-Que explicações você acha
que eu tenho pra dar? Eu não sei quem mandou essa mensagem...
-Ah, não sabe? Pelo visto,
não é o que parece. Muito pelo contrário: a impressão que eu tenho é de que
essa tal de Virna é bem íntima de você.
-Giovanna, não pira, por
favor! Meu amor, você não pode acreditar numa idiotice dessas!
-Não é o que eu acredito ou
deixo de acreditar. Eu estou falando do que eu estou vendo, Bruno.
-Uma armação! Claro, só pode
ser isso! Giovanna, é inconcebível que eu tenha outra mulher além de você! Seja
razoável.
-Me desculpe, mas eu não
consigo acreditar em nenhuma palavra do que você diz agora.
-Eu não acredito que você vai
dar razão a uma desconhecida do que a mim.
-Desconhecida pra quem? Você
sabe muito bem que eu te conheço, que não consegue me enganar. Falei o nome
dessa mulher duas vezes e seu tom de voz soou diferente! Ela pode até ser uma
desconhecida pra mim, mas eu tenho certeza que você sabe muito bem quem essa
mulher é.
-Não, não sei. E eu não
aceito ser acusado dessa forma.
-Com isso, você não precisa
se preocupar. Eu não vou perder meu tempo falando sobre um caso que,
sinceramente, não me importam os detalhes...
-Caso? Giovanna, você “tá”
louca? Eu não tive nada, nunca tive nada com mulher alguma desde que começamos a
namorar.
-Essa certeza eu só tive até
a manhã de hoje.
-O fato é que eu não tenho a
mais remota ideia de quem pode ter me mandado isso. E já que mandou, eu não
posso ser responsabilizado por isso.
-Será que não mesmo?
-Agora você está se
excedendo, Giovanna.
-Já disse que não precisa se
preocupar. Você não vai ter que ouvir mais nada de mim.
-Aonde é que você vai?
-Ao saguão do hotel. Mas eu
não sei por que estou te respondendo isso, já não te devo satisfação nenhuma- abre
a porta do quarto e vai ao saguão.
-Giovanna... Giovanna,
espera!
A esposa de Bruno se dirige à
recepcionista.
-As minhas malas, por favor.
-O rapaz bateu no seu quarto,
senhora, mas nenhum de vocês atendeu.
-Não tem problema, eu vou
precisar delas. Ah, peça um táxi pra mim, com urgência.
-Sim, senhora.
-O que você pensa que está
fazendo?
-Eu não estou pensando, estou
fazendo o que você, um homem feito, não tem peito pra tal: acabar com essa
palhaçada que chamamos, um dia, de lua de mel.
-Isso não pode ser sério.
-O que não pode ser sério é
você ter brincado com os meus sentimentos dessa forma!
-O que eu preciso fazer pra
te provar que eu não tenho culpa desse e-mail maldito? Quer que eu me ajoelhe,
que eu diga palavras piegas? Fala de uma vez, que eu faço.
-Piegas foi aquela declaração
de amor desesperada que eu vi no computador. Com ela, aquela vaca que tem um
caso contigo, você pode gastar seu latim à vontade.
-O táxi já está na entrada do
hotel- diz a recepcionista, trazendo as malas de Giovanna.
-Obrigada, minha querida.
Pode deixar que a conta ele acerta depois.
-Você não vai pra lugar nenhum-
Bruno segura o braço da esposa.
-Ou você me larga ou eu chamo
o segurança.
-Chama o segurança, a Polícia
Federal, o Ministério Público, a Embaixada dos Emirados Árabes, a bosta que
você quiser chamar. Mas não sem antes conversar comigo de forma civilizada.
-Me diz, então, o que de tão
importante você tem pra me dizer. Eu não quero ouvir mentira sua, Bruno, e eu
tenho certeza que você está mentindo agora. Tenho certeza de que se fosse um
homem me mandando esse tipo de coisa, você teria a mesma reação, talvez até
pior.
-Nunca que você ia fazer isso
comigo.
-Não porque eu sou uma
imbecil! Quase dediquei a minha vida a um homem que não vale nada.
-Pela última vez: eu não
tenho culpa de nada! Eu não sei quem me mandou esse e-mail, nem o porquê.
