24/06/2017

VIDA LOUCA/ CAPÍTULO 21: NINGUÉM, MAIS DO QUE EU, CHOROU E GRITOU POR VOCÊ

Gabriela pensa que o namorado está desacordado, e tenta tocar nele para saber se o machucou seriamente. Fábio leva a mão direita à cabeça e, aos poucos, vai se levantando.
-Tá pensando que vai fugir de mim, é?
-Não chega perto de mim de novo, senão eu vou gritar!
-Ah, é? Vai gritar pra quem? – novamente, o adolescente tenta aproximar-se de Gabriela- Não tem ninguém em casa pra te ajudar.
-Se você chegar perto de mim mais uma vez, eu não vou responder por mim! Se afasta, Fábio!
-Hipócrita! Você não passa de uma falsa, se fazendo de pura, de santinha. Mas eu sei muito bem a vagabunda que você é...
-Cala a boca- Gabriela corre pra sala de estar.
-Onde é que você pensa que vai, hein?
-Fábio, me larga! Para, que você tá me machucando!
-É o que eu vou fazer mesmo se você não for pra cama comigo! Por que é que pra outro você não teve frescura? O que é que ele tinha?
-Fábio, me solta agora! Eu vou ligar pra polícia! Me solta!
-Tudo isso é o quê? Nojo que você sente de mim? Por quê, Gabriela?
Caio, Alice, Eduardo e Ariane chegam à mansão e o pai de Fábio abre a porta para os demais entrarem na residência.
-Já te falei que não te traí com ninguém! Que inventaram isso pra separar a gente!
-Mentira sua! Eu quero saber quem é ele! Quem foi que transou com você? Fala o nome do filho da mãe, fala!
-É a voz do Fábio- Ariane reconhece através do tom de voz alterado.
-A Gabriela deve estar lá em cima com ele- Eduardo sobe às escadas apressadamente, sendo seguido pelos outros. Gabriela escuta a voz do irmão.
-Socorro, Edu! Me ajuda!
-Fica quieta!- Fábio tenta arrastá-la para a cama novamente.
-Gabriela!- Eduardo entra no quarto correndo, encontrando a irmã com a blusa rasgada e seu melhor amigo com um semblante agressivo. Ariane, Caio e Alice não deixam de reparar no estado em que Fábio deixou a namorada, apavorada.
-Graças a Deus!- Gabriela corre para abraçar Ariane- Graças a Deus que vocês estão aqui!- chora no ombro da mãe, enquanto Fábio e Eduardo se encaram.
-Filho, o que foi que você fez?- Alice fica em estado de choque com a agressão sofrida por Gabriela.
-Por favor, Fábio... Me diz que você não tentou...
-O quê, Eduardo? Levar tua irmã pra cama? Pena que eu não consegui, outro passou na minha frente.
-Ele tá louco, Mãe!- Gabriela soluça enquanto relata o assédio sofrido por Fábio- Disse que... Que eu tinha traído ele com outro cara...
-E não foi isso mesmo que você fez, piranha?
-Lava a tua boca pra falar da minha irmã!
-Calma, Eduardo...
-Calma nada, Seu Caio! Ele tentou abusar da minha irmã; o senhor não tá vendo, não?
-Foi o Vinícius, não foi? Aquele garoto veio aqui quando a gente não tava e te vendeu droga de novo, não foi? Responde, Fábio!
-Por que você acha que agora tudo que eu faço é efeito de droga, Mãe? Relaxa, que Vinícius nem veio aqui. O que eu queria mesmo era dar um susto nessa cretina.
-Mentira tua!- Gabriela dispensa o abraço de Ariane- Se eles não tivessem chegado, sabe lá o que você tinha conseguido fazer comigo! Como é que você pode ser tão cínico de negar o que tentou contra mim, Fábio?
-Mesmo se eu tivesse conseguido, não ia te dar o que você não quisesse. Ou que já não tivesse experimentado com outro.
-Já te falei pra tomar cuidado como fala com a Gabriela, não foi?
-Você é idiota de acreditar nela! Essa piranha aí não me engana mais!
-O que é que você ia fazer, hein?- Eduardo aproxima-se do rosto do amigo- Fala na minha cara o que você tava querendo com ela!
-Nada que ela não saiba. Fica tranquilo, cara. Relaxa. O que ia rolar não era nada que a piranha da Gabriela não soubesse fazer.
-Fábio, eu só vou te falar uma vez: fica longe da minha irmã.
-Pela cara de vocês, aposto que todo mundo já deve saber do que rolou aqui em casa mais cedo. Tá com medo de quê, Edu? De que eu leve a Gabriela pra uma boca de fumo, que ela vire uma “noiada”? Olha que, se eu fosse a sua mãe, tava mais preocupado se a minha filha virasse uma “vagaba”... E não foi isso que ela virou mesmo, cara? Também, né? Fazer o quê se o lema da família é: “piranha filha, piranha mãe”?
Sem se conter, Eduardo responde às provocações de Fábio dando um soco em seu rosto, mas acaba provocando mais a ira do adolescente, que decide atacá-lo com um golpe certeiro em seu abdômen. Caio e Alice seguram o filho.
-Para! Chega!- grita Caio.
-Tira ele daqui, Ariane, por favor!
-Chega perto da minha irmã de novo e eu acabo contigo! Nunca mais fala com ela, ouviu? Senão eu quebro a tua cara!
-Você não passa de um imbecil! Tua mãe acabou com a minha família e a tua irmã é uma...
-Cala a boca, Fábio! Já chega!
-Eduardo, não vai pra cima dele! Vamos pra casa!- pede Gabriela.
-Não dá ouvido a essa piranha da tua irmã, não! Cai dentro, Eduardo! Quê que é? Tá com medo de mim, é, palhaço?- Fábio é interrompido quando a namorada o esbofeteia.
-Eu não sei quem foi que inventou essa mentira pra você. Mas de uma coisa você pode ter certeza, Fábio: eu nunca vou te desculpar pelo que você fez.
-Só tem uma coisa que eu quero de você, e não é teu perdão, não. É distância!
-Vem, minha filha! Vamos embora daqui. A gente não tem mais nada pra fazer nesse lugar- Ariane ampara Gabriela e acompanha Eduardo até o carro.
-Que é que vocês dois estão esperando? Eu quero ficar sozinho!
-Não acredito que você teve coragem de tentar estuprar essa moça, Fábio! Por que isso? É pra punir nós dois?
-Porque ela fez por merecer, Pai! Ela me traiu!
-Gabriela não ia chegar a tanto. Ela ama você como nós dois, meu filho!
-Fez a tua cabeça direitinho, não foi, Mãe? Mas ela me traiu, sim! E eu tenho prova do que tô falando! A santinha do pau oco ficou grávida de outro cara e perdeu o bebê no acidente!
-Eu ponho a minha mão no fogo por essa moça, Fábio!
-Por ela ou pela Ariane? Pra você ia ter muita vantagem meu namoro com a Gabriela, porque ia ficar perto da mãe, né?
-Definitivamente, você está fora de si. Amanhã mesmo eu vou tomar minhas providências.
-Não dá pra ferrar mais a minha vida do que vocês todos já fizeram, pode ficar certo disso.
-Se engana, Fábio. Nesse estado lamentável eu não vou te deixar. Vamos embora, Alice- Caio e a ex deixam o quarto do filho, que arremessa o abajur caído contra a porta assim que os dois saem.
-Ele vai me internar... O Caio vai me trancar numa clínica, mas eu não vou deixar ele acabar comigo! Eu tenho que sair daqui! Eu tenho que sair dessa casa!

