30/10/2013

SOBRE PRÓDIGOS E PRODÍGIOS/ CAPÍTULO 30


Ao perceber que Lana seria capaz de atirar contra sua mãe, Yuri abandona o skate que estava segurando e corre para empurrar Ana Maria e Frederico. O projétil acaba despedaçando o vidro da vitrine da loja de noivas. Todos que estão naquela rua correm apavorados com o barulho. Não se dão conta de quem efetuou o disparo.

Furiosa por não ter conseguido acertar Ana Maria (caída no chão ao lado de seu marido e do filho), Lana corre em direção a ela, com o revólver apontado para a inimiga. Mas duas cenas de sua vida se entrelaçam naquele instante: a primeira vez em que foi atropelada por Frederico, que a tirou da pobreza e tentou livrá-la de uma conduta perigosa, sem sucesso... E agora, numa repetição da primeira cena, causada por sua desatenção. Novamente, ela é atropelada, batendo com o rosto no para-brisa do carro e sendo levada à calçada pelo impacto.

O marido corre, junto com os outros, para amparar a delinquente, que não está desacordada.

-Lana! Lana, fala comigo! Fala comigo, Lana!

-Você não podia ter feito isso comigo... Não com ela, Fred.

-Eu vou chamar a ambulância, você vai ficar boa logo.

-Não! Eu sei que não vai dar tempo.

-Não fala isso, Lana! Claro que vai!- disca o número.

-A gente foi tão feliz e teve que acabar assim? Segura a minha mão, Fred. Por favor, segura- ele atende o pedido, relutando- Eu menti pra você, e ocultei muitas coisas.

-Já sei de toda a verdade, Lana. Ouvi tudo o que você falou.

-Não. Tem mais. Quando a ONG fechou no vermelho e você pediu dinheiro pro Otaviano... Fui eu quem tirou o dinheiro de lá.

-Não, eu não quero mais ouvir...

-Tirei pra dar droga aos meninos do terminal... Pra comprar arma pra eles assaltarem... Do terminal que você viu na televisão... – a respiração começa a ficar ofegante- Eu menti pra você... Nunca consegui ser a mulher que você queria... Nunca vou ter tempo de ser... Yuri, me dá a mão- o adolescente, em estado de choque, não consegue pronunciar qualquer palavra- Gosto muito de você, viu? Eu não me arrependo de nada do que eu fiz. Vou sentir sua falta...

-Você vai ficar bem, eu sei que vai...

-Queria tanto acreditar nisso... Mas o meu tempo não existe mais... Acabou... Menos o que eu sinto... Pelos dois... Isso... Ana Maria... Você não vai... Tirar... – falece.

-Você não pode fazer isso comigo, Lana! Você não pode me deixar aqui sozinho! Não! Não! Volta! Volta pra mim! Eu quero você aqui! Não me deixa! Não me deixa, Lana! Volta pra mim!- Ana Maria corre pra abraçar o filho, enquanto Frederico fecha os olhos da esposa.

-Calma, meu filho! Eu estou com você! Você tem que superar, Yuri!

-Eu quero ela aqui! Eu amo a Lana, mãe! E ela me amava também! Eu quero a... A... – começa a sentir falta de ar.

-Yuri? Yuri, o que é que você tem?

-Filho! Meu filho! Fala o que você está sentindo! O que você tem?

-Lana... – fala com muita dificuldade- Lana... – acaba desmaiando nos braços da mãe.

-Yuri! Yuri, me responde, meu amor! Acorda, meu filho! Fala comigo! Diz alguma coisa!

-Acho que ele teve uma overdose, Ana!

-Não, meu filho! Fala comigo, Yuri! Acorda!



XXXXX



No hospital, Otaviano chega e encontra Ana Maria e Frederico juntos.

-A Sônia me avisou. O que aconteceu?

-Não sabemos ainda, Otaviano. O médico está examinando o Yuri.

-O que você está fazendo aqui, Frederico?

-Depois eu te conto tudo. O mais importante agora é saber notícias do nosso filho.