-Isso eu posso te responder,
Bruno. Uma mulher que tem por você o mesmo tipo de sentimento que eu tenho. Não,
outra mulher não me incomoda. O que me deixa furiosa, com ódio e vontade de
acabar com você, é que eu sinto que, de alguma forma, você alimentou o que ela
sente.
-Como eu posso ter feito
isso? Ontem, eu dei pra nós dois a melhor noite das nossas vidas, fiz com que
nos entregássemos sem reserva alguma. Me responde, Giovanna. Como eu posso ter
enganado você?
-Não só a mim. A você também.
Se tinha uma coisa que eu admirava era a sua obstinação, a sua ambição em
conseguir as coisas, a sua fome de querer tudo e acabar tendo... Por isso que
eu sinto tanto nojo, tanta vergonha- apanha o táxi que espera.
-Giovanna, me espera! Vamos
conversar! Giovanna!- bate no veículo, que acelera em direção ao fim da rua-
Aquela desgraçada disse que ia se vingar de mim... Mas eu faço pior. Ninguém
vai destruir meu casamento... Mato aquela mulher!
|||||
Valentina está inconsolável
com a morte da irmã. Acompanhada do marido, ela recebe uma xícara de café
oferecida por Iago.
-Obrigada.
-Dona Valentina, a senhora
vai me desculpar, mas eu vou ter que...
-Por favor, pode me chamar de
Valentina.
-Bom, nós vamos ter de colher
o seu depoimento.
-Iago, por favor, a minha
esposa não está em condições.
-Entendo seu ponto de vista,
Leandro. Mas é necessário. Quem melhor pra saber sobre a vítima do que um
parente próximo?
-A questão não é sobre o que
ela sabe, Iago, mas sim a situação da minha mulher.
-Infelizmente, a polícia não
pode esperar.
-Nem eu, Leandro. Eu quero
falar.
-Onde é que você estava
durante à tarde, Valentina?
-“Tava” comigo.
-Leandro, por favor!- Iago
tenta repreender o colega.
-Mas é o cúmulo, Iago!
-Cúmulo é você se aproveitar
da dor de sua mulher pra fazê-la se esquivar de responder as minhas perguntas.
-Deixa, Leandro. O Iago e
todo mundo têm que saber.
-Tem certeza, meu amor?
-Ontem, eu passei quase a tarde
toda em casa. Mas saí por um momento. Fui atrás da minha irmã.
-E ela disse que iria ao
cartório?
-Sim, ela me disse.
-Por quê?
-Ela queria impedir o
casamento do chefe dela.
-A troco de quê sua irmã
queria fazer isso?
-Desde que ela foi trabalhar
nesse tal instituto, o Mentes, ela se viu doida pelo chefe dela.
-Qual o nome dele?
-Bruno... Não me lembro do
segundo nome, é difícil de falar.
-E daí? Ela pediu demissão?
-Não. Continuou lá até
anteontem, quando contou o que sentia por ele.
-Imagino que sua irmã devia
ter um motivo muito forte pra tomar essa atitude.
-Esse tal de Bruno ia se
casar. Ela contou pra ver se ele desistia da ideia. Foi o mesmo que nada: o
desgraçado humilhou a minha irmã, e ela se demitiu da empresa. Só que antes de
sair de lá, Virna disser a ele que ia dar um jeito pra ele não conseguir se
casar.
-Tem ideia do que sua irmã fez?
-Iago, eu acho que você já
sabe o suficiente.
-Me desculpe, Leandro, mas só
fui convocado para investigar o caso em seu lugar pelo motivo mais óbvio
possível: não serei passional.
-E quando eu fui dessa forma,
posso saber?
-Nunca ninguém da sua família
se envolveu em um crime, tampouco foi vítima de um. Leandro, eu quero que você
compreenda por que você mesmo não pode estar à frente do caso. Dona Valentina,
a senhora, quando soube do desentendimento desse tal Bruno com sua irmã, fez o
quê?
-Fiquei assustada. Na
verdade, já sabia que Virna gostava dele. Mas nunca tinha visto ela com aquele
ódio todo. Minha irmã sempre foi muito apegada “comigo”, por isso mesmo
estranhei. Aconselhei ela, muitas vezes, a esquecer tudo.