-Vinny, me escuta...
-Como é que você fez uma coisa dessas com o Diego, Bete?
-Eu não fiz nada! De onde você tirou que eu...
-Eu ouvi sua confissão, Bete! Você matou o Diego jogando ele da escada, e fazendo parecer que foi acidente!
-Mas eu não tenho culpa! Você ouviu seu pai dizendo que encontrar o Diego morto no carro, não foi culpa minha! Ele tava drogado, se esqueceu?
-Porque você fez parecer que foi assim!
-Olha aqui: você não ouviu nada! Nada que saiu atrás dessa porta, entendeu? O Diego tá morto, coloca isso na sua cabeça!
-Ele te amava, Bete. O Diego era louco por você, e você conseguiu ferrar com a vida dele!
-Você quer entrar? A gente pode conversar, eu te explico tudo e...
-Para! Para de tentar me enrolar. Eu não quero conversar com você, eu não quero mais nada que venha de você. Sai do meu caminho!
-Que ética nasceu em você de repente, não foi, meu querido? O que foi? Deixou de negociar com uma traficante pra virar homem de bem, que nem o paizinho amado?
-Eu nunca acabei com a vida de ninguém por causa do meu cigarro!
-Pensa bem se não. O mundo anda muito violento, Vinícius... Já pensou se você tem sua parcela de culpa?
-Você é muito nojenta! Olha pra você, Bete, sendo fria falando da morte do teu namorado!
-O que é que você ouviu? Hein? Não pode provar nada! Vai jogar que verdade na minha cara? O que você acha que ouviu? Até as paredes sabem que você não se aguenta em pé quando tá sob efeito de crack!
-Você acha que tá por cima da carne seca, mas não é assim, não. Os pais do Fábio já sabem que ele é viciado!
-Como você?
-Só que o pai do cara tem dinheiro, é influente. Se ele joga meu nome na roda, sobra até pra você.
-Até onde eu sei, eu só sou mais uma usuária de drogas. Não sou traficante... Aos olhos de todo mundo, eu compro aos outros.
-Por que foi que você matou o Diego? E quem é esse tal de Nonato?
-Você andou escutando demais, pelo visto... Isso não é bom...
-E você falando alto demais. O que foi? Consciência pesada, é?
-Desaparece da minha frente, escroto! Você não vai dizer uma palavra a ninguém do que conversamos aqui, entendeu?
-Agora você quer que eu seja cúmplice de um assassinato também?
-Presta atenção, Vinícius: o Diego morreu num acidente porque tinha usado droga e perdeu a direção do carro! O assunto acabou aqui! E se eu desconfiar de que teu pai ou a polícia sabem de alguma coisa, eu vou atrás de você e calo a tua boca pra sempre.
-Eu não tenho medo de você. Tenho nojo mesmo!- Vinícius desce às escadas e Bete tenta empurrá-lo, mas o modelo sente a mão da moça nas suas costas e a imobiliza, fazendo-a cair sentada sobre os degraus.
-Eu dou tudo que você quiser. Te arranjo qualquer coisa que eu tenha, não cobro mais nada, perdoo até o que você tá me devendo.... Só não ferra com a minha vida, por favor.
-E pensar que esse tempo todo eu não vi quem era você...
-O Diego ia me entregar pra polícia, eu não podia deixar! Vinícius, ele ia acabar comigo!
-Pode deixar, Bete. Eu vou ficar calado, sim. Mas nunca mais você chega perto de mim. Finge que não me conhece- Vinícius deixa o sobrado.
-Ele vai contar... Mais cedo ou mais tarde, esse miserável vai dar com a língua nos dentes! Que inferno! Eu vou ter que calar a boca dele... Não... Se o pai dele desconfiar, pode ser que ele venha atrás de mim e descubra tudo. Como é que eu faço pra manter o Vinícius quieto? Se eu for atrás do Luciano, a polícia inteira vai ficar na minha cola... A não ser que... Claro. Isso aí, Bete!- declara aos risos- Assim ele nunca vai falar.