-Nosso filho? Que coisa, não é, Ana Maria? Até bem pouco tempo atrás você dizia que ele era só seu, por causa da ligação entre vocês. E agora, seu filho está internado e você não sabe o que ele tem?

-Com licença- chega o médico- O senhor é responsável por Yuri Bittencourt Passos?

-Sim, eu sou o pai dele, doutor. O que meu filho teve?

-Foi uma overdose?- desconfia Ana Maria.

-Não, o que ele teve foi uma crise de abstinência.

-Como é possível?

-Bom, como vocês devem saber, o Yuri fez uso de substâncias ilícitas durante um bom tempo... Isso explicou muitas alterações no comportamento dele. E ele chegou a largar o vício em um determinado tipo de droga. O problema é que o corpo dele já estava acostumado a fazer com que ele ingerisse drogas em grandes quantidades, quem sabe até mais de um tipo delas... É como se o corpo não se reconhecesse agora que ele estava limpo.

-Ele prometeu à Lana que iria se comportar pra voltar pra casa- constata Frederico.

-Lana? Mas o que a Lana tem a ver com isso?

-Depois eu explico, Otaviano. Doutor, o que eu quero saber é quais são as chances que o Yuri tem de sobrevida.

-Não vou poder mentir pra vocês. O quadro do Yuri é muito delicado. As próximas horas podem ser decisivas.

-Quer dizer que...

-Sim, senhor. O Yuri está demorando a responder os nossos estímulos, e isso é incomum pra uma crise de abstinência. Temo que ele não sobreviva.

-Não... Não! O meu filho, não! Ele tem que viver, Frederico! Ele tem que sobreviver... – abraça o dono da ONG, causando constrangimento a Otaviano, que sofre da mesma dor que ela.

-Doutor, salve o meu filho.

-Nós já fizemos o que era possível, senhor. A medicina não pode fazer mais nada por Yuri, a não ser esperar pra saber o que vai acontecer. Eu creio que só mesmo algo sobrenatural possa trazer seu filho de volta. Sequer sabemos se ele vai acordar.

Otaviano sai correndo pelo hospital e desce às escadas, até encontrar uma capela com uma grande cruz pregada à parede.

-Se Você existe mesmo, traz o meu menino de volta. Todo mundo sabe o quanto eu o amo, e que eu trocaria de lugar por ele. Só por ele. Salva o meu filho, se Você existe. E eu me torno outra pessoa. Um homem melhor. Um homem que para de pensar que é dono do tempo e age de acordo com a Sua vontade, mas tira o meu filho desse hospital... – Otaviano cai de joelhos, aos soluços- Salva o meu filho...



XXXXX



Sônia está assistindo ao noticiário na sala, ao lado do telefone, aflita. Igor vem de seu quarto até onde a governanta está.

-Tem alguma notícia do Yuri?

-Nada, meu filho. Parece que o caso dele é muito grave. Mas eu vou fazer uma novena pra que ele saia do hospital e volte pra casa rápido.

-Ele vai sair. Se a gente confiar- aponta pra cima- Ele sai de todo jeito.

O telejornal noticia.

-Um homem procurou a polícia e confessou ter assassinado a mulher e sequestrado os dois filhos. Jandir da Costa Antunes, de trinta e oito anos, matou há quase um ano a companheira dele, Rosane Pinheiro Antunes. Os dois sofreram um acidente de carro e Jandir, em depoimento para a polícia, disse ter empurrado o carro pra que ele caísse numa ribanceira. Tempos depois, ele assumiu a criação dos filhos e os obrigou a trabalharem na rua para o seu sustento. Os garotos foram resgatados e estão sob a custódia de Ana Maria Bittencourt Passos, acionista da gravadora “TimBRe”, que os encontrou na rua. O motivo do crime foi o fato de que Rosane teria afirmado ao companheiro que o filho mais velho do casal não era dele. Após narrar com riqueza de detalhes à polícia, Jandir está preso na delegacia de Ypiranga e deve ser transferido em breve.

-Que horror. Você deve ter sofrido muito na mão desse homem, não é?

-Mas agora acabou, Sônia. Só quero ser feliz junto com a minha irmã. E ver a felicidade de vocês também.