-Sabendo que ela tentaria
impedir o casamento, não sei de que forma, não foi atrás dela? Que espécie de
irmã é você que cava a sepultura dela?
-Escuta aqui... – Valentina
se levanta, revoltada com a declaração de Iago.
-Meu amor, calma.
-Calma nada! Só eu sei o que
ela passou tendo que esconder de todo mundo que amava aquele desgraçado. E
quando o sem-vergonha arranja um jeito de se livrar dela, você vem dizer que a
culpa é minha? Pois fique sabendo de uma coisa: se a polícia não destruir esse
cara, eu vou fazer isso sozinha.
-O que está tentando
insinuar?
-Acha que eu sou mulher pra
insinuar? Eu digo é na cara! Eu tenho certeza que aquele canalha tirou a vida
da Virna. E se vocês, ou qualquer um daqui, não mexerem um dedo pra prender
esse desgraçado, eu faço ele pagar! Nem que seja com a vida.
-Leandro, contenha sua
mulher!
-Não é necessário, eu já vou
embora!
-A senhora não terminou de
prestar depoimento.
-Tudo o que eu tinha pra
falar, já disse. Agora, a decisão é sua. Se não prender esse assassino, pode
deixar que eu tomo minhas próprias providências.
-Quero ver até onde a senhora
pensa que vai chegar. Se acontecer alguma coisa com esse rapaz, a suspeita pode
recair sobre você.
-Que seja. Impune, ele não
fica!
|||||
Noêmia entra na casa de
Bruno, William e Plínio, quando o terceiro percebe a presença da governanta.
-E o meu filho?
-Já coloquei a mochila dentro
do carro, o motorista está esperando lá fora. Com licença, senhor.
-Claro. William, meu filho,
você nãopode se atrasar, hoje é prova!- fala mais alto.
-Já vou, pai.
-Tudo pronto.
-Espera... Eu queria falar com
o senhor.
-William, você vai se atrasar.
-Não vou, não. A prova é no
segundo horário.
-Que cara é essa?
-Posso perguntar uma coisa?
-Fala. O que é?
-Por que o meu irmão não
gosta do senhor?
-De onde você tirou isso?
-É lógico.
-Sinceramente, eu não estou
entendendo... Por que me perguntou isso?
-Ontem, na festa, quando o
senhor tinha saído, o Bruno perguntou do senhor.
-É... Ele anda muito na minha
cola. Parece até que anda me protegendo pra que eu não saiba da verdade.
-Que verdade?
-Promete que vai manter
segredo?
-Prometo.
-Eu pedi ao Abílio, aquele
senhor que trabalha conosco, que investigasse uma coisa pra mim, que eu andava
desconfiado. Tenho minhas razões pra achar que o Bruno não queria que eu
fizesse isso.
-E por isso ele te odeia?
-William, aonde você quer
chegar? Aconteceu alguma coisa na festa?
-Ele disse que não é feliz
com o senhor, que a gente mora de favor nessa casa, que é dele e que a mãe dele
tinha deixado.
-O que mais?
-Disse que se eu soubesse o
que ele sabe, nunca mais ia te respeitar. Por que ele disse isso?
-Olha, meu filho... É que
antes da mãe do Bruno falecer, nós tivemos um problema no nosso casamento. E a
gente nunca pôde solucionar esse problema porque ela sofreu um acidente.
-No helicóptero?
-Como você sabe?
-Uma vez, o Bruno disse pra
Noêmia que essa coisa que ele tem, de andar de helicóptero, era da mãe dele.
Costume que ele pegou.
-Pois é. Pensei até que ele
nunca pilotaria por conta disso. Mas ele resolveu transferir os traumas dele
pra mim.
-O senhor falou e eu ainda
não entendi.
-Filho... A minha relação com
o Bruno é ruim porque ele sempre foi próximo da mãe. Como eu brigava muito com
ela, ele tomava as dores e acabou se distanciando de mim, entende?
-“Tá”, mas a mãe dele morreu
já faz doze anos.
-Existem feridas que ficam
abertas a vida toda. Talvez eu precise me acostumar com a ideia de que o Bruno
nunca venha a gostar de mim.
-Um dia, a gente vai ter que
sair dessa casa?