O dia seguinte reserva uma aula extra para os alunos do colégio à tarde. É também o último dia de aula para Victória, que será surpreendida por uma festa de despedida organizada pelos alunos da turma. Vinícius não consegue deixar de pensar no que descobriu sobre Bete, mas fica reticente quanto à despedida da modelo. Os dois seguem acompanhando as aulas. Vez ou outra, trocam um olhar de quem tem muito pra dizer, mas preferem ficar em silêncio.
Nem todos os alunos estão presentes nesta despedida. Fábio está em sua casa, trancado no quarto e insone. Viu o dia amanhecer através de sua janela do quarto, e a casa permaneceu um silêncio absoluto durante boa parte do dia. Alice chega, diversas vezes, a espiar o filho pela fechadura da porta. Via-o deitado ou sentado no chão.
Gabriela e Eduardo são acompanhados da mãe, Ariane. A moça passa parte do seu dia chorando, sendo consolada por seus familiares. Eles, entretanto, não contam da conversa que tiveram com Caio e Alice na noite anterior. Ela também não quer mencionar a noite de horror que teve com o namorado, sendo assim respeitada pela família.
Bete fica recolhida em casa, mas começa o dia executando a ideia que teve após Vinícius deixar o sobrado. Pega o celular e liga para Sal, outro dependente químico. O rapaz atende ao telefone rapidamente.
-Fala, Bete.
-Cadê o Lipe, teu irmão?
-O Lipe... Ele saiu- mente, ao mesmo tempo que olha para o rapaz.
-Sei que você tá mentindo, mas não é sobre isso que eu quero falar.
-Bete, eu sei que a gente tem uma dívida contigo... A gente vai pagar, só dá um tempo que dá pra arranjar a grana.
-Tá perdoada.
-O quê?
-Desculpo a grana que vocês dois estão me devendo.
-Peraí, você tá falando sério?
-Que foi, Sal?
-A Bete disse que vai perdoar a dívida da gente.
-Não falei que você tava mentindo? Sabia que o Lipe tava aí.
-Quer dizer que você ligou só pra saber onde o meu irmão tava?
-Por mim, você e esse bosta podem ir pro quinto dos infernos que não vão me fazer a menor falta.
-Mas ligou pra cobrar?
-Não, Sal. Pra negociar. Vocês não vão ter que pagar nenhuma dívida se fizerem os dois o que eu quero.
-Serviço pra nós? Diz aí o que é, Bete.
-Apagar alguém.
-Tá de brincadeira, né?
-Sal, vamos cair na real? Vocês precisam de drogas, eu preciso que vocês matem alguém. Se vocês fizerem o que eu tô mandando, eu não só acabo com a dívida alta que você e seu irmão têm comigo, como também dou carta branca pra vocês pegarem droga de todo tipo, quando e onde vocês quiserem.
-A gente não é assassino nem bandido, Bete.
-Bandidos são, sim. São “de menor”, mas não são réus primários. Foram presos por roubo. Assassinos vocês vão ser se alguém descobrir. Se fizerem direito e ninguém vir, tá bom demais.
-Do que é que ela tá falando, Sal? Que história é essa de assassino?
-Bota o Lipe no celular, vai.
-Bete quer falar contigo- passa o celular para Lipe.
-Tô ouvindo, Bete.
-Convence seu irmão a participar do plano. Vai ser, no fim das contas, mais vantajoso pra vocês do que pra mim.
-Você quer que a gente faça o quê? Mate uma pessoa?
-Pra quem já é assaltante, Lipe, dar fim em alguém não significa muita coisa. Tem que ser hoje. Vocês vão calar a boca de alguém pra mim.
-Tá bom. Mas... Como é que vai ser isso?
-Hoje o colégio vai ter aula até o finalzinho da tarde. Eu quero que vocês abordem uma pessoa e anunciem um assalto.
-E se ela reagir?
-Melhor. Todo mundo vai dizer que a tragédia aconteceu porque ela não quis ser roubada.
-Lipe, a gente não vai topar essa parada, não! E se der ruim pra gente?
-Diz pro teu irmão que é só vocês ficarem “arribados” por um tempinho, depois vocês voltam pra casa. O caso não vai ter proporção, ninguém vai se lembrar de quem morreu. Pensa no que vocês têm a ganhar. Ganhar minha confiança é melhor do que contrair uma dívida comigo.
-Tá. Tá legal. Quem é a pessoa?
-Vocês estão no PC?
-Tá ligado aqui.
-Presta atenção: eu vou mandar o link da foto de perfil dela e vocês vão memorizar o rosto da infeliz. Daí vocês vão esperar na calçada do colégio onde eu estudo.
-Mas e se ela mudar de caminho? Pode acontecer, não pode?
-A imbecil age sempre do mesmo jeito, eu sei que ela não vai mudar de caminho. Você e o Sal têm que agir rápido, porque a garota vai sair do país. Não é pra perder nenhum segundo, tá ouvindo? E aí? Vão pagar minha dívida desse jeito ou eu cobro com juros? Se vocês dois não matarem a desgraçada, eu mesma dou um jeito de fazer alguém vir atrás de vocês e dar um destino pior que o dela. Topam ou não?

