeza?
-Fica tranquilo. Eu só quero
combinar uma coisa com você.
-O que é? É sobre o meu pai?
Ele não vai mais ficar bom?
-Isso, eu não sei te
responder. Olha, o Plínio vai ter que voltar pra casa dentro de uns dias. E eu
tomei uma decisão: vou voltar pra casa pra cuidar dele.
-Cuidar dele? Mas você não
gosta do meu pai.
-O Plínio fez uma coisa muito
boa por mim, e eu tenho que retribuir. Só que eu vou precisar da sua ajuda.
-Por quê?
-Porque você é o filho que
ele mais ama. Eu quero que você me ajude a cuidar do Plínio.
-Mas você vai querer morar lá
de novo? E a sua mulher? O seu filho?
-O meu filho vai ficar pra
sempre. Dele, eu não vou querer me afastar. Mas quanto ao meu casamento... Eu
prefiro deixar isso pra trás e me concentrar no meu trabalho, no meu filho e...
No seu pai. Quero dizer, no nosso pai. Você topa me ajudar?
William retribui as palavras
de Bruno com um abraço. No início, ele estranha a demonstração de carinho, mas
se deixa ser abraçado.
|||||
Marisa está arrumando as
coisas de Henrique, que está prestes a sair do hospital. Giovanna e Leandro
estão olhando o bebê, que é segurado por uma enfermeira e entregue à mãe.
-Finalmente, chegou a hora.
- Eu só tenho a te agradecer,
Leandro.
-Pelo quê?
-Por ter me dado força quando
o meu mundo estava desmoronando. Sem você e a minha mãe, acho que eu teria
sucumbido.
-Sabe que eu me apeguei ao
Henrique? Sério, como se ele fosse um parente...
-Um filho?
-É, um filho. Nem acreditou
que eu estou vivendo esse dia. O dia em que o meu filho vai deixar o hospital.
-Não é seu filho, mas... Pode
ser irmão dos seus futuros filhos.
-Como assim?
Giovanna surpreende Leandro
com um beijo. Neste momento, Bruno chega, soltando um pigarro.
-É... – o delegado fica
desconcertado- Eu vou ver se a Marisa precisa de ajuda pra carregar as coisas
pro carro.
-Tudo bem.
-Com licença- diz aos dois,
fechando a porta. Bruno fica perto de Giovanna.
-Sabe que eu vim pra
perguntar a mesma coisa, se vocês não precisavam de ajuda?
-Acho que não precisa, Bruno-
o arqueólogo olha pro berçário.
-Finalmente, o inferno acabou.
-Bruno, eu quero... Nem sei
como começar.
-Pedir desculpas.
-É... Você me conhece como
ninguém.
-Gostaria de ter ouvido o
mesmo de você, em outros tempos, em outras circunstâncias.
-A verdade é que eu nunca vou
me perdoar pelo que eu fiz a você. Nem vou ter como recompensar pelo que você
fez ao meu filho.
-Giovanna, você fala como se
salvar a vida do nosso filho fosse um favor que eu prestasse. Fiz porque eu o
amo, desde o momento que soube que ele viria ao mundo.
-Tem razão. Desculpe por falar
nesses termos, como se fôssemos...
-Dois estranhos. Foi o que
nos tornamos. Mas já estamos velhos e calejados demais para lamentarmos-
exagera- E como está a mãe do delegado?
-Muito melhor. Acabaram as
sessões de quimioterapia. Já voltou pra casa, está com a filha- decide voltar
ao assunto- Posso te fazer uma pergunta pessoal?
-Outra coisa que eu sempre
quis que você perguntasse... Manda.
-Você ainda sente alguma
coisa por mim?
-O que isso importa agora,
Giovanna?
-Por favor, eu preciso saber.
-Eu quero que você seja
feliz, com o Leandro ou com quem desejar. Sabendo isso, já está de bom tamanho.
Mas eu prefiro falar a partir de agora só sobre o meu filho. E o divórcio.
-Engraçado, eu é que me via
tendo que tocar nesse assunto...
-Alguém tem que tomar a
iniciativa de ser feliz e deixar os outros nessa história toda serem também.
-Bruno, eu não posso fazer
com que você e o Henrique vivam juntos, até pela situação do Plínio, mas... Eu
quero que, no futuro, ele conviva com você.
-Falando sério?
-Acho que você não é o pai
que eu pensei em dar ao meu filho. É melhor do que eu pensava. Só não te dou
agora a guarda porque quero acompanhar essa recuperação.
-Tudo bem, Giovanna. Eu vou saber esperar-
derrama uma lágrima- Obrigado por isso.
-É seu
direito.
-É... Eu
vou poder me valer dele- Marisa entrega Henrique a Bruno- Vamos pra sua...
Primeira casa?- pergunta, dirigindo-se ao bebê.
|||||
Trata-se do café da manhã. Noêmia ordena que
as empregadas sirvam o café. William desce às escadas e dá um beijo de bom dia
no pai.
-Cadê
o Bruno, Noêmia?
-Já
deve estar descendo, meu querido.
-Perguntaram
por mim? Desculpem o atraso, passei a noite avaliando uns documentos que a
Silvia guardou pra mim no instituto- uma das empregadas coloca um prato diante
de Plínio, pondo nele um guardanapo e entregando uma colher a Bruno.
-Quando
é que o Henrique vem nos visitar?- Noêmia está ansiosa para rever o bebê.
-A
Giovanna ligou perguntando se poderia passar aqui agora, pela manhã. Deve estar
chegando- Bruno alimenta o pai.
William
toma café normalmente, e Plínio não tira os olhos do primogênito, que está divagando sobre os últimos
acontecimentos do Instituto Mentes. Noêmia, ao contrário, derrete-se contando
do recém-nascido da família, do quanto ele é bonito...
-Assim
vou ficar com ciúmes, ninguém mais me paparica nessa casa- diz William.
-É
pra ficar mesmo. Mal vejo a hora de presenciar o momento em que ele vai falar a
primeira palavra.
-Obrigado-
o sorriso de Bruno some com a surpresa de ouvir seu pai falando novamente,
depois da manifestação de sua doença. Ele não sabe se está lhe reconhecendo. Ambos
os filhos se comovem com a palavra. A primeira palavra desde o recomeço.
Noêmia
abandona a mesa diante de um abraço que simboliza o início da família que,
apesar das tortuosas circunstâncias, Bruno sentia falta desde a adolescência. O
momento, que se repetiria muitas vezes mais, era só deles.
E
não é que Bruno estava certo ao afirmar, desde sempre, que consegue aquilo o
que sempre quer?
FIM
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