-Sabe muito bem que o Bruno
gosta de fazer isso, de pôr o terror, mas ele nunca faria isso. Fique
tranquilo. Agora vai pro carro, pra não se atrasar.
-A bênção, pai.
-Vá em paz, meu filho-
William é acompanhado pelo pai até o carro. Instantes depois, a governanta da
mansão se aproxima do patrão.
-Deseja alguma coisa, Dr.
Plínio?
-Uma taça de veneno. Mande
imediatamente pra Curitiba...
|||||
Silvia está ao telefone, no
prédio do Instituto Mentes.
-Não, infelizmente eu não
posso passar a ligação para o Dr. Abílio, ele está de saída no momento. Mas eu
aviso que a senhora ligou. Não há de quê, bom dia- a moça se surpreende quando
vê Bruno naquela tarde, em pleno edifício- Mas o que o senhor...
-Cadê ela?
-Ela quem?
-A desgraçada que trabalha
com você!
-A Virna?
-Tem outra desgraçada por
aqui, sua demente? Eu quero falar com ela agora!
-Mas o que foi que aconteceu?
-Quer que te deva satisfações
agora, minha filha? Pois então vamos lá: essa piranha, essa miserável mandou um
e-mail pra mim inventando que me ama horas antes do meu casamento! E pro
showzinho ser completo, a vigarista teve a cara de pau de enviá-lo em cópia
oculta para a minha mulher!
-Sua esposa viu o e-mail?
-Olha aqui, eu só quero... Eu
exijo que você me diga onde ela está! Porque se eu não tive a coragem de pô-la
no seu devido lugar, ela vai descobrir que não é tarde pra ter a lição que ela
merece!
-Abaixa esse tom, rapaz! Você
está no seu local de trabalho, não na sua casa!
-Abílio! O defensor da moral
dos funcionários, dos coleguinhas de trabalho... Pode me poupar dessa lição
toda. Fala onde “tá” a maldita que eu vou acabar com a raça dela.
-Pensei que você já tinha
acabado! É exatamente por isso que eu estou largando mais cedo.
-Do que você “tá” falando?
-Seu Bruno, a Virna...
-Não, não, não, Silvia. Deixa
que eu dou a notícia. A Virna foi encontrada morta ontem.
-Morta?
-Por que a surpresa? Pensei
que você tinha sido o primeiro a saber.
-Eu? Que idiotice é essa?
-Se você não entende a que eu
me refiro, eu vou explicar: para de falar mal da Virna.
-E você: pare de defender
essa vadia!
-Você quer que as pessoas
pensem que foi você? É isso que você quer?
-Por que pensariam isso? Não
seja imbecil! Eu sou Bruno Reinchenbach!
-O mesmo que teve um
desentendimento com a Virna um dia antes do crime!
-Crime?
-A Virna não morreu de causa
natural, como você supõe. Ela foi assassinada.
-Mas como foi que isso
aconteceu?
-Adivinha? No cartório onde
você casou. Encontraram horas depois, quando todos nós estávamos na festa.
-Não pode ser...
-Pode, sim! E é um fato
consumado. Portanto, se você não quiser ter problemas com a polícia, pode
tratar de se controlar na frente dos outros. As picuinhas que vocês tinham já
não existem mais. Pra sempre.
-Você não está entendendo...
Ela destruiu meu casamento, estragou minha lua de mel!
-E a vida dessa moça foi
destruída! O que pesa mais?
-Sinceramente, eu preciso não
responder a sua pergunta.
-Melhor assim. Me dá medo até
de imaginar o que você iria dizer. Silvia, você está dispensada, pode vir
comigo.
-Obrigada, senhor.
-Aonde é que vocês vão?
-Ao enterro. O corpo foi
liberado há pouquíssimas horas, a família passou a madrugada na delegacia
prestando depoimento.
-Não, vocês não podem ir. É o
horário do expediente.
-Prioridades. Não é isso que você
gosta tanto de afirmar? E caso queira se portar com um patrão zeloso, te
aconselho a ir conosco.
-Pra onde? Pro enterro
daquela arrivista? Não sou hipócrita, Abílio.
-Tem razão. É até melhor você
não ir. Do jeito que você está, é capaz de jogar a primeira pá de terra, e com
um sorriso no rosto!