-O que vocês estão vendo?- Betina chega.

-A gente estava procurando desenho- Sônia muda de canal- Desenho pra você ver. Vem sentar aqui, meu amor.

Igor dá um cafuné na irmã.

-Sônia, eu posso ir pra igreja de noite? Eu queria pedir oração pro Yuri.

-Pode, sim, meu anjo. Eu aviso à Ana Maria.



XXXXX



Com máscaras, Otaviano e Ana Maria entram no quarto para ver Yuri, com um nebulizador em seu rosto. A mãe trata de alisar o rosto do adolescente, enquanto o pai se mantém um pouco distante.

-Filho... Eu estou aqui com você, eu e o seu pai.

-Pai...

-Fala, meu filho.

-Você... Deve estar muito feliz, não é, não?- diz pausadamente.

-Meu filho, eu não posso estar feliz com...

-Eu sei que está... Mas... Não se preocupa mais... Não vou encher teu saco... Eu sei que vou morrer...

-Não fala isso, Yuri!- apela Ana Maria- Você é jovem, é forte! Vai sobreviver!

-A minha vida... Acabou, mãe... Se... A Lana morreu... Não tem... Pra quê... Eu ficar vivo... Mas eu... Eu quero falar com... Com ele... – Otaviano percebe que Yuri se dirige a ele- Escuta... Porque... Eu só vou falar... Uma vez... Eu... Odeio você... Odeio! Quem é... Aquele garoto... Ali atrás?- refere-se ao anjo da morte, que acompanha Otaviano.

-Não tem ninguém além de mim e da sua mãe, Yuri.

-Ele está delirando, Otaviano. Por causa da abstinência.

-Lana... Eu sei... Que você... Vai me esperar... Manda ele sair... De perto de mim... Manda esse menino sair! Tira ele de perto de mim!- começa a ficar agitado- Tira ele! Tira- dá gritos mais fortes- Tira ele! Tira! Socorro! Me tira daqui!- o anjo não se move. Fica encostado à porta.

-Eu vou chamar o médico agora!- assim que Otaviano diz isso, o aparelho dos batimentos cardíacos que está conectado a Yuri apita sem parar, indicando que seu coração já não trabalha.

-Yuri? Yuri? Meu filho, o que você tem? Otaviano, ele morreu! Ele morreu?

-Alguém traz o médico aqui, rápido! O médico... Meu filho está morrendo!

O médico entra e estranha a reação de Yuri.

-Yuri! Yuri!- fala perto do garoto para ver se ele reage.

-Eu perdi o meu filho, doutor! Perdi o meu filho!

O médico faz uma massagem cardíaca no paciente, mas Yuri não acorda. Ele percebe que há, do lado da cama, uma mesa com um aparelho que serve para ressuscitá-lo. Ele aplica o choque quatro vezes, e depois disso, só lhe resta fechar os olhos do garoto.

-Eu sinto muito.

-Filho... O meu filho morreu, doutor?

-Fiz tudo o que era possível, senhor.

-Yuri, meu filho... Não, Yuri- corre em direção ao corpo do filho.

-Não chega perto do meu filho, maldito!

-Ana Maria...

-A culpa é sua! Você deixou que ele se destruísse! Você o matou! Com seu desprezo! Você matou o meu filho, assassino maldito!

-Não é verdade. Eu amo o Yuri! Ele é a única pessoa que eu amei de verdade...

-Some daqui! Some! Eu não quero ver a sua cara nunca mais. Só você é culpado pela morte do meu Yuri! Você, Otaviano!- cai ao lado do corpo do filho e o molha com suas lágrimas- Você não pode me deixar! Sabe que eu sou a única que te ama de verdade... Não me deixa, meu filho, não me deixa! Não! Não! Não! Não!- abalado, Otaviano sai do quarto e do hospital e passa a vagar pelas ruas, onde lembra de cada uma das brigas que teve com o filho, bem como o seu nascimento.



XXXXX



O telefone da residência dos Bittencourt Passos toca. Betina está assistindo aos desenhos que Sônia havia falado quando passou a matéria sobre Jandir. A governanta atende.