No final da tarde, Gabriela decide caminhar sozinha por uma praça que dá acesso a uma ponte. Ouve-se o grito.
-Gabriela!
-Tá fazendo o quê aqui, Edu?
-Eu acabei te seguindo. Fiquei com medo de você sair.
-Achou que eu fosse procurar o Fábio, né?
-Não. Mas achei que você pudesse fazer alguma besteira.
-Obrigada por se preocupar comigo- segura a mão do irmão- Eu vou ficar bem, é só uma questão de tempo.
-Quer conversar comigo? Desde que a gente voltou pra casa você não disse uma palavra.
-Quero, sim. Mas, mais do que isso, eu quero entender o que foi que aconteceu ontem à noite.
-O que você quer saber, Gabriela?
-Edu, hoje eu fiquei pensando numa coisa muito estranha que aconteceu. Só depois é que eu me liguei nisso, mas ainda não tinha entendido.
-Como assim?
-Ontem, eu saí de casa depois do jantar e avisei que ia ver o Fábio. Quando eu tava com ele, os pais dele apareceram junto com você e a minha mãe.
-Você viu alguma coisa de estranha nisso?- Eduardo busca dissuadir a irmã do tema, sem êxito.
-Pra vocês terem ido parar lá, só podia ter acontecido alguma coisa. O que foi, Eduardo? Por que você e a mamãe foram até a mansão do Fábio, se vocês sabiam que eu tava lá?

Victória deixa a festa surpresa preparada pelos alunos da turma e é uma das primeiras a sair, para não perder o voo. Atrás de um veículo escolar, escondem-se Sal e Lipe, que vão em direção à modelo. O primeiro aponta-lhe uma arma.
-Parada aí!
-O que é isso???
-Fica quieta e passa a bolsa- enquanto Sal anuncia o assalto, Lipe tenta tirar a bolsa do ombro de Victória.
-Me larga! Sai daqui!
-Dá a bolsa pra ele! Passa a bolsa!
-Sai daqui!- Victória empurra Lipe, que cai ao chão, encostado a um veículo cinza. A moça corre.
-Atira nela logo! Atira!- apela Lipe, em voz baixa. Sal não deixa Victória tomar uma distância considerável e aciona o revólver. O barulho a faz virar-se para ver de onde o som veio. Os olhos de Sal, amedrontados em ter disparado, são a última coisa que a modelo vê.

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