-Antes de saírem, eu quero te
fazer uma pergunta.
-Se eu puder responder...
-Claro que pode. Que
funcionário não pode responder ao patrão?
-Que curioso, não sabia que
seu nome era “Governo Federal”.
-O que de tão importante você
tinha pra falar com meu pai?
-Não consegui falar com ele
naquele dia. Ele não conseguiu chegar a tempo.
-Mas devem ter conversado
bastante na festa.
-Isso é o que você diz,
Bruno.
-Sobre que assunto trataram?
-Pergunte ao seu pai. Eu
aguento as suas ordens, mas dispenso a sua petulância. Vamos, Silvia.
-Sim, senhor. Boa tarde, Dr.
Bruno.
-Vou precisar de uma ótima.
Vão logo- espera Abílio e Silvia saírem pra tecer seu comentário sobre a
notícia que acaba de receber- Espero que essa infeliz esteja em bom lugar. No
caso dela, bom lugar é qualquer um longe de mim. Uma pena eu mesmo não ter dado
cabo...
|||||
O padre encerra a cerimônia
do enterro de Virna. Iago e Leandro estão ao lado de Valentina, que ao ver o
caixão de sua irmã levado à terra, joga duas rosas brancas sobre ele. Abatida,
ela é amparada pelo marido. Abílio, Silvia e os demais amigos da jovem vão
saindo aos poucos do cemitério.
-Vem, meu amor. Vamos pra
casa.
-Não. Eu quero ficar aqui.
-A gente “tá” muito cansado,
Valentina. Foi uma noite horrível. A gente tem que descansar.
-Por favor, Leandro. Me deixa
aqui. Sozinha.
-Eu vou tirar o carro... Você
me espera aqui, tudo bem?
-“Tá”.
Quando Leandro se afasta, uma
pessoa chega em direção ao túmulo, junto à Valentina. Sem crer no que vê,
dispara:
-Virna? Então, era mentira,
um plano seu?
-Quem é você?
-Não se faça de sonsa! Primeiro
você resolve me envenenar com aquela estória sem pé nem cabeça de que é
apaixonada por mim; depois, promete vingança. No dia seguinte, manda um e-mail
pra mim e pra minha mulher querendo que eu não me casasse.
-Bruno?
-Você conseguiu acabar com a
minha lua de mel e quando eu chego ao escritório, me dão a notícia de que você
está morta! Aí, eu resolvo vir até aqui e encontro você? O que você “tá”
querendo, hein, sua víbora?
-Olha aqui, você não pode me
ofender...
-Eu tenho o direito do que eu
bem entender! Se engana se acha que eu vou ficar na minha. Assim como você se
sente à vontade pra interferir na minha vida e no meu casamento, eu posso fazer
exatamente a mesma coisa, pra esmagar você.
-Como se você pudesse me
destruir mais do que já fez, assassino desgraçado!
-Assassino? Você ficou louca?
-Estou mais lúcida do que
nunca. E não vou descansar até te pôr na cadeia!
-Seja lá qual estória você
possa inventar, você não pode provar nada contra mim- segura Valentina pelo
braço.
-O que está fazendo? Me solta!
-Você vem comigo agora!
-Pra onde você vai me levar?
-Pra casa da minha mulher! Eu
vou fazer você confessar que isso tudo é armação sua, pra convencê-la de que eu
não tive caso nenhum com você, nem com qualquer outra mulher!
-“Tá” me machucando, seu
desgraçado! Me larga!
-Cala a boca! Não fala
comigo, senão eu não sei o que faço!
-Solta a minha mulher agora!-
Leandro volta ao cemitério correndo ao avistar o desentendimento.
-Mulher? Você é casada com
ele?
-Não “tá” escutando, não?
Quer que eu mesmo solte? Larga o braço da Valentina agora!
-Surpreso, Dr. Bruno? Pensou
que não teria ninguém pra fazer justiça pela morte da Virna, a minha irmã?
Bruno fica completamente
atordoado com a revelação, soltando o braço da moça em seguida.
-Quer dizer que...
-Não esperava que alguém
tivesse coragem de lhe peitar, não foi? Pois eu tenho. E muita!
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