-Alô? Menina, você ficou horas sem ligar, eu já estava preocupada. Como é que está o Yuri? O quê? Não estou te ouvindo? Morreu? O Yuri morreu? Como pode ser isso, Ana Maria? Ele... Eu vou avisar a todos aqui em casa. Seu Otaviano já sabe?

-Eu quero que aquele desgraçado morra! A culpa é dele! Só dele, Sônia...

-Não chora, menina, por favor.

-Preciso desligar. Eu tenho que resolver o problema do corpo. Parece que o velório vai ser amanhã.

-Isso é um pesadelo, Ana.

-O pior é que não vou acordar nunca. Obrigada pela sua força, Sônia.

-Só não estou com você por causa dos meninos.

-Eu sei. Mas uma hora isso ia acontecer. Eu tentei tampar o sol com a peneira, mas o destino quis que ele não se salvasse. Perdi a batalha, Sônia. Mas o culpado de tudo vai pagar com a vida. E eu não vou precisar me mexer pra isso. O Otaviano vai ser castigado em vida- desliga o telefone.

-Ana Maria? Alô? Alô?

-O que foi, tia? Quem morreu?

-Ai, me abraça, Betina. Me abraça, meu amor!



XXXXX



O pastor que foi visitar Otaviano no hospital encerra o culto. Espera todos os fieis saírem, inclusive Igor, que está orando pela alma do irmão, aos prantos. Apaga duas das três luzes e vai fechar a porta do recinto. Otaviano chega, segurando uma vela. De longe, o adolescente percebe quem chegou à igreja.

-Meu filho? O que está fazendo aqui a essa hora? O culto já acabou.

-O senhor me deu o endereço, lembra? Hoje de manhã, eu estive no meu escritório, pensando. E eu tomei uma decisão. Talvez se eu mudasse o meu jeito de viver, eu teria meu filho e o amor da minha esposa de volta. Se eu trocasse de vida, nada do que me aconteceu teria existido. Percebi que a culpa de todas as coisas ruins que aconteceram a eles foi minha.

-Que bom, meu querido. Que bom que você botou a mão da consciência e percebeu que sem fé você não iria conseguir vitória, nem perdão.

-Então, quando eu já tinha decidido, recebi um telefonema da governanta da minha casa e descobri que meu filho estava internado em estado grave por conta da dependência. Uma crise de abstinência, pastor. Ele sequer conseguiu se livrar das drogas. Ele tentou, por alguns dias, e não conseguiu. Eu cheguei a orar. Eu cheguei a pedir pra que ele se salvasse. A minha esposa não sabe disso, mas eu pedi pra que o meu filho não fosse levado. Se isso me fosse concedido, eu mudaria tudo o que fiz, apagaria todos os meus erros e me tornaria um homem melhor. Mas eu ganhei uma cicatriz pior do que essa que está em meu rosto. Yuri, o filho que eu amei por doze anos e que vou amar até o dia da minha morte, faleceu. Na minha frente, sem que eu pudesse fazer nada pra impedir. Agora me diga, pastor: é assim que o senhor pretende que eu repare os meus pecados? Me castigando na pessoa que eu mais amo? Na única que eu amo?

-Otaviano, nem mesmo o coração do homem tem razões conhecidas por todos. Eu sei o quanto a sua dor é grande, mas agora você não vai entender por que foi permitido que isso acontecesse. Lá na frente...

-Não seja hipócrita, velho idiota! Ele estava pra morrer de qualquer maneira, e mesmo eu prometendo que ia me tornar outra pessoa, levaram o meu filho. Tiraram ele de mim! A minha mulher não deixa nem eu chegar perto do corpo dele! Que consolo um pai pode ter pra uma situação dessas? Qual? Me diga!

-Você não sabe as promessas que têm sido feitas pra sua vida ainda, nem mesmo o que estava sendo prometido de bom pra seu filho. Acredite, Otaviano. Muito do que aconteceu tem a ver com o caminho que o seu filho e você escolheram tomar.

