04/07/2016

ROMANCES DE ESTAÇÃO/ CAPÍTULO 4: GAROTOS, COMO EU, SEMPRE TÃO ESPERTOS



-Cunhadinha, o que é isso?- Marcello pega a mão de Marina e a faz dar uma volta- Que transformação foi essa?
-Gostou? Fui eu que fiz. Se bem que a modelo ajudou bastante- gaba-se Marília.
-Se eu gostei? Nem eu nem Max reconhecemos a Marina! Incrível essa transformação?
-Ela não tá linda, Max?- indaga Marília.
-"Linda" é pouco. Ela tá o máximo.
-Se o rapaz mais bonito da escola falou, eu é que não vou discordar... Mas você queria falar uma coisa com ele, né, Marina?
-É que... A gente vai fazer um curta-metragem, e precisa de alguém pra fazer par romântico com a mocinha. Queria saber se você aceita ficar com o papel.
-Você é quem quer saber?- Max usa um tom indutor.
-É... Quer dizer, a turma é que queria saber.
-Marina queria te esperar aparecer na aula amanhã pra perguntar, acredita?
-Me dá um tempo pra pensar? Amanhã eu te dou uma resposta. Prometo que digo alguma coisa na escola. Pode ser?
-Sim, tá tudo bem.
-Aproveita a noite, então. Amanhã a gente se vê- cumprimenta-lhe com um beijo no rosto, para depois ir ao centro do salão da casa, onde dança com algumas adolescentes, sem desviar o olhar da "nova" Marina.


Joana inicia uma nova aula e os alunos estão divididos em grupos. Encostados à parede, nas últimas bancas, estão Marcello, Fabrício e Max. Já á frente, Marina, Júlia e Marília. E os dois trios estão falando sobre o mesmo assunto: a comemoração ocorrida na noite anterior.
-Vou te confessar uma coisa: ainda não entendi você na festa daquele jeito.
-Por quê, Júlia? Você não gostou?
-Não, não é isso. É que eu realmente não esperava que você fosse se vestir daquele jeito.
-Claro que teve uma grande contribuição da minha parte.
-Mas você tinha que se achar por isso, né, Marília?
-Vem cá: a Dona Laura liberou vocês pra irem ontem a troco de quê?
-De estudos, meu bem- Marília explica- Porque se fosse pela festa, nunca que a gente ia sair.
-Bem que os pais de vocês podiam ser mais liberais, né?
-Nem me fale. Parece que nós duas moramos dentro de um quartel. Mamãe ainda dá pra levar, mas o nosso pai... Ainda bem que ele não fica tanto tempo dentro de casa, ia ser um inferno. Você não imagina a bronca que ele me deu por ter repetido de ano. Até minha mesada cortou. Quando vou pra alguma festa, é porque o Marcello me leva, porque eu não tenho dinheiro pra mais nada.
-Agora me contem uma coisa: vocês acham que o Max vai topar mesmo esse lance de participar do curta-metragem?
-Sinceramente, eu tenho minhas dúvidas. Disse que ia me dar uma resposta hoje e não falou comigo desde a hora que entrou na sala.
-Em compensação, também não tira o olho de você- observa Júlia.
-O que eles estão falando tanto, hein? Será que é de mim?
-Depois do sucesso que você fez, eu não duvido muito, não, amiga.
-Me diz uma coisa: algum de vocês sabe o porquê dessa mudança na festa da Júlia?
-Max, na boa, todo mundo já reparou que ela tem um amor incubado por você. Acontece que você não dá, nem nunca deu bola pra Marina.
-Também, né, Fabrício? A gente tá falando da Marina, aquela menina sem graça. Como é que eu vou dar atenção pra ela?
-Era sem graça até ontem, Max- Marcello confronta o amigo- Tá na cara que ela fez isso pra te impressionar, chamar sua atenção. Se duvidar, tá usando até essa história de curta-metragem pra tentar conquistar você.
-Do jeito que ele tá impressionado, Marcello, eu não duvido nada que ele caia no jogo da Marina direitinho.
-Só que tem uma coisa, Fabrício: quem faz o jogo não é ela, sou eu.
-Quer dizer que você vai dispensar a Marina se ela tentar alguma coisa contigo?
-O que eu tô dizendo é que eu controlo a situação. Mas que eu vou adorar me divertir com ela, isso eu vou- os três riem da situação.
-Bom, pessoal, a aula já está acabando, mas eu precisar conversar com vocês rapidinho sobre "Vítimas da malícia", que é o curta-metragem que vai ser gravado pela nossa turma- explica Joana- Já definiram quem vão ser os dois protagonistas?
-Pois então, professora... – Thales toma a palavra- A gente não decidiu quem vai fazer a mocinha ainda, mas a gente tem uma ideia de quem se encaixa no perfil do namorado dela. Bom, foi uma sugestão que a Marília deu.
-E quem é que você queria que interpretasse, Marília?
-Queria, não, Joana; quero! Acho o Max perfeito pro papel.
-Tudo bem. E você, Max? Aceita protagonizar o filme da turma?
-Olha, Joana, eu posso até topar, mas com uma condição.
-Que condição, Max?
-A Marina fazendo par romântico comigo.
Thales fica com ciúmes da colega de classe e a sala toda comenta sobre o pedido de Max. Marília olha para a irmã com satisfação, percebendo que o objetivo de atrair a atenção do jovem foi alcançado.

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