-Será mesmo? Então pede nas suas orações pra ele salvar a sua segunda casa- tira um isqueiro.

-Que vela é essa, Otaviano? Se você quiser orar pela alma de seu filho, tudo bem, mas não precisa de vela pra isso. Essa daqui é uma igreja evangélica.

-Cansei de falar em vão... - Otaviano joga a vela sobre a grande cortina que fica atrás do púlpito. O fogo se espalha rapidamente.

-Mas o que você fez, Otaviano? Nós vamos acabar morrendo aqui dentro.

-É essa a minha ideia! Morrer! Queimar! Carbonizar! Até que o meu corpo não exista mais. Muito menos o seu!

-O extintor de incêndio. Está lá dentro, eu vou pegar- percebendo que o incêndio tem salvação, Otaviano segue o pastor, que entra num cômodo da igreja com porta. A chave está do lado de fora. Rapidamente, Otaviano fecha a porta e tranca o pastor lá dentro- O que você fez, Otaviano? Abre essa porta! Abre!- a fumaça começa a entrar no repartimento.

-Ora, pastor! Ora! Eu quero ver esse milagre acontecer mesmo, pastor de araque! Enganador! Ladrão!

-Apaga esse fogo, Otaviano!- ordena Igor.

-Mas olha só quem está aqui: Igor. Pronto para salvar as almas indefesas, como a Ana Maria. Seu futuro parece ser mais brilhante que o dele, hein?- aponta para o local em que o pastor está.

-Isso tudo está queimando! Vai pegar água pra apagar isso!

-Não! Quem sabe esse não é o momento de se livrar das culpas, de saber de toda a verdade sobre você mesmo?

-Você está louco? A gente tem que sair daqui... - Otaviano corre para fechar a porta da igreja, para que ninguém possa socorrê-los.

-Não, Igor... Você não pode sair... Não até descobrir detalhes da morte da sua mãe.

-O que você sabe?

-O que eu sei? - ri- Fui eu quem matou a Rosane! Fui eu! Foi um acidente, ela não estava prestando atenção no volante e me viu dirigindo em outra direção. O carro dela quase bateu no meu, mas ela desviou e caiu num barranco. Já eu, que escapei ileso, não fiz nada pra ajudar. Eu matei a sua mãe, assim como provoquei o infarto do pai da Ana Maria há doze anos atrás, pra que ele não revelasse quem eu era de verdade: um criminoso. Um golpista!

-Jandir me contou a verdade. Ele empurrou o carro da minha mãe ladeira abaixo. Você não tem culpa, Otaviano. E por que você ia querer se livrar dela?

-Porque eu tive um filho com ela! Eu tive um filho na mesma época que o Yuri nasceu! Um filho, Igor! Um filho que eu desprezei, que eu amaldiçoei, que eu desejei a morte pra não ter que abrir mão da fortuna da Ana Maria. Você! Mas doze anos se passaram e você e a sua irmã trataram de cruzar o meu caminho, de se instalar na minha casa e acabar com a minha alegria. Por sua culpa, tudo de ruim começou a acontecer na minha vida! Mas não é nada que eu não possa remediar.

-O que você está pensando em fazer, Otaviano? Para com isso agora!

-Eu já pensei... Se eu não vou levar a culpa pela morte da Rosane... Vou levar pela sua!- começa a estrangulá-lo!

-Acaba com ele, Otaviano! Mata ele! Liquida esse garoto de uma vez!- o anjo novamente cerca Otaviano!

-Me solta, Otaviano! Me solta!

-Ninguém vai me impedir de me livrar de você. Eu posso até ir pro inferno, seu fedelho metido, só que você vai chegar antes de mim!- começa a gargalhar enquanto tira o ar de Igor.

Uma parte do teto de madeira começa a desabar por causa das chamas, e várias faíscas caem sobre a camisa de Otaviano, espalhando-se em questão de pouquíssimos segundos. Apavorado, o empresário começa a gritar por estar sendo consumido pelas chamas!

-Pai! Pai! Socorro! Pai!- Igor fica aflito com o desespero de Otaviano, completamente envolto nas chamas do próprio incêndio que causou.

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